tag:blogger.com,1999:blog-10013961.post6764851745935814192..comments2023-10-31T11:52:19.305+00:00Comments on Crónicas das horas perdidas: Rocket scienceUnknownnoreply@blogger.comBlogger74125tag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-27182332244815754522010-06-10T00:36:58.535+01:002010-06-10T00:36:58.535+01:00P.S. Já expliquei isto várias vezes: a referência ...P.S. Já expliquei isto várias vezes: a referência ao atolambado do ainda há pastores do quim barreiros e bordel, é apenas um exemplo concreto. Não uma opinião generalizada dos pastores todos ou gente da aldeia. Aquele, concretamente, tenho muita pena, mas nem que tivesse nascido multimilionário.A.https://www.blogger.com/profile/13991434088653622894noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-85604792460639029902010-06-09T23:11:13.423+01:002010-06-09T23:11:13.423+01:00Cláudia:
antes de me alargar muito, começo por di...Cláudia:<br /><br />antes de me alargar muito, começo por dizer que concordo com quase tudo o que dizes, tirando a leitura que fazes do que eu disse, e que já expliquei quinhentas vezes, neste e nos outros posts subsequentes (e anteriores).<br /><br />Apenas digo que há pessoas com mais capacidade de aprender - mais inteligentes - e outras com menos - menos inteligentes. Independentemente do meio social onde crescem.<br /><br />Os comentários sobre a província a que te referes, não foram meus. <br /><br />Cresci numa pequena aldeia perto de sintra, onde a maior parte das pessoas tem pouca escolaridade. Umas são inteligentes, outras não. E mesmo tendo igualmente poucas oportunidades, há pessoas que manifestam uma enorme capacidade de análise e percepção do mundo, que outras nem sequer roçam.<br /><br />Em lado nenhum digo que:<br /><br />inteligente --> cientista, médico, físico<br />burro --> agricultor, pessoa sem profissão importante, etc.<br /><br />apenas digo que dentro da população com que convivo, e que é ou ligada à universidade ou à Estec, em média as pessoas são inteligentes.<br /><br />e que não sei se o mito sobre a inteligência dos habitantes de leiden é verdadeiro ou não, porque não convivo com eles.<br /><br /><br />o que eu acho é que, com ou sem oportunidades, as pessoas inteligentes sobressaiem, e nota-se que o são. sendo médicos ou carpinteiros. <br /><br />mas que, dado o nível de exigência intelectual ser diferente em ambos os tipos de profissão, se uma pessoa menos dotada poderá ser um bom carpinteiro ou agricultor, dificilmente chegará a ser físico teórico ou neurocirurgião. apenas porque para tal é preciso estudar, passar de ano, exames, etc, e sem um certo nível de inteligência tal não é possível.<br /><br />eu já discuti este assunto longamente, por pontos, explicando detalhada e repetidamente cada afirmação, pelo que neste momento já estou com pouca paciência de o voltar a fazer, mas se fores espreitando aquilo que eu digo, e o leres sem preconceito e ideia feita, perceberás que a minha visão não é muito diferente da tua.A.https://www.blogger.com/profile/13991434088653622894noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-24085967820146455772010-06-09T22:52:12.041+01:002010-06-09T22:52:12.041+01:00E já agora, também não tenho relações pessoais com...E já agora, também não tenho relações pessoais com pessoas sem ser da Universidade, ou amigos de tais, mas convivo com o resto da população de Leiden, sim, e se obviamente não leio o nível de inteligência na cara, o facto de mais de 99% da gente que aqui vive e trabalha falar inglês não é um detalhe que mereça ficar despercebido. E sem querer estar a tomar partido dos holandeses habitantes de Leiden (porque podia passar horas a criticar negativamente), acho que são bastante civilizados, o que para mim é também uma característica de inteligência mesmo que essa pessoa não saiba calcular um integral. Acho que olhas para a inteligência de uma forma mais ou menos assim:<br />inteligente --> cientista, médico, físico<br />burro --> agricultor, pessoa sem profissão importante, etc.