13 de janeiro de 2006

Mais um ódio de estimação

Venho por este meio expôr um problema que se tem vindo a agravar nos últimos tempos devido às viagens diárias para Lisboa pela IC19. Para além de não conseguir entender como é possível que haja hora de ponta às 11.30 am e às 4.30 pm - ou melhor, consigo: em Portugal ninguém trabalha e quem trabalha chega tarde e sai cedo - começo a desenvolver um ódio crescente pelas pessoas que têm acidentes na IC19 provocando horas de ponta quando não são horas de ponta.
E porque é que as odeio? Porque são umas idiotas que me atrasam a vida e me fazem perder um tempo precioso que poderia ser usado para fazer algo mais produtivo que fumar cigarros entre Queluz e o Cacém.
Ora, estas cavalgaduras que se dão pelo nome de senhores automobilistas esborracham-se nas traseiras uns dos outros que nem tortos porquê? Primeiro porque são profundos idiotas - eu sei, já me estou a repetir - e depois porque apesar de fazerem a IC19 todos os diazinhos da sua vida idiota - desculpem, não resisto - ainda não conseguiram perceber que mesmo que num momento se possa andar a 100 km/h, - eu digo 100 mas para as bestas serão uns 160 - no momento seguinte, sem razão nenhuma aparente, se passa a fila parada. Assim, sem mais nem menos.
E o que acontece quando se vai a 160 varrendo as três faixas de rodagem porque é muito monótono ir só numa e de repente se tem de travar repentinamente, perguntam-me os estimados leitores? Pois esborracha-se contra o carro da frente e possivelmente morre-se e ainda se estraga o dia àqueles que pensando "É na boa, ainda não é hora de ponta" se fazem à estrada com confiança, além de toda a sua família claro.
E por isso odeio as pessoas que provocam acidentes na IC19 e todas as estradas do país, mesmo as que morrem, por inconsciência e irresponsabilidade. Só em Portugal, onde todos os condutores são os melhores condutores do mundo, se põe a culpa da alta sinistralidade nas estradas no mau estado das mesmas.
Morre gente no IP5: a culpa é da estrada; morre gente na A2: a culpa é da estrada; e por aí adiante. Nunca passa pela cabeça dos senhores automobilistas melhores-condutores-do-mundo-que-só-não-são-pilotos-profissionais-de-fómula-1-porque-são uns-tesos que talvez a culpa da maior taxa de mortalidade na Europa não se deva ao mau estado das estradas mas ao facto de se conduzir nelas como se fossem boas, e que, possivelmente, se é perigoso ultrapassar no IP5 se calhar o melhor é aguentar mais 5 segundos atrás da anormal-que-só-podia-ser-gaja-que-vai-à-velocidade-máxima-permitida-pela-lei-a-cabrona sem ir colado à sua traseira para a intimidar até que se reunam as condições para ultrapassar em segurança.
E já agora tenham cuidado na IC19 e não me estraguem o dia se faz favor!

3 comentários:

  1. Eu não sou idiota: sei que um dia terei um acidente e aceito-o como uma consequência necessária. É como beber e fazer "uma cena", só muda a aceitação social :-)

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  2. Ainda hoje apanhei uma traseirada duma D. Celina (nome real) que estava a "tomar uns comprimidos, andava muito nervosa e não podia esperar muito tempo, tinha de ir para casa almoçar (eram 10 da manhã...) porque tinha diabetes" e nao reparou que eu estava parado a espera que o sinal mudasse para o verde.
    Isto é um país de doidos! Se eu tivesse a tua idade emigrava outra vez...
    :)

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  3. Pois é, o problema é que a maioria dos condutores, dopados ou não, não repara nas condições que se atravessam no seu caminho porque querem todos chegar primeiro.

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