25 de abril de 2007

Caixinha da discórdia

Entre cervejas discutia-se as vantagens de se ter ou não caixa de comentários. Eu defendendo-a com unhas e dentes e evocando as suas vantagens e características democráticas. Começo agora a perceber o outro lado. E quase a dar o braço a torcer, não fosse eu não dar o braço a torcer.

18 comentários:

  1. Pela minha parte, não quero incomodar. Apenas valer o meu ponto de vista! Está exposto. Não concordam? Digam porquê. Não concordo? Direi porquê a seguir. Sempre evitando ofender. São estes os princípios de uma conversa civilizada. Aquelas que eu gosto e sempre tive nesta casa que é tua.

    Verdade?

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  2. Cara Luna...

    Como se vê dos inúmeros comentários feitos aos seus posts, e da sua postura face aos mesmos comentários, era mais sincero admitir a razão pela qual mantém a caixa de comentários.

    Na minha opinião, que já leio o seu blog há algum tempo (pelo menos desde a sua última dúvida existencial acerca da caixa de comentários, que a levou, por um breve período a extingui-la por completo) acho que precisa da dita caixa como de «pão para a boca», senão, uma vez abolida não se sentiria compelida a fazê-la reentrar em cena.

    Apesar de não a conhecer de lado nenhum, suspeito que tem plena consciência que muitos dos seus posts não são apenas as suas opiniões pessoais, são sobretudo as suas provocações pessoais.

    Nestes termos «quem semeia ventos colhe tempestades». Tenho verificado que esta é uma atitude muito comum em pessoas que sofrem do seu mal: o de achar que as suas convições, sejam elas quais forem (p.ex. turismo espacial, desgraçadinhos do Sudão, etc) são moral e eticamente superiores às dos seus leitores. (Coisa que inúmeras vezes demonstra no tipo de resposta que faz a esses mesmos comentários. Incluindo as vezes em que faz dos erros ortográficos o seu cavalo de batalha. Concordo que é prefível ler um texto sem esses erros, mas quando estes existem, não adopto uma posição de sobranceria face às pessoas que os escreveram, porque um dia, mesmo que inadvertidamente, posso ser eu a cometê-los.)

    Por outro lado, defendo que o interesse do seu blog - tal como de muitos outros que por aí existem - reside no facto de mostrar aos outros o que pensa e porque/ou como o pensa.

    Grande equívoco é o seu, se considera que as pessoas comentam os seus posts pela qualidade superior da sua escrita.

    Muitos, deve haver, como eu, que embora apreciem ler sobre as posições que toma, não consideram a sua escrita digna de um prémio literário.

    [Tenho dito.]

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  3. Até eu, que sou parvo, percebi o que a Luna quis dizer com o post do Sudão.
    Lê aquilo com calma. Duas vezes.

    adenda: "desgraçadinhos"?

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  4. Oh god, here we go again...

    Caro anónimo do costume (devo dizer que a utilização dos parêntesis rectos é genial porque facilita bastante a sua identificação):

    Ao contrário do que afirma, que só pode dever-se a um escasso conhecimento deste blog e de sua autora, que se manifestava já na sua convicção de que apago comentários, de resto, eu nunca extingui a caixa de comentários, à excepção do período que se seguiu à morte da minha mãe, por motivos óbvios. No entanto isso passou-se há dois anos, e não creio que me lesse na altura.

    Criei este blog com caixa de comentários para poder permitir que todos expressem a sua opinião e dar espaço a debate se for caso disso. Claro que se os argumentos apresentados se baseiam na afirmação de que a autora deste blog é idiota e ridícula, após 50 comentários deixa de haver pachorra, mas já lá voltamos.

    É pelos meus amigos e leitores que me seguem desde essa altura, de quem gosto e respeito, que mantenho a caixa. Não quero privá-los de poder participar tal como faziam quando tinha 10 visitantes por dia, eles não têm culpa que a maior exposição traga também muito mais conflitos.

    Também, ao contrário do que afirma, os meus posts são apenas as minhas opiniões pessoais - é por isso que tenho um blog, para expressar as minhas opiniões pessoais! -, e só se tornam provocações quando são questionados até ao limite da exaustão por comentadores anónimos.

    O do Sudão, por exemplo, é tão pessoal que nasceu de uma troca de olhares com o meu pai na altura da notícia em questão, tendo a minha pessoa desabafado sob a forma das palavras "as maravilhas do mercado...". So, wrong again.

    Quanto às pessoas que sofrem do meu mal, digamos que a minha crença na humanidade se baseia na convicção de que a maioria das pessoas, quer sejam de direita ou de esquerda, desejam um mundo melhor e acreditam estar na sua orientação política a melhor forma de o conseguir. Logo, hopefully, cada pessoa de bem sofrerá desse meu mal terrível, de defender as posições que considera moral e eticamente superiores. Mal será quando as pessoas começarem a defender os ideais que consideram piores. Ou pelo menos penso eu de que...