<br /><br />Mas olhar para a inteligência não é só (ou grande parte) olhar para desempenho académico/profissonal. A minha mãe tem a 4ª classe. Quando andava na escola só queria saír de lá.....as professoras batiam e ela tinha más notas. E segundo ela, não gostava de aprender. Ainda dá bastantes erros ortográficos. Há uns meses, decidiu fazer o 6º ano pois falaram lá no centro de emprego. Não passou a ser cientista! No entanto (e mesmo antes do 6º ano) eu considero a minha mãe uma pessoa inteligente. Eu olho também para o seu comportamento social, pessoal, reflexivo sobre si mesmo; pela forma como educou as filhas vinda de uma família de 11 irmãos, onde cada um foi mais criado pelos próprios irmãos que pelos pais. A inteligência também tem a ver com o pensar sobre o agir, pensar sobre o outro e muito a ver com a capacidade de adaptação e de criar algo novo numa situação nova, sem para isso ter sido ensinado. E eu tenho reparado que há muita gente que mostra capacidades deste género e não ganham mais que o salário mínimo (algumas, claro, se tivessem tipo oportunidades, como também se já discutiu, tinham chegado a cargos maiores, outras não).<br />Bem, era só para “alargar um pouco as vistas” sobre o assunto, pois, sem querer ser também conotada de snob ou convencida, eu gosto de ver as coisas de vários ângulos e de analisar criticamente cada dado antes de cair na opinião comum, geralmente de condenação ou absolvição à primeira.<br />Desculpa lá o tamanho do post!claudiahttps://www.blogger.com/profile/01192483589722810454noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-2504325178525150882010-06-09T22:51:38.881+01:002010-06-09T22:51:38.881+01:00Ola! Eu não acompanho o teu blog, mas hoje vim cá ...Ola! Eu não acompanho o teu blog, mas hoje vim cá ter por acaso, e por acaso também comecei a ler alguns posts: os mais recentes. Mas os assuntos começaram a interessar-me, de facto. Ah, li muitos comentários também. <br />Eu estou a tirar doutoramento. Cresci e vivi até há poucos anos atrás (aliás, ainda cresço e vivo, sempre que vou a Portugal, pois é a casa dos meus pais e a minha *casa* verdadeira) numa vila rural perto de uma cidade, cheia de gente a que num instante chamavas burras e pastores que vão às prostitutas, no Norte do país. Estou a viver em Leiden pois é cá que estou a tirar doutoramento. Por isso acho que tenho "uma palavra a dizer".<br />Em primeiro, agradeço a Deus (sim, acredito em Deus e sou cientista, não sei qual a tua opinião sobre esse assunto, mas se és dos muitos que pensam logo "então esquece, já não vale a pena continuar a falar cientificamente contigo, porque não podes ser as duas coisas", não precisas de ler o resto do meu post, se bem que não estou a “falar” cientificamente aqui, pois é apenas o espelho da minha opinião e não o resultado de um teste científico, bla bla bla, já percebeste o ponto de vista). Voltando ao que estava a dizer, graçãs a Deus que não cresci em Lisboa. Não tenho nada contra a cidade, gosto muito de lá ir, e vivi lá (vá, pronto, era em Oeiras. Se grande diferença existe reformulo para "....que não cresci em Oeiras). Mas apesar de viver com "gente rude do campo" foram eles que me ensinaram valores, algo que me parece um pouco diluído na grande cidade. Aliás, acho que, apesar de um pouco exagerada, Lisboa está para o resto de Portugal como Amesterdão está para o resto da Holanda, e certamente percebes a ideia. Eu não sei de onde és, mas isto veio a respeito de, por exemplo, o título de um post "Eu bem digo que vivo no campo", onde falavas da "burrice" de Leiden. Eu bem sei que é uma expressão! mas, ainda assim, achei um pouco infeliz e então juntando a "olhando para fora de lisboa vê-se pastores a irem aos bares de alterne", ou qualquer coisa do género pois agora não consigo encontrar a citação, só me resta dizer...enfim. Se achas que de zonas rurais não sai "grande coisa" lamento, mas estás errada. <br />(continua...)claudiahttps://www.blogger.com/profile/01192483589722810454noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-91598651598732314052010-06-04T05:00:15.901+01:002010-06-04T05:00:15.901+01:00Grande comentário. Ou será comentário grande?
