A resposta que não dei II - em versão boazinha - ou como fazer um blog chato como a potassa

Uma coisa que me tem vindo a enriquecer ultimamente, são as exigências pertinentes dos meus excelsos colegas de curso, que sendo desempregados, não se deixam abater face às adversidades e mostram uma atitude reinvindicativa dos nossos direitos e lutam pela possibilidade de uma reabilitação profissional de qualidade, não se conformando com as condições que por vezes deixem algo a desejar. É uma característica fundamental, saber exigir o que nos é devido e criticar o sistema contra todas as injustiças.

São incansáveis a verificar se os formadores seguem os conteúdos programáticos à risca, e se fornecem material bibliográfico adequado, para mais tarde poderem consultar toda a bibliografia existente e assim ficarem a par de toda a informação que possa ser importante.

Hoje tivemos um teste. Era bastante difícil. Vinte perguntas de escolha múltipla, para escassa hora e meia de teste com consulta, o que tradicionalmente acresce a dificuldade, sobre a extensa matéria de 30 horas de formação. Não há direito a tamanha exigência! Porque era preciso estudar muito e não tivemos tempo suficiente! Não concordo com o método, porque fazemos um esforço para tirar um curso de grau superior onde possivelmente teremos a nosso cargo responsabilidade sobre vidas humanas e precisamos de nos preparar convenientemente e com o devido tempo.

Já os nossos diplomas corresponderam ao queimar de pestanas, andámos todos na faculdade, já todos lemos o suficiente para toda uma vida, e num curso de formação não se pede uma avaliação nos moldes anti-pedagógicos pelos quais já passámos. Eu tive de estudar muitissimo além da conta, além das minhas forças, pois andei na universidade portuguesa que regista maior índice de esgotamentos e depressões, mas com muita coragem e dedicação lá consegui sobreviver sem nenhum esgotamento, graças ao apoio dos amigos e familiares que sempre estiveram a meu lado e me incentivaram nas horas mais difíceis.

Felizmente tinha estudado bastante, comecei a preparar-me com uma semana de antecedência, e só assim consegui ter noção de onde estavam localizados os vários temas. Fui a primeira a acabar, e disse ao formador que era fácil, confirmando que o trabalho árduo e muita dedicação são o caminho para o sucesso. Oiço do outro lado da sala uma colega comentar: "Deve ter a mania que é inteligente!" Sorri, pensando que uma crítica construtiva ajuda ao nosso desenvolvimento pessoal e humano. "Obrigada por me alertares e me mostrares o verdadeiro caminho. O orgulho é um pecado capital e a modéstia o caminho dos iluminados que ganham o reino dos céus"- pensei. Não respondi, porque achei incorrecto perturbar a concentração dos colegas que ainda não tinham terminado. Só tenho a aprender com uma pessoa de maior maturidade e experiência de vida, que abnegadamente abdicou da sua vida pessoal para se dedicar a conduzir ao caminho as almas tresmalhadas. Alguém que acredita no constante aperfeiçoamento e se dispôs a uma requalificação de modo a corresponder às necessidades reais do mercado de trabalho. Sei que o fará de forma brilhante, à custa de grande sacrifício pessoal. Possivelmente vencerá, e bem merece, pois Deus recompensa os perseverantes.