Parece que os maquinistas da CP andam descontentes com os seus salários de 2000 ou 3000€, mais prémios de assiduidade e tal, e fazem greves atrás de greves. Acabei de ouvir um senhor na televisão a dizer que são altamente qualificados, e que a formação de um maquinista demora cerca de um ano. Uau. Um pós-doutorando ganha 1500€ por mês, 12 meses por ano, sem direito a subsídios de Natal ou férias, a descontos para IRS, a desemprego ou baixa por doença, a anos de trabalho para reforma, tendo dificuldade em coisas tão essenciais para uma vida normal e constituição de família como conseguir um empréstimo para comprar uma casa porque não têm garantias para dar ao banco nem IRS para mostrar. Um pós-doutorando, se tirarmos o ensino básico e secundário, conta com cerca de 11 anos de formação altamente especializada. Pronto, era só isto.
Ora nem mais.
ResponderEliminarmesmo! acho a greve dos maquinistas absolutamente ridícula. e extremamente inconveniente :|
ResponderEliminar... não é por aí.
ResponderEliminarQuanto à greve, há alturas melhores.
O que eu sei é que não é suprimindo ou congelendo regalias a uns que as regalias de outros vão aumentar. Isso é certinho. E o salário não deve ser indexado à formação académica mas sim à competência demonstrada, relevância do trabalho para a sociedade e responsabilidade do cargo que ocupa. Isto é o que eu penso, independentemente de estar ou não ao lado de quem faz greve. Independentemente de determinada greve me incomodar ou não.
ResponderEliminarA realidade do pós-doutorando que referes, se calhar, merecia uma greve. Mas essa luta não podem ser os maquinistas a fazê-la.
Beijinhos
PS: Andas por cá ou pelas Holandas?
Ando por cá.
ResponderEliminarO que me irrita nestas greves é que estes trabalhadores ganham bem mais que a maioria da população - eu arriscaria dizer mesmo que nao ganham nada mal e ainda fazem greves em alturas que prejudicam, principalmente, os mais necessitados.
Além de darem milhões de prejuízos à empresa com a greve, ainda recebem a retribuição relativa aos dias de greve, paga pelo sindicato. clap clap clap clap...
ResponderEliminarNão sei se lá pelas "holandas" costumas ver noticiários portugueses, mas diz lá que não dá gosto de ver e ouvir disto, de manhã à noite?
Valha-nos o ☼ ...
À conta dessas damas mimadas tenho o Ano novo estragado, enfim.
ResponderEliminarPois, mas n estamos a falar de bolsas (fui bolseira muitos anos), mas de trabalho. Na verdade desconheço os salários dos maquinistas. Qto à altura da greve - se´n é p chatear vale mto menos a pena.
ResponderEliminarGostava q houvesse justiça p todos, e cada um terá de fazer por si.
De trabalhadores n bolseiros, queria dizer.
ResponderEliminarSegundo o que tenho ouvido a média é 2000€, chegando aos 3000€.
ResponderEliminarAs bolsas sao uma forma de empregar, sem contratar. As bolsas sao do mais injusto que há, e quase única alternativa a quem ainda quer trabalhar em ciencia.
ResponderEliminar(na Holanda e outros países civilizados, os phd e postdoc sao trabalhadores da universidade, com todos os direitos dos trabalhadores)
O que são os bolseiros senão trabalhadores a quem não concedem esse estatuto?
ResponderEliminarDe facto, não entendo mesmo por que razão fazem greve os maquinistas. São uma classe privilegiada, tal como as prima-donas dos pilotos de avião, que volta não volta, ameaçam com greves...
ResponderEliminarPois eu acho que eles ganham pouco, comparado com o que ganha o administrador da CP. Assim como assim, é uma empresa tecnicamente falida, se pode pagar coisa de 100.000 por ano ao administrador, também pode largar 3.000 por mês aos maquinistas.
ResponderEliminar(não sou a favor nem contra a greve, acho que o timing é péssimo e estão a ser para lá de burros, mas adiante)
Luna, n imaginas o respeito q tenho pelos bolseiros nem tudo o q já fiz, no exercício da minha profissão, p defender e ampliar os seus direitos, eu e colegas como eu. Claro q os bolseiros são trabahadores, por isso acrescentei a ressalva. Eu ppa, repito, já fui bolseira demasiado tempo, até q enfim fui regularizada (e tb lutei por isso). Agora, o facto é q as bolsas n são formas ilegais de trabalho, se respeitadas nos seus conteúdos e timings. Quem pede e consegue uma bolsa de 4 ou 5 anos, tem de compreender q n tem o direito de ser vinculado ao serviço por essa razão, ser cumprir a natureza e a duração legal da bolsa. É verdade q as bolsas podem abrir lugar a injustiças, mas têm o objectivo de dar formação, e n a obrigação de dar trabalho. Essas distinções são fundamentais.