Aqu...Grande comentário. Ou será comentário grande?<br /><br />Aquele abraço,Homemhttps://www.blogger.com/profile/10640409855896955288noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-636200079212725592010-06-03T09:30:05.777+01:002010-06-03T09:30:05.777+01:00Já agora: TP, acho que em linhas gerais tens toda ...Já agora: TP, acho que em linhas gerais tens toda a razão, embora eu continue a achar que mesmo havendo vários tipos de inteligência, há pessoas mais inteligentes que outras.<br /><br />(tive um colega de faculdade, a quem carinhosamente chamo o "sobredotadozinho", que além de ter acabado o curso no técnico com média de 18, ser federado em ginástica pelo sporting, e ter o curso de piano do conservatório, é um party animal, e fez o curso todo a dar 20 horas semanais de aulas de piano. se eu conseguiria? creio que não. porque ele é mais dotado.)A.https://www.blogger.com/profile/13991434088653622894noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-35807430243827862952010-06-03T05:13:40.719+01:002010-06-03T05:13:40.719+01:00Pontinha verde, és a máior! :DPontinha verde, és a máior! :DIsahttps://www.blogger.com/profile/05783779312813825904noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-5518055516310049072010-06-02T22:26:41.904+01:002010-06-02T22:26:41.904+01:00Mas tenho de concordar com o NSC... os lisboetas s...Mas tenho de concordar com o NSC... os lisboetas são uns porcalhões. E eu sou lisboeta! Mas cada vez que vou a Lisboa fico mais e mais desiludida, que cidade suja, desarranjada. Faltaram oportunidades na educação dos alfacinhas?Juannahttps://www.blogger.com/profile/17247149770262628247noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-58152410277231567722010-06-02T22:24:37.736+01:002010-06-02T22:24:37.736+01:00É um tema muito interessante e acho absurdo que mu...É um tema muito interessante e acho absurdo que muito pessoal o leve a peito. Tenho duas filhas e já vi que a de 8 anos é mesmo muito inteligente (não sendo um génio, mas tem óptimas notas). A mais nova tem 8 meses e, com o tempo, posso descobrir que a miúda não manda uma para a caixa. O que faço? Dou-lhe a oportunidade de tirar Astrofísica, embora saiba que nem sabe fazer somatórios?Juannahttps://www.blogger.com/profile/17247149770262628247noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-1279880783912911382010-06-02T17:16:04.324+01:002010-06-02T17:16:04.324+01:00Acho este tema fascinante. É pena que algumas pess...Acho este tema fascinante. É pena que algumas pessoas entendam tudo como críticas e ataques pessoais (refiro-me aos comentários). Para quem tiver interesse e paciência, aconselho a leitura de artigos sobre a teoria das inteligências múltiplas, de Howard Gardner.Descalçahttps://www.blogger.com/profile/05594660336570162605noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-53041814461061350662010-06-02T16:40:20.078+01:002010-06-02T16:40:20.078+01:00Luna, antes de mais, há que definir Inteligência. ...Luna, antes de mais, há que definir Inteligência. Há uma teoria, a <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Theory_of_multiple_intelligences" rel="nofollow">teoria das inteligências múltiplas</a> que define vários tipos de Inteligência. Sim, eu sei que é só uma teoria, mas afinal todas as opiniões aqui expressas e discutidas não são mais do que teorias...<br /><br />Se, como premissa, aceitarmos tal teoria como verdadeira, então o que dizes apenas se verifica se tomarmos um subconjunto de inteligências (a lógico-matemática, a verbo-linguística e, talvez, a visual-espacial). Ou seja, o Cristiano Ronaldo pode não ser grande espingarda no que toca à sua inteligência verbo-linguística mas a sua inteligência corporal e quinestésica (tirei esta tradução dum site da Universidade do Porto) rebenta com a escala (se essa escala existir, claro...). O mesmo se pode dizer dum, sei lá, examinador de patentes cuja inteligência corporal e quinestésica (estou a começar a gostar desta expressão e acho que vou começar a usá-la com frequência) nunca atingiu grandes níveis, ou de um agricultor cuja inteligência lógico-matemática (aquela que mais frequentemente se mede usando o QI) não é grande coisa, mas que tem uma inteligência naturalista acima da média.<br /><br />Se eu alguma vez vier a precisar de um neuro-cirurgião, espero que ele tenha um alto coeficiente das inteligências necessárias para que seja competente no exercício das suas tarefas, mas se vier a precisar de um pintor, estou-me a borrifar para as inteligências do neurocirurgião e quero é o que o pintor, mais uma vez, tenha um alto coeficiente das inteligências que o tornam num pintor competente, and so on, and so on...<br /><br />Há pessoas menos inteligentes? Há, pois (não sei se estão todas em Leiden, no entanto; por Haia também há umas quantas...)! Como há, também, pessoas menos esteticamente agradáveis (se um gajo diz mais feias, está o caldo entornado). Mas todos conhecemos alguém no liceu que era, ao mesmo tempo, uma nulidade a matemática e um ás a trabalhos manuais (e que, provavelmente, não veio a ser físico nuclear). Não deixa de ser inteligente por isso, mas provavelmente toda a gente achava que ele tinha dificuldades de aprendizagem (se um gajo diz burro, ai meu deus...).