31 de agosto de 2009

Decoração de interiores

Apeteceu-me variar aqui o papel de parede, mas ainda não tenho bem a certeza se gosto e se deixe ficar - sei que não tarda me estará a irritar e voltarei, como sempre, ao branco -, mas para já, vamos a votos.

Adenda: começou a irritar-me mais cedo que o esperado. Branco it is.

Pronto, está tudo explicado IV

Você é cerebral como Miranda. Dotada de mente lógica, ela é a menos sonhadora, a mais realista e a mais prática do grupo. Mulheres cerebrais, como Miranda, são cépticas: só acreditam no que a razão lhes mostra. Geralmente, dão mais valor à carreira que ao casamento. Não romantizam a relação, como as idealistas, nem variam de parceiro como as hedonistas. E também não sonham com casamento, como as guardiãs. A questão de género faz pouca diferença quando se trata de cerebrais, ou seja, elas são bem parecidas com eles.

Quiz do facebook "Que personagem do sexo e a cidade é você?"

Katharine Hepburn

Há dias em que uma pessoa não devia sair da cama

Andava eu contentinha da vida, porque a feiíssima mazela resultante de uma canelada incisiva numa aresta da cama estava quase a passar, mesmo a tempo de ir apresentável ao casamento da minha prima, quando esta manhã sou abalroada por uma maluca sobre rodas, fodendo-me a outra perna.

Spam

Uma das coisas que me irritam solenemente, e que têm em mim exactamente o efeito oposto ao pretendido, é que me tentem obrigar a visitar blogs, ou, pior ainda, a lê-los. E como se não bastasse frequentemente receber comentários que consistem apenas num link para outro blog e pedido para o visitar, ou melhor ainda, para o lincar, volta e meia recebo por e-mail textos de blogues, como a obrigar-me a ler mesmo que eu não queira. Era o que faltava. Queria por isso avisar que duas coisas acontecem nestes casos: no primeiro, nunca sigo o link, no segundo, clico sem ler no botãozinho do spam, para onde passam a ir directamente todos os mails posteriores.

Para além de chorar desalmadamente

Ao ver vários episódios seguidos da Anatomia de Grey, mais alguém começa a pensar em todos os tipos de cancro que pode ter sem saber, especialmente tumores cerebrais?

30 de agosto de 2009

O que eu tenho andado a perder


Kevin McKidd aka Dr. Owen Hunt

Esta coisa de ser emigrante e não ter televisão e tal, faz com que ande um bocado atrasada na maioria das séries que acompanhava, como a Anatomia de Grey, mas agora que resolvi actualizar-me, pergunto-me como é que é possível isto me tenha escapado por tanto tempo.

E vocês, suas pirosas, andam-me para aí a suspirar pelo nhó nhó nhó do gossip boy? Totós...

29 de agosto de 2009

Venho aqui só dizer que:

A namorada de um amigo meu passa-lhe as meias a ferro. As meias. Vou repetir: as meias. Passadas a ferro. Porque senão ficam duras. As meias.
Eu nem sequer tenho ferro.

Achei que era importante partilhar.

28 de agosto de 2009

We'll always have the sense of humour

- Should I go and ask mamma C. her blessing?
- I'm sure she'd approve.
- Or she might ask where's my other half.
- Give yourself some credit. She might just wonder where's the missing third.


Lamento informar-vos, mas a vida não é justa


Gato Preto, Gato Branco

A propósito do comentário à (pouca) altura do gossip boy, e relativamente à minha predilecção por homens (muito) altos, apareceram por aí uns rapazes ofendidos, como se fosso um crime confessá-lo. "Deves ser gigante" disse um. Sorrio. Como se tivesse alguma coisa a ver. Não, não sou, sou uma amostra de gente, metro e meio mal medido, como dizia a minha mãe. E depois? Têm os feios que se sentir atraídos por raparigas feias? Ou os gordos por gordas? Os altos por altas e os baixos por baixas? Peço desculpa por desapontar-vos, mas o mundo não funciona assim.
As pessoas sentem-se predominantemente atraídas por certos tipos, e não é uma coisa racional ou pensada. Claro que no fim, podem conhecer alguém completamente oposto ao que geralmente procuram, por quem se apaixonem, mas isso já ultrapassa a atracção imediata. Eu gosto de homens altos e magros. It's my thing. É claro que não estou livre de me vir a apaixonar por um baixo e gordo, mas a verdade é que ao entrar numa festa, num bar, ou onde quer que seja, é para o tipo alto que eu vou olhar. E isto não é uma ofensa para os mais baixos, nada contra, é só o meu gosto pessoal. Felizmente, nesse aspecto, até tenho alguma sorte, porque os muito altos também têm tendência a achar-me graça a mim, exactamente por ser pequenina. E não me parece que as modelos da Victoria Secret se fossem sentir ofendidas por tal coisa.
Se é injusto, pois claro que é, mas é assim. Quantas vezes já me interessei por rapazes que não me ligaram nenhuma, por não fazer o seu tipo, por gostarem de altas, ou de mamas grandes, ou de louras, ou de caladinhas, ou de mais bonitas? Muitas, e não há nada que se possa fazer quanto a isso. A vida não é justa, ou nasceríamos todos Brad Pitts e Angelina Jolies. Eu, por exemplo, gostava muito de ter a cara da Natalie Portman. Arrisco até dizer que teria mais sorte na vida com ela. Mas não tenho, paciência, tenho que viver com a minha. Sem me armar em ofendidinha de cada vez que outros manifestem preferências que não correspondam ao que sou. É a vida. Get over it.

