Se podes conservar o teu bom senso e a calma
Num mundo a delirar para quem o louco és tu
Se podes crer em ti com toda a força d’alma
Quando ninguém te crê; se vais faminto e nu
Trilhando sem revolta um rumo solitário
Se à turva incompreensão, à negra incompreensão
Tu podes responder, subindo o teu calvário,
Com lágrimas de amor e bênçãos de perdão
Se podes dizer bem de quem te calunia;
Se dás ternura em troca aos que te dão rancor,
Mas sem a afectação dum santo que oficia,
Nem pretensões de sábio a dar lições de amor,
Se podes esperar sem fatigar a esperança;
Sonhar, mas conservar-te acima do teu sonho;
Fazer do Pensamento um Arco da Aliança
Entre o clarão do inferno e a luz do céu risonho;
Se podes encarar com indiferença igual,
O Triunfo e a Derrota – eternos impostores;
Se podes ver o Bem oculto em todo o mal
E resignar, sorrindo, o amor dos teus amores;
Se podes resistir à raiva ou à vergonha
De ver envenenar as frases que disseste
E que um velhaco emprega, eivadas de peçonha,
Com falsas intenções que tu jamais lhes deste;
Se és homem para arriscar todos os teus haveres
Num lance corajoso, alheio ao resultado
E, calando em ti mesmo a mágoa de perderes,
Voltas a palmilhar todo o caminho andado;
Se podes ver por terra as obras que fizeste,
Vaiadas por malsins, desorientando o povo,
E sem dizer palavra e sem um termo agreste
Voltares ao princípio, a construir de novo;
Se podes obrigar o coração e os músculos
A renovar o esforço, há muito vacilante,
Quando já no teu corpo, afogado em crepúsculos,
Só existe a Vontade a comandar “Avante!”;
Se, vivendo entre o povo, és virtuoso e nobre
Ou, vivendo entre os reis, conservas a humildade;
Se, inimigo ou amigo, o poderoso e o pobre
São iguais para ti, à luz da Eternidade;
Se quem recorre a ti encontra ajuda pronta;
Se podes empregar os sessenta segundos
Dum minuto que passa, em obra de mal monta
Que o minuto se espraie em séculos fecundos;
Então, ó Ser Sublime, o mundo inteiro é teu!
Já dominaste os reis, os tempos e os espaços;
Mas, ainda para além, um novo sol rompeu
Abrindo um infinito ao rumo dos teus passos;
Pairando numa esfera acima deste plano,
Sem recear jamais que os erros te retomem,
Quando já nada houver em ti que seja humano,
Alegra-te, meu filho, então serás um HOMEM.
Rudyard Kipling
Não esquecer de reler isto frequentemente, especialmente antes de pensar responder a comentários insultuosos.
*tradução roubada descaradamente do Estações Diferentes
A Luna pode simplesmente desactivar os comments. è preciso coragem. Os comentários não servem para nada, pois não?
ResponderEliminarDepois é o que se vê, anda uma pessoa - que até é boa pessoa - a ter que justificar/defender o que escreveu a desconhecidos.
Olhe, contra mim falo mas já estive mais longe de me calar.
Stay cool*
A minha satisfação reside em saber que o meu comentário já proporcionou inspiração para mais 3 posts, este seu leitor agradece.
ResponderEliminarDepois, não diria que a conheço tão bem como a palma da minha mão, mas como leio o seu blog pessoal, acho que já consigo deduzir 1 ou 2 coisas sobre a sua personalidade (a menos que o escreve no blog nada tenha a ver com o seu verdadeiro eu, claro).
Do exposto se deduz, que sim, se venho ao seu blog é porque gosto de o ler.
Assim, tenho reparado que aprecia bastante escrever posts como forma de justificar comentários (confesso que estes são os posts que menos aprecio, pois normalmente são pouco inspirados e não trazem nada de novo, apenas a justificação de).
Neste contexto, e uma vez que o seu post se intitula precisamente «Ajuda para dizer mal...», achei que podia fazer de advogado do diabo e re-utilizar as suas palavras. Admito que esta atitude foi um pouco na linha: «então vamos lá ver se isto é mesmo assim».
Dada a sua reacção, presumo que o post se destinava apenas a ser contradito, no intuito de receber elogios (por favor 'correct me if I'm wrong').
Contudo, penso que tal atitude seria de estranhar vinda de alguém que apregoa ter uma elevada capacidade de produzir piadas auto-depreciativas, pelo menos segundo a minha lógica da batata.
Por outro lado, como não sabe, eu informo-a: sei bem o que é fazer e viver de fazer investigação científica.
Confesso que o meu grau de saturação com pessoas que andam neste meio porque «ser cientista é o sonho da minha vida porque é uma profissão muito nobre» é bastante elevado. Sobretudo, porque muitas das pessoas que circulam neste mundo se acham o supra-sumo da inteligência, quando não poucas vezes são tão ou mais inútis que N outras pessoas.
No entanto, essas pessoas vivem de fazer uma certa 'cagança-dissimulada' que lhes estimula o ego.
Neste aspecto sou mesmo ressabiado, coisa que esse tipo de pessoas - que apregoam uma suposta superioridade moral e ética - fizeram nascer em mim (espero que não se torne numa dessas pessoas, ainda está a tempo de mudar).