<br /><br />É só uma questão da definição (ou teoria) a usar, não é?<br /><br />Quanto à questão das oportunidades, todos nós conhecemos alguém que, tendo tantas ou mais oportunidades que nós, nunca as conseguiu aproveitar, certo? Pois bem, se a Inteligência fosse igualmente distribuída e fosse só uma questão de oportunidades, estes casos não existiam... A questão mais importante é saber se os nossos sistemas de ensino potenciam as nossas melhores inteligências ou, pelo contrário, privilegiam só algumas delas e esquecem as outras deixando, assim, uma data de pessoas para trás.TPhttps://www.blogger.com/profile/09110701961795158927noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-17502483186222321682010-06-02T15:27:01.139+01:002010-06-02T15:27:01.139+01:00Luna...acho que nenhum de nós (os primeiros que re...Luna...acho que nenhum de nós (os primeiros que responderam ao post) tem uma ideia diferente da tua sobre as oportunidades que cada pessoa deve ter. Embora...é pá...cada um é para o que nasce. E todos precisamos uns dos outros. <br /><br />A mim, por acaso, incomoda-me é ver pessoal aqui acusar a "dona" do "espaço" de se achar intelectualmente superior. E daí? Se ela achar? Às tantas até o é e ainda bem. Estes serão, por certo, os que dizem, numa comparação mal feita, que o Mourinho é um arrogante da treta e o Ronaldo um vaidoso que mete dó. O tuga lida mal com o sucesso e o valor alheio (principalmente se as pessoas em questão tiverem noção disso e não se fizerem de (falsos) modestos...<br /><br />BEIJOOOOOOOOOOOOSadeekhttps://www.blogger.com/profile/11728764100239415400noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-37840950331518957262010-06-02T14:58:37.767+01:002010-06-02T14:58:37.767+01:00Luna, tentei ler os comentários até ao fim, mas es...Luna, tentei ler os comentários até ao fim, mas estou sem tempo, volto noutra altura para ler com atenção.<br />No entanto, acerca do que li, post incluído, gostava de dizer que a Luna, não é, definitivamente, uma pessoa politicamente correcta. Mas isso, a meu ver, é uma coisa boa. Hoje em dia, ser politicamente correcto não leva a lado nenhum, porque o politicamente correcto é uma hipocrisia. Fazem falta pessoas assim, que dizem o que pensam sem "medo" de ofender e ferir susceptibilidades. Até porque aquilo que diz, no post e nos comentários posteriores, não é mentira nenhuma.Dorushkahttps://www.blogger.com/profile/00172287848264136852noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-77615903242107962312010-06-02T14:49:49.324+01:002010-06-02T14:49:49.324+01:00Desculpa-me lá o vernáculo Luna mas eu li acima qu...Desculpa-me lá o vernáculo Luna mas eu li acima que «Basta sair de Lisboa e olhar bem para tudo e ve-se que um pastor taralhoco que vá às putas dá um excelente funcionário público».<br />E eu fico fodido como o preconceito em relação ao resto do país (que nem conhecem) de alfacinhas que são os bacocos urbanos europeus, filhos de toda a escória do resto do país que não conseguia emprego durante os últimos 200 anos.<br />Foda-se! Mas Lisboa não é o sítio onde há mais putas em Portugal??!! São para que funcionários públicos? Para os do Fundão??<br /><br />No Alentejo (uma das regiões civilizadas do país, onde as ruas estão limpas porque as pessoas são asseadas, ao sontrário de Lisboa) até se conta a seguinte anedota: Sabem o que iam os alentejanos fazer a Lisboa há 30 anos atrás? Iam às putas. <br />Sabem o que vão os lisboetas fazer ao alentejo hoje em dia (e estão a infestar aquilo)? Vão à procura dos pais.<br />Impressionante.NSChttps://www.blogger.com/profile/03537855309879641260noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-75435572494626650332010-06-02T14:47:50.962+01:002010-06-02T14:47:50.962+01:00Não, Helena. Dou também muita importância às oport...Não, Helena. Dou também muita importância às oportunidades, embora não ignore por completo as capacidades.<br /><br />E acho que a longo prazo, a falta de oportunidades implica a pobre estimulação do intelecto, reflectindo-se numa maior discrepância a nível intelectual na idade adulta, quando essa diferença poderia não existir em criança. E que seja porque razão for, essa diferença está lá e é visível, e não pode ser ignorada. Ou seja: seja por falta de capacidades ou por falta de educação, a verdade é que existem adultos menos dotados.