    Quanto à correcção de erros ortográficos, ninguém é infalível, mas após basicamente me chamarem ridícula e idiota 50 vezes, começa a ser mais forte que eu. Antes de me darem lições e questionarem a minha capacidade de discernimento, ao menos aprendam a escrever, para que consiga dar-lhes algum crédito e autoridade.

    Quanto aos parágrafos finais: a sério? Não me diga? E eu a pensar que ia ser escritora e até já andava a pensar num romance...

    Quais dos 300 posts deste blog que conhece tão bem, onde afirmo não ter formação literária e muito menos pretensões nesse sentido não leu? Meu caro, se eu soubesse escrever não tinha um blog, escrevia um livro. Mas pelo menos assim sempre teve a sua oportunidade de dizer que escrevo mal - imagino-a a escrever isto e dizer "Toma!" com um sorriso de triunfo na cara, isto, claro, se lhe conseguisse imaginar uma cara.

    Por fim, deixe-me que lhe diga, que para quem se indigna tanto com as convicções de superioridade ética de outros, é um tanto ou quanto dado a sermões e lições de moral. Pelo menos a julgar pelo tom paternalista e condescendente dos comentários que me tem deixado, deixando implícita a sua enorme sapiência e superioridade a todos os níveis. Mesmo a forma como termina "Tenho dito" alberga em si tanta presunção, que deita por terra qualquer acusação que me possa fazer relativamente "ao meu mal". E ainda falha grandemente numa coisa: o anonimato. E perdoe-me, mas não consigo respeitar anónimos. Está ao mesmo nível que um texto pejado de erros ortográficos.

    Ao menos eu escrevo o que penso no meu blog, mas não ando nas caixas de comentários de outros blogs a fazer avaliações e julgamentos de valor a quem escreve, tenho mais que fazer.

    E agora sim, tenho dito.

    Parafraseando alguém: estou tão cansadinha!

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  5. Segue o exemplo da Ana de Amsterdam, mas deixa o endereço electrónico.

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  6. Antes de mais quero dizer que me estou a divertir à grande com esta saborosa discussão; o que não quer de modo algum dizer que a não esteja a levar a sério.

    De quanto me dei conta, julgo perceber que a polémica, pelo menos nas suas causas próximas, começa em Darfur com o Puma. À semelhança da Luna, também me reclamo de esquerda. Por razões e por emoções. Ou, dito de outro modo, por razões lógicas e por razões emocionais. Se não fosse assim estaria a alienar uma parte de mim. Parece-me ser o que está a acontecer com o Puma e com a Luna. Creio radicar aí o pomo da discórdia e, a questão, considerando as suas consequências laterais tem pano para mangas.

    A Luna invoca convicções – razões de ordem emocional – para defender o seu ponto de vista. Ao contrário do Puma, que invoca razões lógicas, para defender um ponto de vista que não concluí ser contrário ao da Luna. Dado que penso que cada um tem metade da razão, proponho uma solução de consenso democrático: juntem os trapinhos, aprendam cada um a razão do outro, e sejam muito felizes!

    Relativamente à questão do “sim” ou “não” à caixa de comentários, penso que a cultura bloguista passa obrigatoriamente por ela. Quanto à questão do “50 vezes ridícula”, acho tratar-se apenas de manifesta falta de imaginação. A mim, que não tenho blog mas de vez em quando comento, o que já me chamaram foi, pelo menos, 50 nomes diferentes: rafeiro, saloio, frustrado sexual, canalha, aldrabão, vigarista, papagaio, esquizofrénico, tinhoso, neurótico, energúmeno, pulha, snobe, cabotino, cobarde, pseudo-intelectual, invejoso, homossexual não assumido, impostor, mentiroso, castrado, boi, psicopata, atrasado mental, ... ... ...

    Obviamente que eu não sou propriamente um bom rapaz, mas... também não sou assim tão mau!

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  7. Luna, o blog é teu e tu é que sabes se é melhor para ti e consequentemente para o teu blog retirares a caixa de comentários. Admito que muitas vezes quando venho aqui, fico estupefacta com o tipo de comentários que são feitos. Aliás, consegues 'agitar as massas', realmente! Mas ninguém comentaria o teu blog se escrevesses mal e fosses tudo o que já te chamaram por aqui, talvez a verdade seja que as carapuças têm servido a uns e outros... O que não falta por aí, dentro e fora da blogosfera, é gente invejosa. Agora, tu é que sabes se vais condicionar-te por causa dessas pessoas. Anyway, é só a minha opinião e vale o que vale. Tenhas caixa de comentários ou não, não vou deixar de visitar o teu blog.