Isto sim, é um grave problema

Adormeço em tudo o que é conferência, colóquio, apresentação oral, whatever, desde que dure mais de 10 minutos. É pôr-me numa salinha às escuras com um projector ligado para o meu cérebro imediatamente entrar em modo stand by. E é chato, porque às vezes até são assuntos que me interessam e que eu gostava de acompanhar. Mas dá-me sempre um sono de morte que não consigo controlar, passando o tempo inteiro a lutar contra o peso dos olhos. Não é por mal, it's beyond my control.

*Já era um problema na universidade, embora ainda não se tivesse desenvolvido completamente. Um dos meus professores mais porreiros, o Álvaro Tavares, apanhou-me a dormir várias vezes, e conhecia-me pela menina que adormecia nas suas aulas, tendo mesmo chegado a dizer-me que por vezes tinha vontade de me ir assustar. Uma vergonha.

Spencer Tracy e Katharine Hepburn

Ascendentes

Há blogues onde me sinto inibida de comentar. São especialmente aqueles de que gosto muito e admiro quem escreve. A maior parte das vezes, de homens. Sinto-me intrometida, como se entrasse sem ser convidada. Como a criança impertinente que interrompe conversas de adultos. Assusta-me a possível condescendência e enfado relativamente à invasão, um revirar dos olhos, suspiro e quem é que é esta pita pensa que é? Sim, há blogues onde me sinto inibida de comentar. Hoje arrisquei num. Maioridade, talvez.

So true

Luna had the right to remain silent, but she didn't have the ability.

Daqui, where else?

*quem me conhece bem sabe o quanto isto é verdade.

Obviamente, não o posso dizer em entrevistas

Não sou uma pessoa esforçada. Nem motivada. Muito menos ambiciosa. Não fosse a sorte de ser esperta e estava bem lixada.

27 de agosto de 2009

And isn't it ironic

"Luna is the epitome of femininity"

A primeira frase que me apareceu aleatoriamente neste site, que possivelmente irá ser responsável por umas horinhas de procrastinação, e que conheci graças à Menina Limão.

Katharine Hepburn

Pronto, está tudo explicado III

Tenho um amigo a viver em minha casa há 3 semanas - long story. O meu amigo tem namorada. Ciumenta. Bastante ciumenta. Que mal me conhece. Que me viu umas 2 vezes. E que não se importa nada que ele esteja a viver na minha casa há 3 semanas.*

* Não que devesse, que não deve. Mas ao menos dantes as namoradas dos meus amigos ainda me odiavam disfarçadamente e sem razão. Agora nem isso. Uma tristeza.


Barómetros

Subscrevo no meu reader as "top stories" do Público e da Time, de forma cobrir por alto o nacional e o internacional. Estas duas subscrições oferecem-me uma visão particular do que é considerado notícia, e da importância que se dá a não notícias, reflectindo em parte a cultura de um país e do seu jornalismo. Por exemplo, ao chegar de um fim de semana prolongado sem acesso à internet, abrindo o reader tenho geralmente umas 30 notícias da Time por ler. E 450 do Público.

Feeds

A julgar pelas notícias de última hora do Público, o Senador Edward Kennedy já morreu pelo menos umas 15 vezes.

24 de agosto de 2009

Gossip boy


Ed Westwick

Da nova vaga de meninos bonitos do pequeno e grande ecrã, reparo que muita menina suspira por este. Não que não tenha a sua pinta, que tem, mas parece-me um bocado baixote. Atarrecadito mesmo. Ou estarei enganada?

23 de agosto de 2009

Pronto, está tudo explicado II

Realmente eu devia ter desconfiado quando, um amigo que compra ursinhos de peluche para as amigas, a mim me oferece um baralhador de cartas automático.

