10 de abril de 2007

Aos rapazes

Bastam cerca de 10 segundos para uma mulher perceber que nunca na vida irá para a cama com um gajo. O contrário já demora mais tempo, pois depende não só da atracção física mas também da empatia que se estabelece, do interesse da conversa e do que mais o rapaz consiga despertar. Mas o rotundo "não" percebe-se de imediato. No entanto, apesar de não existir nenhum interesse sexual, a conversa até pode ser agradável e o convívio até pode ser possível sem segundas intenções. E é aqui que a porca torce o rabo. Será de bom tom avisar ao tipo que não nos larga desde o início da noite, que inclusive se prepara para nos acompanhar ao Trumps mesmo após termos explicado muito bem o que é o Trumps, que está a perder tempo? É que eu não gosto de fazer ninguém perder tempo, e acho um bocado chato deixar que invistam toda a noite em mim quando sei de antemão que não vai dar em nada. Mas como fazê-lo sem ferir susceptibilidades, sem parecer pretensiosa e convencida? Como dizer-lhes: meus amores, vocês parecem-me umas jóias de rapazes, são simpáticos e divertidos, e até podemos passar umas horas de convívio agradável juntos, mas é só, connosco não se safam? E mais, querem ou não que vos avisemos?

26 comentários:

  1. Queremos. Definitivamente.
    Nós somos criaturas de extrema simplicidade, que dispensam elaboradas explicações para distinguir o "sim" do "não": basta dizer "sim" ou dizer "não".
    Devo dizer que, pelo menos no que me diz respeito, é essa muito feminina necessidade de complicar, deixando uma enorme latitude entre esses dois singelos conceitos, que torna tudo potencialmente tão confuso.

    ResponderEliminar
  2. PS: gostaria de acrescentar que as mulheres têm essa vantagem, a de poderem demorar 10 segundos a concluir que não para a cama com um gajo. Um gajo demora apenas 1 segundo a concluir "Com aquela gaja, nunca terei hipótese de ir para a cama".
    E mais? Querem ou não mais simples?

    ResponderEliminar
  3. Pois, o problema é que nesses 10 minutos podemos enganar-nos redondamente...
    Uma vez conheci um gajo num casamento, dancei com ele e disse para os meus botões que nunca mais o queria ver. Estamos casados há 10 anos...

    ResponderEliminar
  4. Ah pois é! A Maria João matou a conversa.

    ResponderEliminar
  5. Ok, há excepções. Mas num conhecimento de noite, em que geralmente se têm conversas de merda e sem interesse nenhum, pode pelo menos ter-se a certeza de que definitivamente naquela noite Não.

    ResponderEliminar
  6. Pois, pois... estou como a Maria João. O meu caso foi ainda mais extremo: em 10 segundos eu percebi que nunca na vida iria querer passra mais 10 segundos que fosse... com o meu marido.. já lá vão 8 anos de casamento. E esta, ein?

    ResponderEliminar
  7. *passar. Malditas dislexias.

    ResponderEliminar
  8. Pronto, já sei que há excepções, mas estamo-nos a desviar do assunto. Afinal daqui a nada o melhor é fodermos todos os gajos que odiamos porque se calhar até pode ser o homem da nossa vida!
    Vamos cá a ver, tanto tu como a Maria João provavelmente não mudaram de opinião nesse mesmo dia e não começaram a namorar logo ali. Foi preciso um conhecimento, e não dois ou três copos tomados juntos, acho eu. Ou então esse sentimento de repulsa não terá sido assim tão forte.

    ResponderEliminar
  9. Julgo que para bom entendedor... De resto, regra, empatia (mesmo na noite, onde a conversa é outra) e "interesse" em dois minutos se estabelecem!
    Ou não?
    ;-)

    Ele

    ResponderEliminar
  10. A duração do intervalo de tempo para esse julgamento há de depender do grau de estafermidade do interlocutor...
    Se ao fim de 10 segundos percebes que não dá, ao fim de quantos segundos percebes se o interlocutor quer que dê? Será essa percepção um dado garantido?
    Não digas nada até teres mesmo que dizer... quem não perceber os teus sinais, que abra a pestana.
    nota de resignação: acabo de te dar um conselho, ou seja, há 93% de probabilidade de tu cagares p o q eu escrevi.