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  8. Luna, acaba com os comentários ou introduz a aprovação prévia. Já passei por isto há muito tempo. Uma coisa que os anónimos (ou não anónimos) não percebem, é que ninguém iria ler os comentários deles se não fosse o blogue do autor a fornecer-lhes palco e público. Na altura, quando acabei com os meus comentários não havia sistema de aprovação e habituei-me a não ter. Muitos amigos me diziam «epá e tal, isso é uma parvoíce» ou «não reajas». E uma pessoa fica completamente sozinha e exposta, só outro blogger que passa pelo mesmo é que compreende. Se reage é porque é não tem poder de encaixe, se não reage fica com os comentários atravessados, se apaga é porque admitiu que aquilo lhe doeu etc. etc.. É inútil negar que um comentário lixado, feito por alguém minimamente inteligente, mexe connosco mais do que um elogio qualquer. Mas para mim, a questão é simples: se alguém está verdadeiramente interessado em criticar o teu blogue ou a tua pessoa, então das duas uma: ou escreve algo sobre ti no seu próprio blogue, ou te manda um e-mail. Comentar publicamente é uma espécie de anchicalhar. Há quem retire prazer disso porque, por seu lado, se revela incapaz de cativar um único leitor que seja. O que deixa um "comentador anónimo" (em abstracto) fora de si é que alguém como a Luna tenha a lata de escrever o que quer que seja. A vingança é fazer uma espécie de pseudo-profiling à silêncio do inocentes... :)

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  9. Luna

    O homem está apaixonado.
    Sonha com o dia em que vão estar sentados no sofá uma noite inteira,dias a fio a debater até à exaustão todos os assuntos dos ultimos tempos, cara a cara...
    Sonha com o beijo que vão dar no final e sonha com uma mulher que lhe fará frente a nível intelectual, e que nunca se calará..como ele deve gostar de certeza.

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  10. Não entendo a existência da caixa de comentários como característica democrática, mas apenas como a possibilidade de interacção que dás aos leitores. Dito isto, essa possibilidade é também a que concedes a ti mesma, ao conheceres as reacções de quem te lê.
    O outro lado? Será um monólogo? Não me parece que seja isso que queres - e lá está mais um a pensar que te conhece, podes dizer: desculpa, mas acabamos por sentir que sim, que te conhecemos.
    O espaço é teu, faz dele o que quiseres.
    Críticas de outra natureza (sobre a flexibilidade do teu braço, por exemplo), faço-as por mail: parece-me o modo mais correcto.

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  11. Para a Luna e não só,
    Já faz algum tempo que leio o seu blog, e tal como o diz repetidamente, é um blog pessoal que exprime as suas opiniões pessoais. Ora, isto faz com que, bem ou mal, a Luna se dê a conhecer aos outros, ou melhor, a "personagem" Luna. Sim, porque é disso que se trata, de uma personagem criada com base na sua pessoa. Acontece que a Luna representa aquilo que eu mais discordo na nossa actual sociedade, representa um conjunto de ideias e de clichés muito bonitos e fáceis de "vender", mas que na realidade se encontram podres por dentro. Quando diz que todos nós somos moralmente superiores na exposição das nossas convicções, até tem razão. O problema reside no facto de a esmagadora maioria dos seus desabafos, ou divagações estarem carregas de falsas associações de ideias, de mentiras e imprecisões, ALIADAS a essa insuportavel superioridade moral!!! Esse tipo de associações, de tão bonitas que são, permitem que se passe realmente ao lado da verdadeira mensagem, neste caso, e no seu entender, o problema do Sudão é o capitalismo!

    Ao criar, e exibir essa sua personagem Luna, terá que aceitar que para alguns ela não só não é apelativa, como de alguma forma irritante, até porque representa um prototipo de muita gente. O "anónimo do costume" já deu alguns exemplos, mas eu poderia dar muitos mais. A sua desonestidade intelectual pode até nem ser voluntária, e acredito até que seja uma boa pessoa, mas não deixa de ser pertubador que alguém como a Luna (escuso-me de referir a idade, classe socio-economica, nivel estudantil, etc...) num mundo actual consiga proferir de ânimo leve tanta quantidade de banalidades e futilidades, todas mascaradas sob a capa do moralismo e da igualdade, e da ajuda dos desprotegidos, etc...

    Quanto aos erros ortográficos, acredite que não são por mal, são mesmo ignorância da minha parte, pela qual sinto até bastante vergonha.