22 de agosto de 2009

Eu fico aparvalhada com estas coisas

Como com o facto do facebook me sugerir como amigo alguém que é, de facto, meu amigo, ou lá que categoria lhe possamos dar, que vive em são francisco e com quem tenho zero amigos em comum. Como é que eles adivinham?

Pronto, está tudo explicado

"You act like a boy"

Frase proferida ontem à noite, relativa à minha pessoa, enquanto bebia umas cervejas com os rapazes. Tentei explicar que não era propriamente um elogio, mas não foi possível. Além de me levantar outra questão: como é que se "act like a girl?".

(Será que andei enganada toda a vida, a achar que até era mais ou menos feminina? Amigos que me lêem, rapazes que me conhecem: do I act like a boy? A sério, preciso de saber.)

Coisas realmente importantes

Gosto muito do nariz do b fachada.

20 de agosto de 2009

Street Billie Jean


Londres, 13 de Agosto de 2009

Coisas giras

Descobri que, coincidência das coincidências, estas brasucas lá do outro lado do atlântico, sentem exactamente o mesmo que eu relativamente a não gostar de falar ao telefone - mais, o pai de uma delas também não gosta - e aos amigos virem com livrinho de instruções:

http://eleteialilian438.blogspot.com/2009/08/instrucoes.html

http://redemaistv.blogspot.com/2009/08/manual-de-instrucoes-diz-se-muitas.html

Já esta, por seu lado, também se baseia em médias mais ou menos um desvio padrão, embora eu desconfie que na verdade ela não saiba o que é um desvio padrão:

http://lalinhavd.wordpress.com/2009/07/29/as-putas-das-excecoes/

E esta também não tem pachorra para gajos "drama queen":

http://lambosguinha.blogspot.com/2009/06/sou-lesbica.html

Acho tudo isto fantástico.

19 de agosto de 2009

Enjoy it while it lasts, 'cause tomorrow's the last day



(Pedro, na sexta já vai chover)

Aquela amiga

Quase toda a gente tem uma amiga porreira, inteligente, divertida, com piada, que gosta de sair e de festa, comunicativa e sociável, conhecida pelo seu sentido de humor peculiar, que viaja e tem sempre histórias para contar, que tem a sua vida e o seu trabalho, a sua casa, que é independente e aventureira, que, não sendo nenhuma top model, até é gira e engraçada, sem nenhum defeito visível, mas que, por alguma razão que ninguém conhece ou compreende, é uma eterna solteira. Conhecem-se-lhe alguns casos, coisas passageiras, umas mais desastrosas que outras, mas raras relações sérias e duradouras. Às inevitáveis perguntas de amigos e família, encolhe os ombros, já há muito tendo deixado de procurar explicações que não existem, mais para satisfazer os outros que a si própria. Os amigos mais próximos, já se habituaram, tendo por isso deixado o péssimo hábito de lhe tentarem arranjar arranjinhos, embora os novos por vezes ainda incorram nesse erro, por não entenderem que possa estar sozinha e bem, sem ansiedades. Se lhe perguntam se ainda espera, e cair no erro de responder que sim, olham-na então com uma certa comiseração, como se lhe faltasse um bracinho, ou uma perninha, razão pela qual acaba quase sempre por optar pelo caminho mais fácil, respondendo que está habituada a estar sozinha - que está -, e que gosta da sua independência - que também gosta -, embora ocultando que não se importaria de ter companhia, desde que boa, e não apenas por comodismo ou falta de melhor. Quase toda a gente tem uma amiga assim, que escapa à compreensão dos demais, nem se encaixa na nossa percepção de normalidade social, onde o singular é encarado com desconfiança face ao conforto dos pares. Essa amiga sou eu.

Piadas britânicas

Perguntarem-me a idade no supermercado porque estava a comprar álcool.

(a idade a partir da qual é permitido comprar bebidas alcoólicas é 18 anos)

18 de agosto de 2009

E perdoem-me já antecipadamente os potenciais artistas plásticos modernos que aqui vierem

Mas um monte de lixo no meio de uma sala vazia continua a ser um monte de lixo para mim. Ou um vídeo com um tipo a masturbar-se no meio das próprias fezes enquanto vomita - eu devia ter prestado atenção ao aviso à porta da sala, mas pensei que fosse só gente nua como na anterior -, apenas mais uma manifestação doentia de taras escatológicas que deviam estar nas prateleiras de pornografia, secção fetiche. Mas não. É arte abjecta. Pois. É isso e instalações.

(Não é falta de cultura, é falta de sensibilidade mesmo, por isso não me venham dar liçoes de história de arte e falar em Bacon e tal, que não vale a pena.)