<br /><br />Ou seja: até estamos de acordo, e a assumpção de que não estamos, deve-se à descontextualização do que tenho vindo a dizer, misturando dois textos que não têm nada a ver, à excepção de um ser consequência de comentários ao outro.A.https://www.blogger.com/profile/13991434088653622894noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-69573471535728608042010-06-02T14:21:37.610+01:002010-06-02T14:21:37.610+01:00Sintetizando (embora não tenha entendido muito bem...Sintetizando (embora não tenha entendido muito bem o ponto 5): parece-me que a grande diferença é que a Luna dá mais importância às capacidades, e eu (e mais um ou outro investigador da área das Ciências Sociais) às oportunidades. O que não vale nada (ou muito raramente ajuda alguma coisa) é nascer com capacidades, mas no contexto social errado. <br /><br />Quanto ao P.S.1: Insiste no politicamente correcto? Estou-lhe a falar de resultados de estudos. Estou a dizer-lhe que o nível de escolaridade está fortemente ligado às oportunidades que uma pessoa teve. Por exemplo, nascer na família certa. E é forte, é. Se lesse o comentário de resposta ao Pedro, percebia como é forte. Nem calcula o que alguns pais fazem para evitar que os seus filhos caiam nessas escolas "mais vocacionadas para um ensino mais prático" (estou a falar da Hauptschule, não da Realschule).Helena Araújohttps://www.blogger.com/profile/08845694772466611900noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-87244116286579716682010-06-02T14:04:46.814+01:002010-06-02T14:04:46.814+01:00Tinha escrito um comentário gigante de resposta à ...Tinha escrito um comentário gigante de resposta à Helena, que por algum motivo desapareceu. Não estou com coragem de repetir tudo, pelo que me irei ficar porlos pontos mais importantes.<br /><br />1. Não faço estatísticas da origem familiar dos cientistas do mundo, até porque era coisa para tomar um bocadinho de tempo, pelo que me cingi à minha experiência, e que consiste em conviver com filhos de emigrantes e não só de elites na universidade, em resposta à afirmação de que para a escola dos burros iam só os filhos de emigrantes e classes mais baixas. A referência a outros países era só para ilustrar este ponto, as restantes interpretações não são minhas.<br /><br />2. Eu acredito que a inteligência é distribuída uniformemente, independentemente da raça ou classe social, no entanto acho que não é igual entre todos os indivíduos.<br /><br />"E se acredito que a inteligência é distribuída independentemente de raça, nacionalidade, ou camada social, não creio que seja distribuída igualmente entre todas as pessoas."<br /><br /><br />2. Acho que devem ser dadas oportunidades iguais a toda a gente, independentemente da sua classe social, pelo que acho muito bem que exista esse esforço por parte do estado. O facto de eu achar que nem todos têm a mesma capacidade, não quer dizer que não ache que a todos deva ser dada a oportunidade de desenvolver as capacidades que têm ao máximo.<br /><br />3. Não vivo na alemanha, pelo que desconheço a realidade alemã. Falo da Holanda, o país onde vivo.<br /><br />4. Nunca disse que não acho que a falta de oportunidades não seja um factor importante, senão o mais importante. Apenas acho que não é o único. Aliás, deixo um excerto do meu texto, que presumo ter lido:<br /><br />"Se as oportunidades ajudam? Claro que ajudam, poderão até ser o mais importante, mas não são tudo, e se a capacidade não estiver lá, não valem de nada."<br /><br />Se as oportunidades fossem o único factor, como explicar que numa família de vários irmãos, aos quais são dadas as mesmas oprtunidades, mesma educação, estudando nas mesmas escolas, uns sejam bons alunos e sigam para a universidade, e outros não e prefiram outro tipo de profissão.<br /><br />5. Para finalizar, em lado nenhum digo que o baixo nível intelectual da população de Leiden se deve a baixas capacidades intelectuais. O que eu digo, é que a tal população, pouco educada, tem fama de ser pouco dotada de intelecto - possivelmente por ser pouco educada - mas tendo em conta que não convivo com essa população, mas apenas com pessoas ligadas à universidade ou à agência espacial, ou seja, pessoas que tiveram acesso à educação, não sei dizer, visto que estas últimas me parecem bastante espertas.