    ResponderEliminar
  11. Izz:
    uma pessoa já anda aqui há uns aninhos, e apesar de eu às vezes quase precisar que me façam um desenho, há situações em que não é preciso ser muito inteligente para perceber.
    Como por exemplo:
    estando duas raparigas sentadas a uma mesa num bar, dois rapazes aprochegam-se com a conversa batida do "onde é que se sai à noite em lisboa", as raparigas até são simpáticas e respondem, os rapazes em menos de nada estão alapados sentados na mesa, onde ficam até à hora de fecho do bar, quando o amigo de quem as raparigas estavam à espera finalmente sai do trabalho. As raparigas explicam que vão sair com esse amigo para uma discoteca gay, onde além de haver poucas raparigas, 90% das que há são lésbicas. Os rapazes insistem em acompanhar as raparigas mesmo assim e lá vão.
    Digamos que tenho um dedo que adivinha que me diz que talvez estivessem ligeiramente interessados.

    ResponderEliminar
  12. Querida Luna, por várias vezes já estive na mesma situação que tu. E acho preferível dizer à pessoa. Não friamente claro. Mas atirando umas para o ar do género: "Neste momento tenho tanto que fazer que era completamente impossível ter uma relação!"(Ainda por cima tu com a tese tens bem como te safar :-D). Comigo funciona sempre. E que diz essa, diz outras.

    Se bem que há uns ossinhos mais duros de roer e, nem fazendo o pino, se consegue iluminar aquelas cabecinhas. Para esses aconselho a frontalidade. Sempre de uma forma educada claro. :-D

    ResponderEliminar
  13. Pois, mas o problema é que nem sempre reagem bem e depois ainda temos de ouvir dizer que temos a mania, etc., quando não são ofensas a sério, que pessoal despeitado é do pior.
    Olha que eu até já tive um gajo a gritar comigo, de dedo em riste, a dizer aos berros que não sentia nada por mim, nem uma pinga de atracção e que nunca na vida quereria ter nada comigo - só faltava mesmo dizer que tinha nojo - depois de me ter beijado à força.
    Mas realmente acho chato manter uma possibilidade em aberto se sabemos que realmente não existe. Até porque geralmente implica custos, com os tipos a ter pagar consumos mínimos em discotecas que vão odiar, a trazer-nos bebidas, etc. Mas depois de se fazer a conversa do têm mesmo a certeza que querem vir, acho que se vão arrepender, vejam lá, se os tipos continuam a insistir e perguntam se nos importamos que venham, que dizer? Não, não importamos...

    ResponderEliminar
  14. Estão pr'aqui a falar de quê? One night stand? Como conhecer o homem das vossas vidas em apenas 10 segundos? A avaliação física do interlocutor? O animal que vai à feira de agricultura e é avaliado pelos dentes?
    Às mulheres: se alguém vos aborda num qualquer local público e vocês não se sentiram minimamente atraídas e interessadas em juntar os corpos ao final da noite, digam claramente: "não percas tempo, não preenches os meus requisitos, desculpa!"
    A nós, homens: embora muitas vezes nos comportemos como verdadeiros animais selvagens que desenvolvem rituais, também pensamos! E se vamos abordar alguém num espaço público não vamos com a ideia de casar, pois não? Aceitemos o jogo, ou dá ou não, e quanto mais depressa soubermos a resposta, melhor.
    Mas será possível que me peçam para, em conversas de circunstância, mostrar o que valho? Não. Então tenho que valer pela minha aparência? Parece que sim. Fico sem perceber quem, de facto, é animal selvagem envolto em rituais!?