Coisas (quase) inconfessáveis

Tenho dificuldades com a arte moderna, coisa mais uma vez confirmada durante as horas em que me fui cultivar para o Tate Modern. A minha sensibilidade artística não anda de mãos dadas com a vanguarda, e, na verdade, minha concepção do que é arte e capacidade de "entendê-la" enquanto isso, vão até pouco além de 1920. O que denota que estou só atrasada um século.

Diz que amanhã vão estar 29 graus

É simples: não fale

Alguém veio ter a este blog com a seguinte questão:

"como falar de Deus para uma pessoa nao crente"

Conselhinho de amiga: não falem. Fiquem lá com a vossa fé, que é coisa íntima e assim mesmo deve continuar. Eu também não ando por aí a chatear quem é crente com as minhas convicções, de modo que espero que façam o mesmo comigo. Até porque é chato, e uma pessoa não quer ser mal educada para ninguém.

Sabes, sim

"Voltemos então ao amor… eu, que sei tudo de fonte segura, por ter consultado o que se escreveu sobre o assunto em revistas sérias como a Lancet, a New England ou a Nature, vos garanto que é SÓ uma questão de sorte. Ora pois, uma variável tão imprevisível como o acaso. É lixado, pois é. Mas não desesperem já os leitores. A sorte do amor é não só categorizável, como, condicionada por um sem números de factores que fazem com que cada ser humano tenho uma probabilidade muito superior a 50% de não ficar sozinho. O primeiro destes será, sem dúvida, o facto de não gostarmos de estar sozinhos. Não me lixem com a conversa de “eu agora estou bem assim”, “não me apetece ter ninguém”, “já me habituei a estar comigo”, “gosto deste espaço”, que em mim provocarão gargalhada farta, contida, é certo, mas intensa na mesma. O ser que é humano gosta de companhia no sentido sexual da coisa, e gosta, porque, a bem dizer, é bom. E é permitido estar à espera. Tem de ser, ou não aconteceria a ninguém. Porque a pessoa espera, é verdade que sim. Com maior ou menor ansiedade, pensando mais ou menos no assunto, querendo com mais ou menos intensidade, estando mais ou menos disponível. Assunto diferente é sermos surpreendidos e coisa dar-se num momento ou de uma forma menos típica mas, mesmo aí, e ainda que tranquilos, se olharmos para dentro, até ao fundo do intestino, percebemos que estávamos à espera."

pela Muxy-Muxy no seu Paracuca

Ditam as regras blogosféricas que nunca se copiam textos integralmente, razão pela qual me contive e deixei de fora umas duas frases. Está aqui quase tudo dito, sem merdas de síndromes de princesa e coisas do género, mas, se me apetecer, ainda hei de voltar ao assunto.

I ♥ LONDON



Depois de 5 dias de loucura londrina, pergunto-me ó céus, porque raio é que eu vim para aqui para esta parvónia e onde andava eu com a cabeça quando nem sequer para lá concorri, cidade mais cosmopolita, coisa mai linda, onde seria certamente tão mais feliz?

(Obrigada Simãozinho do meu coração por me receberes tão bem.)

11 de agosto de 2009

E em londres, haverá bicicletas?


Agyness Deyn

Mas lá está, eles têm mesmo muita piada

Eu até achei bastante graça,


mas não posso deixar de concordar com este texto de Sérgio de Almeida Correia, no Delito de Opinião.

(Embora, como digo, tenha achado graça à brincadeira dos meninos do 31 da Armada, e não perceba o porquê de tanta celeuma e indignação - muito se ofende este povo, credo -, também penso que as únicas atitudes possíveis e dignas a tomar seriam apresentar queixa por parte da Câmara Municipal de Lisboa, por ser uma instituição pública e ter o dever de preservar a sua autoridade, e assumir a responsabilidade pelo acto e suas consequências por parte dos que nele participaram, conscientes da sua ilegalidade. Agora, o que me espanta mesmo foi a facilidade e descaramento com que a bandeira foi trocada, coisa apenas possível no nosso país, que noutro seriam imediatamente detidos. Ou, com azar, levado um tiro.)

E ficar quietinha, não?

Mais do que cometer um erro uma vez, uma pessoa sente-se especialmente estúpida quando o comete pela segunda, e logo de seguida. Foi como me senti quando, após ter partido o encaixe de plástico de uma coluna de HPLC ao tentar ligá-la, com a delicadeza que me caracteriza, e, estando aquela temporariamente inutilizável, decido então usar a coluna suplente, acontecendo-me exactamente a mesmíssima coisa.

10 de agosto de 2009

Certezas

Gosto de pessoas que sorriem com a cara toda.

"Yes we can"



O meu amigo António pelas ruas de Lisboa.