<br /><br />Quanto às outras interpretações todas, devem-se a descontextualizações de afirmações minhas em resposta a perguntas ou comentários concretos, ou mesmo devido a fazer paralelismos entre textos diferentes que focam assuntos diferentes. E isso já não é culpa minha, mas de quem lê.<br /><br />P.S.1. só um aparte: depois de tantos discursos politicamente correctos sobre o valor e capacidades das pessoas independentemente do seu nível de escolaridade, dizer que por alguém ir para uma escola vocacionada para um ensino mais prático é equivalente a dizer-lhe que será "um zero à esquerda" a vida toda, parece-me algo forte, não?A.https://www.blogger.com/profile/13991434088653622894noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-90551574549475997902010-06-02T13:43:05.579+01:002010-06-02T13:43:05.579+01:00Pedro,
muito eu gostava de o ver a frequentar uma ...Pedro,<br />muito eu gostava de o ver a frequentar uma Hauptschule alemã durante a adolescência. Muito eu gostava de o ver a conseguir chegar ao ensino superior a partir daí. <br />Não imagina com certeza o ambiente dessa escola. Uma amiga minha é professora numa dessas, e fala com tristeza do alívio que alguns professores sentem quando os alunos chegam à idade em que já podem ser mandados para a cadeia. Finalmente deixam de chatear na escola. Uma escola de onde saem muitos mais delinquentes que alunos universitários, diga-se de passagem. E o Pedro, imagina-se a fazer uma brilhante carreira escolar num ambiente destes? <br /><br />Outra coisa: que é ser inteligente? <br />Que parte do ponto 2 do meu comentário anterior é que o Pedro não percebeu?<br />E que espírito competitivo é esse que os alunos devem ter para tentarem provar alguma coisa a um professor? O Pedro nunca ouviu falar daquela experiência de terem dito a um professor, no início do ano lectivo, que tinha uma turma muito fraquinha, e que aquela turma, que era muito boa, de repente passou a ter mau rendimento? <br /><br />Aliás: em que selecções do Reader's Digest é que leu essas história do sonho americano? A vida real é muito diferente. <br />Se o Pedro, filho de operários e primeiro licenciado da família, conseguiu dar o salto, dou-lhe os meus mais sinceros parabéns. É um caso raro. <br /><br />Quanto à sua generalização: o que o *estudo científico* dizia era que crianças da classe trabalhadora estudam para receber elogios e crianças da classe média estudam pelo simples gosto de aprender. Não se falava da sua dicotomia "sobreviver/obrigação". Tanto mais que as da classe média também sabem que sem estudos não chegarão longe em termos de qualidade de vida.Helena Araújohttps://www.blogger.com/profile/08845694772466611900noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-53122034162887832592010-06-02T13:05:36.646+01:002010-06-02T13:05:36.646+01:00"... Nesta (Hauptschule) juntam-se miúdos a q...<em>"... Nesta (Hauptschule) juntam-se miúdos a quem, aos dez anos de idade, foi dito: <b>tu nunca passarás de um zero à esquerda.</b><br />Claro que isso não é o que lhes dizem, é o que eles sentem quando recebem o veredicto: tu tens uma inteligência mais prática, esta escola convém-te mais."</em><br /><br />Se eles forem inteligentes e além disso tiverem um espírito competitivo vao tentar provar a quem lhes disse isso que estava enganado.<br />Que outra explicacao posso eu dar, filho de operários e primeiro licenciado na minha família?<br /><br /><br /><em>... crianças da classe trabalhadora estudam para receber elogios; crianças da classe média estudam pelo simples gosto de aprender...</em><br />Ou entao:<br />criancas da classe trabalhadora estudam para sobreviver; criancas da classe média estudam por obrigacao.<br /><br />Generalizacao por generalizacao, gosto mais desta.<br /><br />PedroAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-66042973357549707592010-06-02T12:48:19.900+01:002010-06-02T12:48:19.900+01:00Luna,