ResponderEliminarAssino por baixo, se assim for. Quanto ao que diz a Tamborim Zim, isso é verdade, mas pergunto: e trabalho científico, há? Tirando o ensino superior (que até nem me parece que seja a mesma coisa, mas vá) quais são as alternativas para, como diz a Luna e bem, ainda quer trabalhar em ciência?
ResponderEliminarGreves a mais e quando mais lhes convem, como foi no fim de semana de Natal. Queriam umas férias.
ResponderEliminarGanham muito mais do que a população em geral. E depois ainda lhes pagam os dias em que fazem greve. Assim não custa.
Pedro, exacto, não há. Quem faz 3 postdocs não é porque quer continuar a sua formação, mas porque é a única forma de arranjar trabalho na área em que se especializou durante anos. Houvesse mais emprego científico (isto é, com contratos de trabalho e tal) e iam ver as candidaturas a postdoc a cairem drasticamente. É que se faça um, para se aperfeiçoar mais numa área, é uma coisa, dois ou tres é mesmo desespero.
ResponderEliminarSindicatos...
ResponderEliminaré um povo que fala muito em direitos e muito pouco em obrigações. salários de 3 mil euros qd toda a gente está a cortar em tudo e os gajos ainda se queixam? e não querem trabalhar? e resolvem infernizar a vida às pessoas para irem eles curtir o fim de ano, dizendo que é greve? pá, a sério... falta de profissionalismo e de noção, é o que é. o trabalho é uma obrigação, não é um direito...
ResponderEliminarqto aos prémios de assiduidade explicaram me outro dia que é a forma de calar os FP por nao serem aumentados há 3 anos, isso nao acho injusto, acho ilegal pq é o estado a fugir aos impostos que ele mm cobra...
ResponderEliminarPois tens toda a razão. O mundo anda de pernas para o ar...
ResponderEliminarEscusas de ir tão longe. Aqui, uma mestre em Comunicação Política ganha o salário mínimo. :)
ResponderEliminarEnfim, não acrescento mais nada ao que disseste porque tens toda, toda a razão. Só que é muito complicado fazer certas mentes entender isso.
ResponderEliminarEmbora leia o blog frequentemente, acho que nunca comentei mas perante a troca de ideias sobre postdoc nao posso deixar passar uma vez que e uma realidade que conheco bem demais.
ResponderEliminarNo meu entender, ha outras alternativas ao postdoc com bolsa como existe em Portugal e que nao passam necessariamente pela passagem a efectivo. Por exemplo na Holanda como a Luna bem referiu, os postdoc tem todos os beneficios de um trabalhador, nomeadamente: direito a ferias e baixa por doenca, subsidio de ferias e de natal, aumento de ordenado por escalao (depedendente do numero de anos e avaliacao anual do supervisor), com descontos obrigatorios para a reforma e para o subsidio de desemprego. Ou seja, tem o que todos os outros trabalhadores tem, mas por tempo limitado ao contracto de trabalho. Portanto nao e requerimento pertencer-se ao quadro da fac ou instituto onde se trabalha, o que existe e um contracto de trabalho por tempo limitado que tem como objectivo que o postdoc tenha tempo para gerar resultados com os quais possa submeter projectos de modo a trazer dinheiro. E a situacao ideal? Provavelmente nao mas e sem duvida nenhuma muito melhor que a situacao em Portugal.
Ana
PS. Desculpem a falta de acentos mas por acentos com teclados holandeses e do demo.
Então um maquinista ganha mais que um médico??? Acho que temos de ensinar as nossas criancinhas não a estudar muito mas a ser esperto e escolher a profissão certa!!
ResponderEliminarHaver ou n alternativa p "trabalho científico" às bolsas n é o q está em causa na minha resposta à observação da Luna.Se um bolseiro n consegue (por falta de alternativas), deixar de ser bolseiro, ainda assim n "pode" comparar o seu vencimento (de bolseiro), ao de um trabalhador dos quadros q reclama n sei pq situação profissional. Pode, sim, reclamar da n existência de trabalho como contratados - e isso tb até certo ponto, pq n há milagres, n podemos empregar todos os Licenciados, Mestres, Doutorados e Pós-Doutorados q temos. É uma pena, mas é a verdade. E, percebendo e aceitando isso, podem procurar trabalhos q n vão necessariamente ao encontro da formação académica, foi o q muito boa gente fez. O mercado de trabalho n anda a reboque do nº de estudantes q sai a toda a hora das Faculdades. Qdo se integrarem em algum lado, duvido q tb n se manifestem, q n façam greves, etc.. A postura do sou formado dêem-me emprego, já n tem qqer retorno, abram o olho. Por outro lado, a ligação ao tecido empresarial pode ser mto prometedora, visto ser o sector q mais investe em Ciência e Tecnologia no n/País.
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