Não consigo decidir se isto é bom ou mau

"A minha professora de português até utilizou um dos teus textos para nos explicar o que são crónicas."

num comentário da Rainbow

Eu fico muito sensibilizada, orgulhosa até - não é ironia -, mas, e assim de repente, além de me pesar a responsabilidade de estar a contribuir para a (des)educação dos nossos jovens - ia dizer crianças, mas depois pensei que poderia soar ofensivo, e quem nunca foi adolescente sensível a designações que levante o braço -, parece-me que talvez se arranjassem melhores exemplos. Começando, nomeadamente, pelo melhor de todos. Falo do MEC, obviamente.

Coisas realmente importantes

Onde pára o Tiago Galvão?

Facebook

Tenho mais de trezentos amigos no facebook. Destes, conheço pessoalmente mais de noventa e cinco por cento - sim, eu fiz as contas -, sendo que os restantes cinco fazem sentido lá estar, seja por existirem afinidades e simpatias, pelos vários e-mails trocados ou blogues lidos reciprocamente há anos, pelo que nunca os ter visto é apenas um detalhe. Isto tudo para dizer que, o facebook, apesar do exagero numérico devido às minhas várias mudanças de país e meios, é para mim uma forma de estar em contacto com amigos, ou pelo menos conhecidos. Ou, vá, lá muito no limite, pessoas que sabem quem sou e que eu sei quem são, mas nunca menos que isso.
No entanto, de há tempos para cá, volta e meia, pessoas que eu não conheço de lado nenhum, que não faço puto ideia quem sejam, resolvem adicionar-me ao facebook, certamente após busca pelo meu nome. Muitas vezes arriscam até uma mensagem a perguntar se sou a Luna, como se fosse menos invasão por isso. Ora, eu até compreendo que as setecentas e tal pessoas que cá vêm diariamente sintam que me conhecem, e eu até agradeço, mas infelizmente eu não conheço as setecentas e tal pessoas que me visitam, não sei quem são, os seus nomes, o que fazem, se vêm por bem ou por mal, e, perdoem-me a franqueza, não quero ser amiga de todas. Além de não poder adivinhar que a miss x do blog y que até visito afinal se chama Maria Felisberta da Silva. Para mais, há uma razão para eu não ter no blog a ligação directa ao meu facebook, hi5, messenger ou sequer dê o meu e-mail pessoal, sendo que ela se resume à protecção da minha identidade e privacidade. Obviamente, se eu quisesse que toda a gente no mundo tivesse acesso a fotografias minhas e dados pessoais, postava fotografias minhas e escrevia longa e detalhadamente sobre esses mesmos dados pessoais. E não me daria ao trabalho de tapar os olhos ou acrescentar ruído nas poucas fotografias que decido publicar. Porque uma coisa é a Luna, outra bem diferente é a Ana, e há que traçar linhas divisórias. E isso também se faz rejeitando gente no facebook.

9 de agosto de 2009

Raul Solnado (19/10/1929 - 08/08/2009)



Quando morre uma figura pública, nunca sei bem o que fazer. Se deixar umas palavras, se não, se deixar apenas uma imagem, uma frase, qualquer coisa em jeito de homenagem, a mostrar que não nos esquecemos e que não nos passa ao lado. Ao contrário do que vejo nos elogios fúnebres blogosfera fora, e talvez por ser de uma geração posterior, o Raul Solnado não me marcou por aí além, não teve um papel principal no humor que acompanhou o meu crescimento, cabendo esse lugar ao Herman José. Mas é uma figura de que me lembro desde sempre, uma figura simpática, de quem era fácil gostar e admirar, mesmo sem ter assistido aos seus maiores programas e rábulas. E é por isso, e muito embora me desagrade ser mais uma entre tantos, quase parecendo macaquinha de imitação, depois de tudo já ter sido dito, e tão bem, que não posso deixar passar a sua morte em branco.