a pergunta era geral. Em qualquer país do m...Luna, <br />a pergunta era geral. Em qualquer país do mundo, a percentagem de filhos de "burros" (como você diz tão descuidadamente) entre os cientistas de ponta é bem inferior à percentagem de "burros" na população geral. Se fosse apenas uma questão das capacidades com que cada um nasce, o mais normal é que essas capacidades se distribuíssem uniformemente por todos os grupos sociais. <br /><br />Os seus colegas são fraca amostra. Primeiro: não é assim que se fazem estatísticas. Segundo: o que me quer dizer com a origem deles? Será que quer provar que na Nigéria e na Turquia não são todos "burros", já que alguns até conseguem ir fazer um post doc para a Holanda?<br />É evidente que nos países não europeus também há uma elite. <br />Quanto aos seus colegas filhos de emigrantes: não lhe ocorreu porventura que essa gente chega à universidade não apenas por ter nascido inteligente, mas porque - e sobretudo - houve um esforço enorme para dar oportunidades iguais aos filhos dos inteligentes e aos filhos dos "burros"?<br />Mais: em que país do mundo encontra estatísticas que mostram que a percentagem de alunos do ensino superior proveniente de famílias de imigrantes é igual ao peso deste grupo na população geral? <br /><br />É pena que não saiba alemão. Na wikipedia encontrava um artigo que é um mimo sobre desigualdade de oportunidades no ensino. <br />Um pequeno resumo do que lá vem:<br /><br />1. Linguagem - Bernstein: mesmo tendo o mesmo nível de inteligência, pessoas da classe trabalhadora usam palavras, frases e intervalos entre as palavras mais curtos que pessoas da classe média. Mais: conforme a origem social, as pessoas dão significados diferentes à mesma palavra.<br /><br />2. Desenvolvimento cognitivo - nos primeiros 15 meses de vida, as crianças de todas as classes sociais desenvolvem-se mais ou menos à mesma velocidade, com uma excepção: os filhos das classes trabalhadoras acusam melhor desenvolvimento motor. Cinco anos mais tarde, há diferenças substanciais entre os grupos sociais). Já com 24 meses, as crianças da classe média mostram um avanço claro em relação às da classe trabalhadora. <br />(em termos de capacidades individuais, parece-me que estamos conversadas)<br /><br />3. Motivação para aprender - Oerter: crianças da classe trabalhadora estudam para receber elogios; crianças da classe média estudam pelo simples gosto de aprender.<br /><br />4. Pobreza - Ruby Paine sustenta que crianças que crescem em situação de pobreza desenvolvem traços de carácter que lhes são prejudiciais na escola. Esta funciona de um modo mais adequado para as crianças típicas da classe média.<br /><br />5. ... etc. etc. etc. - discriminação, segregação, preconceito do professor (começa no nome: alunos chamados Kevin têm notas piores que alunos chamados Sebastian), até ao "efeito-Mateus" - aquela passagem do Evangelho onde se diz "quem muito tem, muito lhe será dado; quem pouco tem, até isso lhe será tirado".<br /><br />Em suma: é claro que só chega a cientista quem é inteligente e tem muitas capacidades. Mas: porque é que outros, que nascem inteligentes e com capacidades, ficam pelo caminho? <br /><br />Voltando à sua frase inicial: "sempre que escrevo alguma coisa sobre capacidades intelectuais ou grau de educação, atrevendo-me a sugerir que nem toda a gente terá as mesmas capacidades, há sempre algum defensor do politicamente correcto que me cai em cima, acusando-me de snobismo intelectual, e vindo com o discurso da falta de oportunidades."<br />Não é politicamente correcto, é o state of the art das ciências sociais. E eu não diria que exibe snobismo intelectual. Parece-me mais uma exibição daquilo a que em ciências sociais se critica como o erro do "senso comum". <br />Como é possível falar do generalizado baixo nível intelectual dos agricultores de uma região, e achar que isso é só uma questão das capacidades individuais?Helena Araújohttps://www.blogger.com/profile/08845694772466611900noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-57890233956545706362010-06-02T10:14:24.160+01:002010-06-02T10:14:24.160+01:00Não vivo na Alemanha, não sei como funciona aí, se...Não vivo na Alemanha, não sei como funciona aí, sei apenas como funciona aqui - e funciona, porque querendo pode-se transitar entre os diferentes tipos de ensino, e nada obsta a que se o faça.<br /><br />Quanto aos cientistas de ponta, não sei se a pergunta se refere à alemanha ao em geral.<br /><br />Os meus colegas não vêm propriamente de elites holandesas, tenho colegas das ex-colónias, como suriname, aruba e curacao, ou de países como a turquia, nigéria, etc, e também vejo miúdas com veu a dar com um pau, ou seja, muitos filhos de emigrantes, e outros de famílias de farmers que ainda usavam socas de madeira lá no campo.<br /><br />Ou seja, não me parece que os meus colegas cientistas sejam todos filhos de médicos, antes pelo contrário. E durante uma conversa, no outro dia, apercebi-me de que muitos são da primeira geração de licenciados da sua família.