Morrendo hoje, gostaria que o meu epitáfio dissesse: foi uma boa amiga. Sem me sobrarem talentos, julgo que aquele que me é inato é a amizade. De facto, de entre as minhas qualidades, julgo ser essa a mais importante. Disponível e presente, sempre que precisaram de mim. E tenho bons amigos, felizmente. Uns, de infância, que ainda que hoje partilhemos pouco em comum, fazem parte da minha história pelo simples facto de sempre lá terem estado e não me lembrar da minha vida sem eles, fazendo por isso parte de mim e do que sou. Outros há, amizades adultas, que foram construídas com base em afinidades pessoais, umas mais imediatas, outras de construção lenta, cozinhadas em lume brando nas redes de afectos. Uns cobrantes, necessitando de atenção permanente e presença assídua, outros, mais como eu, desligados, para quem o longo tempo entre contactos não esmorece o sentimento. De entre todos eles, fora família, estão aqueles com quem, caindo no cliché, partilharia o último pedaço de pão. Talvez por se aproximar perigosamente o meu 27º aniversário, as reflexões sobre a minha vida e aquilo que construí até hoje não me têm abandonado, levando-me a pensar nas pessoas importantes que fazem parte dela. E daí voltamos aos amigos e ao top pessoal. Todos temos o nosso top, os mais, aqueles tais, os mais chegados. De entre eles, alguns estão fora, por não viverem em Portugal ou porque por motivos profissionais ou pessoais se ausentam. E de entre o top do pão, quatro deles não estarão presentes no meu aniversário. E tenho pena, porque gostaria que estivessem comigo, nem que fosse para partilhar a bebedeira e a depressão.
Hoje saí com um dos núcleos duros, ela que parte segunda, ele na terça. Os outros dois estão fora há uns pouquinhos anos. E agora, em fim de noite, quero dizer-lhes que lhes sinto a falta.
Vocês sabem quem são, e estas palavras são-vos dedicadas.
P.S. Isto ficou um bocado lamechas, mas se tiverem em conta a hora a que foi escrito e sabendo de antemão que não sou nem madrugadora nem abstémia, compreenderão melhor o sentimentalismo.
Engraçado. Ao longo da vida também me fui questionando se seria útil e até moralmente aceitável ter um top de amigos... ... o que me fazia impressão era a ideia de submeter algo tão humano como a amizade à frieza dessa classificação. Hoje creio que é idiota não ter um top. Há que chamar os bois pelos nomes e gostamos mais de uns do que de outros... ... mas também desisti de fazer classificações de detalhe por entre o pelotão dos eleitos. É normalmente então que se dão os tiros no pé...
ResponderEliminarminha querida...no dia 10, 3horas mais cedo do que deste lado do hemisfério, estarei na praia, de caipirinha na mão, vestida de branco e a oferecer flores a iemanjá para te proteger e te acompanhar!
ResponderEliminarEstou com o coração nas mãos, mas vai passar a correr e todos os dias falaremos, porque é para isso que existe esta coisa maravilhosa chamada internet ; )
Adoro-te!