5 de agosto de 2009

Manual de instruções

Diz-se muitas vezes, brincando, que o sexo oposto deveria vir com manual de instruções. O que até tem cabimento, se pensarmos em todos os desencontros e desentendimentos provocados por formas diferentes de pensar e agir, e ainda mais de sentir, e que seriam tão facilmente evitados se soubéssemos mais sobre o outro. Mas não é sobre relações de que venho falar, ou até é, mas não amorosas. Extrapolando um pouco o conceito, diria que um manual de instruções que acompanhasse qualquer pessoa seria útil, e especialmente entre amigos. Uma lista com as coisas que tal pessoa gosta e desgosta, registos de personalidade, modos de acção e sinais de reconhecimento de emoções, como avisos a desagrados e formas de evitar ataques de fúria. E este livrinho, bem estudado por todos os que nos rodeiam e connosco convivem diariamente, evitaria tantas situações constrangedoras ou simplesmente aborrecidas, que tornaria a nossa vida bem mais fácil e agradável.
No meu caso, por exemplo, os meus amigos saberiam que há pouca coisa que eu odeie mais na vida que falar ao telefone, e que o meu limite de tolerância anda ali pelos 3 minutos. Para mim, o telefone serve para dar recados e transmitir mensagens concisas, nunca para conversar, e que estender uma conversa mais do que o mínimo indispensável torna-se para mim um suplício. O facto de a partir dos 3 minutos eu começar a responder em monossílabos deveria, por si só, ser um sinal de que a conversa se está a tornar muito longa, mas não, esse sinal é sistematicamente ignorado, pelo que acabo por ter de recorrer ao plano B, que consiste em simplesmente despachar a pessoa o mais rapidamente possível, com a melhor desculpa que encontrar. Como não sei mentir -isto também não podia ser só defeitos -, pode descansar o amigo frequentemente despachado, que a desculpa é sempre verdadeira, embora, ainda assim, desculpa. E não é por mal, que não é, e quem me conhece bem sabe que posso passar umas 8 horas seguidas à conversa sem descanso, mas ao telefone é que não.
Felizmente, o meu pai também não é grande fã do aparelho, pelo que as nossas conversas nos telefonemas para saber se está tudo bem, se resumem, na maior parte das vezes, a dizer que está tudo bem, e a dar conta de alguma coisa que precise ser falada. O resto, é conversado por e-mail, que é coisa muito mais do meu agrado.
E para perceberem melhor o quanto detesto mesmo falar ao telefone, a título ilustrativo dou que de bom grado trocaria meia hora ao telefone pelo mesmo tempo a lavar louça, e sem luvas. Por isso, se me quiserem manter contentinha e simpática, contenham-se e vão directamente de A a B, sem contar o caminho inteiro entre os dois. E ambos só temos a ganhar: eu não me enfado, e vós não sois despachados.

Holanda, este país tropical

E logo depois das minhas quaixas, uma súbita subida de temperatura, com máximas de quase 30ºC, e um calor húmido, abafado, e de repente núvens e chuva, e quase parece que estou nos trópicos. Pena que dure apenas 3 dias, que sábado volta o frio outra vez.

De comentários a post: ainda o sangue

"Dar sangue não é um direito. O que é um direito e de todos é o de receber sangue com a menor probabilidade possível de conter riscos infecciosos. Cabe aos organismos de saúde pública a responsabilidade de garantirem, tanto quanto os conhecimentos científicos o permitam, que quem o recebe está salvaguardado de doenças futuras, directamente relacionadas com a transfusão. Para isto existem critérios científicos que não se devem misturar com activismo político."

Concordo plenamente. São, de facto, os doentes, quem tem o direito a receber sangue o mais seguro possível, e dar sangue não é um direito per se. Mas há que lembrar que excluir indiscriminadamente homossexuais só por o serem, sem querer saber da sua história sexual recente, é também restringir o acesso a um bem escasso por parte dos doentes que se pretende defender.

Não consultei os dados estatísticos, nem sou epidemiologista, pelo que não saberia sequer analisá-los convenientemente. De qualquer forma, e como já disse anteriormente, não me parece que seja a orientação sexual só por si, mas os comportamentos, que inserem a pessoa em determinado grupo de risco. Estatísticas são baseadas em médias, em distribuições, e há sempre quem esteja nos extremos. Obviamente, é bem mais fácil fazer uma triagem rudimentar a partir de dados estatísticos, mas sendo o sangue um bem valioso, poderão estar-se a perder dadores inutilmente, e já que um questionário sobre comportamentos tem de ser feito de qualquer forma, porque não avaliá-los caso a caso, e inseri-los nos grupos depois?

O que está em causa nesta polémica, não é que se excluam homossexuais que tiveram comportamentos de risco – principalmente relações sexuais desprotegidas – nos últimos 6 meses a 1 ano, da mesma forma que se excluiriam heterossexuais, mas que se excluam também os que não os tiveram, baseando-se meramente na sua orientação sexual em vez de na sua conduta.

Alguém que não teve de todo relações sexuais durante 6 meses a um ano - é raro, mas pode acontecer -, ou que as tenha tido somente usando preservativo, incluindo sexo oral, sendo ou não homossexual, apresentará menos probabilidade de ter contraído uma doença sexualmente transmissível que alguém que tenha tido relações sexuais desprotegidas, mesmo que apenas com o seu cônjuge. Porque não é só o comportamento do próprio, mas também o comportamento dos seus parceiros, que contribui para o aumento do risco, e por mais que se tenha um comportamento irrepreensível, é impossível garantir o do outro, não se podendo jurar pelo que se desconhece.

