Pois é, tenho andado preguiçosa, e os dedos, que dantes deslizavam, batiam, alternavam, viajavam para a frente e para trás num dedilhar frenético, e se dispersavam tão facilmente no meio de palavras soltas e asociação de ideias, cada vez parecem mais perros, mais velhos, como se o reumático e as artroses se tivessem apoderado deles, mesmo que superficialmente não se veja.
Talvez o problema não sejam os dedos, talvez o cansaço seja mental, ou talvez não tenha absolutamente nada a dizer. Na verdade nunca tive, mas a capacidade de dissertar sobre o nada sempre foi uma das minhas maiores características, tendo por vezes sido comparada com uma televisão, ou outro qualquer objecto de entertenimento. Foi-mo dito solenemente uma vez, em tom de elogio, por um bom amigo, que se de toda a gente que conhecia pudesse escolher apenas uma para companhia numa longa espera entediante, essa uma seria eu: "Porque nunca te calas, não há momentos mortos na conversa, e isso é bom para passar o tempo!"
Eu ainda não estou bem convencida que fosse exactamente um elogio, ser considerada uma espécie de emissor contínuo não é propriamente uma grande qualidade, mas tenho que reconhecer que gosto de tagarelar. Desde miúda que assim é, e isso transmite-se desde a fala à escrita, ao teclar no messenger, em tudo. Mas o cansaço tem-se vindo a acentuar, e por vezes dou por mim mais calada que nunca, mesmo entre amigos. Talvez tenha chegado um período de silêncio, reflexão, maturidade? Espero que não.
Isto tudo para dizer - sim, eu vinha dizer outra coisa completamente diferente, mas perdi-me no meio do meu novelo de pensamentos - que não tenho escrito por preguiça, cansaço, stress, e todas as desculpas possíveis e esfarrapadas que se possam dar. Não... não era nada disso...
Já sei! Amanhã vou-me increver num mestrado, porque hoje à noite descobri que era o último dia das inscrições. Foi agora mesmo há coisa de meia horita atrás. Afinal era isto que eu vinha contar.
Estive a pensar muito na minha vida, nos meus projectos, e no meio do nada que me espera, no meio do grande buraco negro que vejo à minha frente, entre o final do estágio e a nova inscrição no centro de emprego como desempregada qualificada lembrei-me: "E se eu fizesse um mestrado? Se calhar nem era má ideia" e lá fui eu em busca de informações sobre pós-graduações na minha área. Encontrei um mestrado que me interessava, com inscrições de Maio a Julho, vamos ver se ainda vou a tempo. Se não, venho para aqui implorar por um emprego.
Wish me luck
Pois é moça, eu sempre digo para comigo: não sei para onde vou mas vou a caminho...Por isso não pares, que é como quem diz: "Hit the road, Luna and don't stop...:-)". Boa sorte.
ResponderEliminarpois é... até já vejo erros atrás de erros na tua escrita... isso não tá mesmo nada bem...
ResponderEliminarAcho que o teu problema passa por querer coisas novas e não conseguires ver forma de as conseguir, por mais que tentes e começas a entrar no caminho da desistência. Não te vou criticar, uma vez que, acabaste a faculdade e querias, como toda a gente trabalhar, e isso daria continuação e animo à tua vida, mas ao estagnares no centros de emprego, apesar dos cursos que foste tirand, recebendo mal e porcamente e vendo que afinal para nada tem servido senão manter-te ocupada. Assim vais perdendo o interesse, não só pelas coisas que gostas de fazer, assim como pela vontade de te divertires. Outro ponto fulcral na relação com os amigos. Podes começar a ter-te fartado das mesmas relações e não tendo a progressão normal, que é trabalhar e ir conhecendo pessoas interessantes no local de trabalho, ficas limitada aos teus amigos que, por vezes, se põe com conversas que de tão semelhantes com outras que já tiveram que começam a enfadar o espirito e tirar a vontade de participar. Trabalhar acaba por ser um complemento à vida social, pois permite-nos contar as novas aventuras... qd as temos... senão fala-se do tempo.
ResponderEliminarou não...
Good luck then.
ResponderEliminar;-)
Break a leg.
ResponderEliminar(não no sentido ortopédico do termo, claro)