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  12. A caixa de comentários não passa disso mesmo, duma caixa de comentários. Acho que faz falta porque permite acrescentar, retorquir, socializar, agradecer, berrar á fartazana, e por fim conhecermo-nos todos um pouco melhor. É para isso que serve e não para alimentar a satisfação de quem quer que seja. Quem tem medo de pôr uma, que não ponha e pronto. Quem quiser apagar alguma nota menos digna, que o faça. O que não podemos fazer é dela uma razão de viver, ou melhor, de ter e para ter um blog...
    é só.

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  13. Caro Puma
    as ideias políticas que aqui expresso são transmitidas de forma muito simplista porque não tenho um blogue político, de modo que apenas manifesto as minhas opiniões e não fundamentos de ciência política.
    Acontece que esses ideais que eu defendo - de esquerda - e que se baseiam na consciência de uma péssima distribuição da riqueza, são partilhados por mais de metade do eleitorado - sim, todos idiotas e ridículos segundo a sua opinião - e pelas pessoas que mais admiro na vida, como o meu pai.
    De modo que lá por o Puma não partilhar da mesma opinião por ser de direita e achar que a riqueza está muito bem distribuida e que capitalismo é a solução para todos os males, não mudará uma vírgula do que eu penso, embora o que eu penso seja mais elaborado do que escrevo aqui.
    Depois, vem a parte que eu não consigo entender nem por nada: se não gosta, se o irrito, se não concorda, porque lê?
    Isto não é Os Maias, não é um blog de leitura obrigatória, é o MEU blog, da minha pessoa, que expressa livremente tudo o que pensa porque criou um blog, mas que não usa o dos outros para ganhar visibilidade.
    Por isso, querido Puma, desampare-me a loja, eu já não tenho cu para esta merda, qualquer dia apago o blog e começo noutro lado só para não ter de levar com os defensores da moral e dos bons costumes que já ninguém aguenta!
    Vá ler o 31 da Armada, o Blasfémias, o Atlântico, filie-se no CDS-PP, mas não me chateie mais, porra!

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  14. Mas afinal, O QUE É QUE SE PASSA AQUI?!??!

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  15. Caro tão sapiente e equilibrado Puma,
    uma vez que não estabelece uma correlação de causa-efeito com os reais interesses do capitalismo destes últimos anos, poder-nos-á iluminar em que, na sua - concerteza bem sustentada - opinião, reside afinal o problema do Sudão, Darfur, Ruanda, Angola e outros que tais, nomeadamente em África?
    Poder-se-á culpar os regimes "ditatoriais" nestes países, sem antes se fazer o exercício intelectual de pensar em quem, de facto, os mantém? Nos grandes grupos económicos, como exemplo a Shell em Angola?
    Porque, das duas uma, ou existe da sua - tão proclamada - parte honestidade intelectual, ou não passam de sound-bytes. Porque de discursos redutores e não sustentados estamos todos fartos.
    Selecção natural, certo?

    Ele

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  16. Porque não activas a mediação? Assim expurgas tudo o que seja ofensivo e manténs o que seja discordante, mas apenas uma discordância que não contenha ofensa ou ataque gratuito.
    Eu tinha um psicopata no meu blog, que é bem menos visitado que o teu, e assim que activei a mediação de comentários, os insultos rasteiros acabaram de vez.
    E apenas a talho de foice, sugiro que os senhores "capitalistas" vejam bem o que anda o Wolfowitz a fazer no Banco Mundial. E isto é só um exemplo, onde existem muitos mais.
    Obviamente que podem existir muitas formas de analisar uma questão, mas achar que o que se passa em Darfur não é uma ignorância internacional vergonhosa devido a uma ausência de interesse económico no território não olhou com certeza para o Iraque nos últimos quatro anos. E é no fundo essa hipocrisia que se combate em jeito de argumentação tão lógica de um lado como do outro. Porque o que se passa em Darfur é semelhante a um polícia que vê alguém a agredir outra pessoa na rua mas como percebe que se trata de querela familiar, assobia, olha para o ar e continua em frente.
    Mas já me estou a desviar.

    Sugestão: Fazer pré-aprovação dos comentários, e deixar tudo o que signifique discussão e troca de ideias, e simplesmente obnubilar aqueles que se escudam no pleno anonimato para disparar. Se a discussão é honesta, porquê esconder? É por isso que existe um e-mail onde as pessoas podem discutir e levar a discussão mais adiante se assim pretenderem. Eu nem sempre concordo com a autora do blog, e expresso-me nesse sentido, mas não há qualquer desculpa para o ataque anónimo. Em meu ver, não é digno.

    Cumprimentos a todos.

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  17. A mediação não me agrada muito...

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  18. isto assim é que tem piada.
    é a imagem real da fauna blogosférica.

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