O que acontece, se não estou enganada, é que tem de existir uma avaliação de risco relativamente a dadores que, embora mantendo relações sexuais desprotegidas, se encontram numa relação monogâmica e duradoura, como o casamento. É nestes casos em que têm de entrar as estatísticas e avaliaçoes de risco, pois recusar estes dadores - que imagino serem a maioria - seria pôr em causa a subsistência de reservas no banco de sangue. É nestes casos que concedo que o tratamento estatístico tenha maior importância, e que a inserção em grupos de risco maior peso, e maior pertinência.

Mas lá está, nada é infalível, e basta saber um pouco de estatística, para saber que há margens de erro, por vezes não tão pequenas assim. Infelizmente, tenho amigos seropositivos. Heterossexuais, infectados através de relações sexuais com membros do sexo oposto, com quem mantinham relações estáveis e duradouras, e que se não se tivessem descoberto infectados, quase por acaso, seriam aceites como dadores sem qualquer problema, por se encontrarem numa relação monogâmica há mais de dois anos. E por mais que a probabilidade seja mínima, dado o grupo em que se insere determinado dador, um doente infectado com HIV através de uma transfusão sanguínea não fica mais contente por saber que foi um num milhão.

"O leitor lembra-se com quem dormiu em 1999? E em 2002? E naquela tarde em que acordou de ressaca ao lado de uma beldade desconhecida, tinha feito sexo ou não? E o sexo que possivelmente fez, terá sido desprotegido ou não?

Acha razoável pedir a uma instituição para avaliar comportamentos de criaturas que em grande parte os ignoram? Não será melhor confiar numa categorização estatística, necessariamente falível, ainda que isso faça saracotear as nossas esquerdas giras, cheias de causas, tão alvoroçadas com os direitos (e que direito é este?) das minorias?"

Mais que estatisticamente, os dadores devem primeiramente ser triados através de questionários que possam avaliar os seus comportamentos nos 6 a 12 meses anteriores, sendo-lhes explicado detalhadamente no que consistem comportamentos de risco. Além disso, como se sabe, o período de janela, ou seja, aquele em que é impossível detectar a infecção por HIV – porque a detecção é feita indirectamente, não do vírus em si, mas dos anticorpos que são produzidos contra o mesmo – costumava ser de cerca de 6 meses, sendo hoje em dia muito menor, pelo que alguém que tenha sido infectado em 2002 já teve mais que tempo de desenvolver anticorpos anti-HIV e revelar-se seropositivo quando o seu sangue for testado.

Já se as pessoas ignoram os seus comportamentos, o que denota uma imensa falta de responsabilidadee inconsciência ao oferecerem-se como dadores, obviamente não estão aptas a dar sangue, uma vez que não sabem (literalmente) onde andaram metidas. E se não sabem, ou não se lembram, não se arrisca. Porque quem dá sangue tem de ser responsável e ter consciência das implicações que tem o seu acto, das consequências que a sua negligência pode ter em outrém, e isso passa pela também pela educação e informação do dador.

Para mais, o tipo de discurso veiculado pelo Dr. Olim poderá ter, a meu ver, repercussões indirectas graves e nefastas, e que passam pela possível difusão errónea da ideia de que afinal, mais que comportamentos, existem grupos de risco, pelo que sendo heterossexual se está a salvo, e que no fim de contas as campanhas de apelo ao sexo seguro são exageradas ou até desnecessárias.

Termino reafirmando que sou bastante radical no que concerne a motivos de exclusão, e admito que excluiria sem pensar duas vezes a maior parte dos meus amigos homossexuais. Bem como boa parte dos heterossexuais. Alguns deles que me são bem próximos, e por isso mesmo, porque sei o que a casa gasta. Mas, em ambos os grupos, conheço pessoas responsáveis, que sabem bem o que fazem, e cujo sangue poderá fazer falta e servir a alguém que dele precise. E estas pessoas não merecem ser discriminadas.

4 de agosto de 2009

E, finalmente, descubro que não estou maluca

Afinal, as datas de voos trocadas não é culpa minha, que não é, mas da govolo, que embora consiga os preços mais fofinhos do mercado, troca as datas automaticamente quando se faz alguma alguma alteração na pesquisa. Estão explicados os 3 dias extra em Portugal na Páscoa, e (por pouco*) os 2 a mais em Londres para a semana.

*Por pouco porque, tendo notado o erro imediatamente após receber a confirmação da reserva, ainda fui a tempo que me cancelassem a reserva sem pagar por isso.

Eu sei que possivelmente isto já não vos espanta,

... mas estando em pleno Agosto, a temperatura esta noite é de 11 graus celsius. Fresquinho, portanto. E eu que ia jurar que li gente a perguntar pelo verão em Portugal...