<br /><br />Se o sistema poderá não ser perfeito? Certamente não é. Mas o português também não resulta melhor. E basta ver os 70% da população com apenas ensino básico em portugal, face aos 30% da Holanda (e 20% na Alemanha, já agora). Sem falar na percentagem de licenciados, que na Holanda é o dobro da de Portugal.<br /><br />gráfico aqui: http://4.bp.blogspot.com/_l9W1_kc7cP0/SrJktKDTy8I/AAAAAAAADnU/ScwjS1oSpBw/s1600-h/ensino+superior.JPGA.https://www.blogger.com/profile/13991434088653622894noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-42982243646159173022010-06-02T09:01:03.427+01:002010-06-02T09:01:03.427+01:00A propósito do sistema educacional na Alemanha: nã...A propósito do sistema educacional na Alemanha: não funciona. <br />Pura e simplesmente, não funciona, e é um imenso cancro social. <br />Na prática, o sistema escolar filtra os fracos, para não estorvar os filhos dos fortes - não necessariamente os mais inteligentes, mas os que têm uma vida regrada, tomam o pequeno-almoço antes de ir para a escola, têm a mãe (alemã e com curso superior) em casa a ajudar a fazer os trabalhos de casa, têm com que pagar as explicações, são proibidos de ver televisão e jogar computador, vão para a cama às oito, têm um consumo controlado de açúcar, são dopados com ritalina, etc. - todo um programa para aumentar as capacidades competitivas e não perder o comboio elitário. <br />Os outros vão para uma escola menos exigente (Realschule), ou para uma da pesada. Nesta (Hauptschule) juntam-se miúdos a quem, aos dez anos de idade, foi dito: tu nunca passarás de um zero à esquerda. <br />Claro que isso não é o que lhes dizem, é o que eles sentem quando recebem o veredicto: tu tens uma inteligência mais prática, esta escola convém-te mais. <br />O ambiente nessas escolas é terrível. Miúdos cheios de ressentimento e sem esperança no futuro. Já no início da adolescência.<br />Como se não fosse suficientemente mau, é óbvio que essas escolas só são frequentadas pelos mais pobres, pelos filhos dos imigrantes que não se conseguem integrar, pelos marginais, pelos excluídos.<br />Belo gueto escolar.<br /><br />E agora pergunto: se é certo que as pessoas nascem com capacidades diferentes, porque é que não há entre os cientistas de ponta mais gente oriunda das classes de mais baixos rendimentos? E porque é que não se encontra nesta Hauptschule nenhum filho de médico?Helena Araújohttps://www.blogger.com/profile/08845694772466611900noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-91952065390869547082010-06-02T01:03:17.732+01:002010-06-02T01:03:17.732+01:00P.S. Além de que as artes estimulam a criatividade...P.S. Além de que as artes estimulam a criatividade, e, consequentemente, obrigam ao trabalho da massa cinzenta, resultando em desenvolvimento intelectual. E pegando no teu exemplo de entertainer, ninguém duvida que Jerry Seinfeld seja incrivelmente dotado, ou duvida?<br /><br />(já se falares daqueles atrasados mentais que aparecem nos tesourinhos deprimentes a fazer habilidades disparatadas, enfim, no comments)A.https://www.blogger.com/profile/13991434088653622894noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-34284007381004748192010-06-02T00:55:55.572+01:002010-06-02T00:55:55.572+01:00Ana:
quando vi a tua questão, lembrei-me imediata...Ana:<br /><br />quando vi a tua questão, lembrei-me imediatamente deste texto, que escrevi em 2005:<br /><br />http://horas-perdidas.blogspot.com/2005/02/gostava-muito-pronto.html<br /><br />creio que é claro que respeito a arte como manifestação de talento, e capacidade intelectual. Como digo, a inteligência e talento não tem obrigatoriamente de ser num único campo, há vários, das ciências, às artes, às humanidades. O que é importante é que cada um desenvolva os seus talentos e capacidades dentro das áreas de maior apetência. <br />E, pessoalmente, tivesse eu algum talento, e gostaria muito de ser artista.A.https://www.blogger.com/profile/13991434088653622894noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-10013961.post-26810432316937325832010-06-02T00:48:53.132+01:002010-06-02T00:48:53.132+01:00E outra questão nem sempre se trata de capacidade ...E outra questão nem sempre se trata de capacidade mas de opções. Há quem tenha capacidade para ser cientista e prefira ser "entertainer", por exemplo.Anahttps://www.blogger.com/profile/10512667454408197465noreply@blogger.com