Por último, assumo totalmente a minha cobardia em fazer comentários anónimos, mas para o que isso possa valer, não sou nem a pessoa que gozou com a morte da sua mãe, nem a pessoa que escreveu o comentário ordinário que referiu.
[Tenho dito.]
If... Gosto muito. E adorei o filme. Marcou-me ainda puto.
ResponderEliminarLuna, leste o comentário que coloquei "lá em baixo" e que agora copio?...
ResponderEliminarEsquece o engano, Luna. Aliás eu já tinha antecipado que ninguém é infalível. Ainda assim, não achas que mereces um "castigo" mesmo que leve? Qual castigo, perguntas tu? Era apenas ficares com o meu "cromo" na lista de blogs ;)
Nota: é raro que os "bloggers" mostrem a sua foto no blog. Penso que a foto que estou a ver é mesmo tua. Embora sendo uma foto pequenita e estando tu de perfil, deixa-me que te diga que és bonita! :)
Beijo.
a. castro: Li. Obrigada?
ResponderEliminarNani: Os comentários servem para que as pessoas possam expressar as suas opiniões sobre o que foi escrito, embora por vezes se confundam no conceito e julguem ser suposto expressar opiniões sobre quem o escreveu.
Anónimo: Isto é como pôr defeitos a filhos. Eu posso dizer mal de mim - e, aqui para nós, já o faço demasiado - a outros só dou essa autoridade mediante conhecimento profundo da minha pessoa.
Quanto ao post em si, não se destinava a ser nada, mas apenas a ser lido pelo seu destinatário. Era um recadinho privado.
Confesso que a investigação ainda está no patamar do sonho da minha vida, talvez numa visão demasiado utópica, mas que tem pouco a ver com achar-me o supra-sumo da inteligência. Se me conhecesse talvez soubesse que é mais o contrário e acho sempre o meu trabalho uma grande merda e muito aquém do que considero publicável. Como diz o meu prof: por si só acabava o mestrado daqui a 50 anos!
Concordo com Minhoque. Tens piada! Mas anda para aqui muito quid pro quo. O desprezo é a melhor arma, trust me. Já agora que mestrado andas a fazer?
ResponderEliminarS.
Concordo com Minhoque. Tens piada! Mas anda para aqui muito quid pro quo. O desprezo é a melhor arma, trust me. Já agora que mestrado andas a fazer?
ResponderEliminarS.
aaaaa...ups ñão era suposto ficar duas xs...
ResponderEliminarbom dia!
ResponderEliminarestava a ver blogues e descumbrim a túa. Gosto muito de este último escrito que fixeches.
Pasareime máis veces,
beijos.
Eu AMO este poema. Foram os meus pais que mo deram a conhecer aqui há uns anos, e espero ser eu a mostrá-lo aos meus filhos.
ResponderEliminarBom post!
Bom dia... (Tou a comentar os posts lá de baixo também)
ResponderEliminarO If é um poema muito bonito de um dos nossos autores favoritos. Porque eu também gosto do Kipling... e do Orwell (brilhante), do Saramago e do Eça. Os outros conheço-os todos mas confesso que só li Steinbeck e não gostei. Tou a ler Marquez e não me fascina...
Sempre te achei uma rapariga inteligente e o pormenor de seres licenciada em eng. biológica e o mestrado em biotecnologia, ainda pra mais no técnico, poderia dar azo a piadas sobre mulheres que fazem a barba todos os dias, não fora o facto de a tua foto estar aí disponível a quem queira olhar pra ela...
Como eu hoje tou muito bem disposto... Um grande beijinho pra ti
P.S. Compreendi o comentário que fizeste no meu blog. Tens razão, é contraditório. Parece que digo uma coisa e escrevo outra. Mas não gosto da Scarlett por ser demasiado magra e desenxabida... E ontem tirei as dúvidas em relação a mim. Gosto mesmo é de mulheres que não sejam magras! Alguma carne, não muita, chega! Torna-as logo mais bonitas! E não , não é nas mamas... :)
Não li o post...venho cravar votos, mas não quero ser Presidente.Pode ser?
ResponderEliminarOs CTT estão a dar a oportunidade de desenharmos um selo para 2008.Papelustro,blogger figueirense, escolheu o tema O imaginário infantil porque...o melhor do mundo são as crianças.Para que a Bruxinha viaje nos envelopes de Portugal inteiro precisa do vosso VOTO!É fácil: cliquem no link, insiram o vosso email e depois confirmem o voto no email que vão receber na vossa caixa de correio!
Obrigada!
Vote aqui
A tradução é mesmo muito boa. Tinha-a num papel amarelecido que o meu professor de português do 10º ano me deu naquela altura.
ResponderEliminarÉ de facto a melhor formulação de máximas de vida que já vi, irrepreensivelmente bonita, e difícil de atingir para cacete!
Quanto ao furto, ainda que seja crime público, não denunciei ;)
Que seja tão útil como é bonito. Para mim é de facto :)
Beijinhos!
Luna,
ResponderEliminarQuanto mais leio esse poema, mais tenho a certeza de que ele enganou-se: onde está «serás um Homem», ele queria escrever «serás um Deus». E como, se me permites o plural, nós não acreditamos em deuses...;)
Beijocas