3 de agosto de 2009

Memorial do Convento



Adaptação teatral de Memorial do Convento, de José Saramago. Em exibição no Palácio Nacional de Mafra (PNM). Uma co-produção da ÉTER-Produção Cultural e PNM.

Só hoje vi este clip, embora o espectáculo esteja em cena há já mais de um ano. Quis a minha vida de saltimbanco que não tivesse tido ainda oportunidade de o ver, mas, conhecendo como conheço a maioria das pessoas que nele trabalham, recomendo-o de olhos fechados. Mais informação aqui.

Uma pessoa percebe que não deve andar bem da cabeça

... quando, pela segunda vez em menos de 6 meses, se engana nas datas a marcar bilhetes de avião.

Exibicionismo e estupidez

Às vezes pergunto-me se as pessoas são idiotas só porque lhes apetece, ou se o são sem sequer o notarem, pelo que não há nada a fazer. Mais, pergunto-me porque razão quanto mais idiotas o são, mais vontade têm de o mostrar ao mundo. Ou se todos os idiotas em Portugal comentam as notícias do Público, porque rara a vez abro uma sem me irritar com tanta estupidez e demonstração de falta de respeito para com a vida humana. Como aconteceu agora, em que chocada com o título "Sete cristãos queimados vivos no Paquistão", abro a página para ler a notícia até ao fim, e me deparo com um belo comentário referindo a inquisição para justificar um acto bárbaro desdes. Actos de violência do passado nunca podem servir para suavizar e justificar os do futuro, ou andaríamos ainda a crucificar pessoas e a aplaudir execuções públicas e circos humanos, sem nunca evoluir nem nos tornarmos mais civilizados. Mas com almas que lançam barbaridades destas, pergunto-me o que andará a fazer há anos a Amnistia Internacional, e se valerá a pena.

2 de agosto de 2009

E para que não haja confusões

Ainda sobre o assunto das dádivas de sangue, e para que não pareça que descuro a segurança em prol de simpatias, ou o que seja, devo dizer que sobre o assunto até tenho uma visão bastante radical, e que se prende com a resposta à pergunta "Teve relações sexuais desprotegidas ou outros comportamentos de risco nos últimos seis meses?"*, independentemente de se ser homem, mulher, gay ou straight, cão ou gato, passarinho ou piriquito, e se goste de carne ou peixe. Caso a resposta seja sim, é-se excluído. Parece-me simples. Até porque a responsabilidade não tem orientação sexual.

*Esta pergunta deve ser acompanhada de uma explicação detalhada do que consistem comportamentos de risco e o que engloba o termo relações sexuais.


Gay Pride Amsterdam



Acordo cedo, tinha combinado com o P. ao meio dia em Leidseplein. Chego sem fazer ideia dos planos, para rapidamente ser informada de que tínhamos lugar num barco. A diferença entre o Pride em Amsterdão ou noutras cidades do mundo, é que em vez de uma tradicional parada há um desfile de barcos - o que de repente me levanta a questão: então e as dykes on bikes? - sendo que para assistir ao mesmo as pessoas se juntam nas margens dos canais ou nas pontes, ou, melhor ainda, noutros barcos, de onde se disfruta muito mais, sem empurrões nem apertos, the coolest thing ever. Além disso, mais que uma festa gay, é uma festa da cidade, sendo que no primeiro barco do desfile vai o Mayor, e famílias inteiras se juntam para assistir. Chegando ao barco, dou de caras com um Johnny Depp* que seria o nosso schipper, camisa branca, wayfarer, all star, todo ele blasé, de pé sobre a popa ao comando do leme, oh my god, oh my god, i think i'm in love, que me fez passar a maior parte do tempo a olhar para trás, e que, contra todas as expectativas, não era gay. Por sorte, resolveu testar o meu dutch com uma das dez palavras que conheço, morango, isto é, aardbei, o que me permitiu salvar a honra e ganhar a sua simpatia para todo o sempre, ou pelo menos até ao fim da viagem e ao goodbye Ana. Pena que me tenha esquecido da máquina fotográfica, mas com um bocadinho de sorte receberei umas fotozinhas em breve, que os meus amigos gay não se distraem nestas coisas.
O dia estava magnífico, como raramente está, muito sol e calor, e as quatro horas no barco só não resultaram num valente escaldão porque felizmente eu sou daquelas pessoas que acredita nos benefícios do protector solar. Depois do barco, jantar e festa na rua, até, literalmente, não aguentar mais o cansaço. Mas foi bom, muito bom, e, especialmente, foi muito divertido.

*parecido mas parecido com a foto, mas sem chapéu nem fio.

Acabada de chegar do gay pride

No meu grupo estava eu, sete gays e um transsexual. Por momentos quase pensei que estivesse de novo em São Francisco.