12 de abril de 2005
Inacreditável
Eu sei que para muitos será difícil de acreditar, mas eu estou mesmo a trabalhar. Sim, tenho mesmo coisas para fazer além de pensar em parvoíces para escrever. E o pior de tudo: não estou habituada!
Uma gaja acaba o curso, confiante num futuro radioso e no défice de quadros técnicos do país, apregoado constantemente nos telejornais - tudo mentira! não acreditem em nada do que eles dizem! - e, passados 3 meses sem fazer nadica de nada à espera da proposta milionária, recebe finalmente um prémio de desempregada do mês: a extraordinária possibilidade de frequentar um curso do IEFP e receber a extraordinária quantia de 93,68 € mensais.
Nem hesitei: afinal a única coisa que sei fazer mesmo é estudar, nunca fiz mais nada na vida! Agora, o que não estava à espera era de ter de trabalhar... Pensava que era só ir lá 6 horas por dia, o que já é muito, ouvir as lições com mediana atenção, conviver, e fazer o cursinho com uma perna às costas, que quem sobreviveu ao Técnico safa-se em qualquer lado. Mas não. É suposto também trabalharmos em casa, e como tal, em vez de ir aproveitar este sol para a esplanada mais próxima, estou aqui a elaborar um hipotético plano de segurança para uma obra que não existe! Por cerca de 78 cêntimos à hora...
Pronto, desabafei, estou mais feliz. Basicamente partilhei estes factos na esperança que alguém tenha pena de mim.
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É assim este cantinho à beira-mar plantado...
ResponderEliminarQuando terminei o meu curso fiquei 9 meses em casa, à procura de emprego. Fartei-me e fui trabalhar como guia intérprete, enquanto estudava mais, no mestrado.
Este último diploma serviu-me de muito...
Agora já não sou guia, dou umas aulinhas. E estudo mais. Quando tiver o doutoramento, que já começou, espero trabalhar na minha área e fazer investigação a sério, que a que fiz saiu-me do bolso. Ou talvez me digam que tenho habilitações a mais... E farei o pós-doutoramento.
Neste canto miserável que é a República Portuguesa, em que 75% (para não dizer mais!) da população é funcionalmente analfabeta, de que serve ter habilitações? Quem não conhece alguém, azar.
TRABALHAR,TRABALHAR,TRABALHAR!!!
ResponderEliminarbienvenuta...
Acho que as inscrições para mestrado são em Junho...
ResponderEliminarpor acaso não tive o vosso percurso... mas conheço muita gente que o teve e que o tem...
ResponderEliminaro meu curso era bipartido 3(bacharel)+1(licenciatura)... no ano em que estava a começar a licenciatura, já compenetrado no duro ano que se avizinhava(copos + copos + copos) surgiu a "oportunidade" de ir trabalhar pá PwC... ui ui... foram os 15 minutos mais longos da minha vida... larguei mm a fadculdade e fui trabalhar tentando conciliar o emprego com a Fac... não deu... mas tb nunca mais parei de trabalhar... resumindo 4 anos depois passei por umas 4 ou 5 empresas e nunca mais acabei a licenciatura... mas tb nunca fiquei sem trabalhar portanto se foi bom ou mau não sei... sei que até dava jeito ter a dita licenciatura mas talvez tinha saído mais tarde da faculdade e sem emprego imediato... escolhas... bah...
querias oa quâ?
ResponderEliminarMarisco???
Pois, eu que o diga... Como vos compreendo.
ResponderEliminarQuando saí de Évora e me mudei para Viseu city, mal podia imaginar que não arranjaria colocação nesse ano. Além de ter espatifado o carrinho semi-novo, o pai no hospital, a mãe à beira da morte, sem emprego, eternamente à espera do subsídio de desemprego que vinha de Setúbal, as contas a caírem todos os meses... eis que em Dezembro... a chama milagrosa brilhou! - Chamaram-me para um Fordesq. Foi um consolo!
Gostei tanto, contribuiu de forma tão plena para a minha formação, que se tiver o azar de ficar mais algum ano sem colocação, vou inscrever-me no McDonalds (será que temos direito a hamburgers à pala?, pelo menos já não me preocupava em pagar comida e engordava que nem um porco).
Se não me engano estão com falta de empregadas na «Oxigénio», se alguém quiser aproveitar...
ResponderEliminarQual Oxigenio?
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