    ResponderEliminar
  15. Luna: a pergunta não era para essa situação em particular. era só eu a buscar conhecimento, pq as situações nunca são iguais - além disso não teria o direito de duvidar do teu julgamento!
    No caso que relatas, parece-me que o grau de estafermidade já era superior ao máximo permitido por lei. Imagina a cara dos moços ao fim de uns minutos no trumps. não teria sido cómico?

    ResponderEliminar
  16. pronto, ag li o resto dos comentários e n ias achar cómico... Quem me manda a mim ter um sentido de humor maléfico?
    Mas numa dou-te toda a razão: pessoal despeitado é do pior - perdem completamente a noção do ridículo, expõem-se a eles próprios e aos seus alvos... já assisti a uma cena dessas (de longe, ainda bem)...medo.

    ResponderEliminar
  17. zz
    a situação aconteceu e os rapazes acabaram no trumps mesmo.
    Parece que até gostaram e acharam divertido, apesar de terem demorado uma eternidade a desencostar-se da parede.
    No entanto, a caminho, dei a entender que pelo menos comigo estavam a perder tempo, embora seja um bocado constrangedor. Disseram que iam connosco só porque éramos divertidas. OK, assim tudo bem.
    Mas acho porreiro esclarecer as coisas à partida, porque se o objectivo dos tipos é acabar a noite acompanhado, talvez fosse melhor investirem noutras miúdas. Mesmo que não consigam, pelo menos sabemos que terão mais probabilidades que connosco.
    Ninguém aqui está a falar de relações para toda a vida, ou casamentos.
    Mas se será fixe da parte da mulher esclarecer que não está interessada antes do gajo lhe ter pago uns 5 gins tónicos e entradas em tudo o que é bares e discotecas.

    ResponderEliminar
  18. Luna:
    Se uma pessoa fizer disso sistema, obviamente que não é fixe... agora se as cartas forem lançadas na mesa, mesmo que não explicitamente (não precisa de ser explícito, pq qdo alguem se senta na tua mesa tb não te pergunta directamente se tás interessada em algo mais do que conversa de café), só paga bebidas e entradas quem quer...
    Ah, tb achei que não se estavam a discutir casamentos, filhos e uma moradia com dois pisos nos arredores...
    *

    ResponderEliminar
  19. Tanto comment e só dois homens responderam a sério à pergunta. Mais vale um não directo. Fixe, folgo em saber.

    ResponderEliminar
  20. Silêncio (não é daqueles silêncios de "quem cala consente", é daqueles tipo: "cala-te, miúda, apaga lá os comentários que já escreveste e esquece).

    ResponderEliminar
  21. Quê? Tipos que eu não conheço de lado nenhum a meterem conversa à espera de uma queca no final da noite?
    É gozar com eles, meus amigos, é gozar com eles!
    Fazê-los perder tempo é do melhor que há!!!
    (Porque raio é que foram achar que eu estaria interessada neles, assim do nada???)

    ResponderEliminar
  22. Detesto gajos que se alapam, opto sempre pr umas directas e recuso copos. Regra geral, se quero engate de discoteca sou eu q o faço.

    ResponderEliminar
  23. Geralmente também recuso copos, detesto sentir-me obrigada seja ao que for, e felizmente, lá vou tendo dinheiro para pagar o que bebo.
    Mas estamos aqui a falar do geral, e realmente por vezes os pobres coitados investem que é uma coisa parva, para depois acabarem tão sós como começaram, mas bastante mais falidos.

    ResponderEliminar
  24. Bem, se a particpação masculina é necessária, pois cá está mais uma.
    Sendo esse um ritual que não faço normalmente (não tenho o mínimo jeito nem paciência para conversa de circunstância, ou para adular alguém até que me agracie com a sua atenção) entendo o mecanismo que lhe está subjacente. Mas também entendo que coisas de uma noite, na medidade da comunicação que se pode estabelecer com uma pessoa, são raras, e por sua vez, raramente correm bem, pelo menos na minha experiência. Tem, julgo eu, de haver um período de reconhecimento mais prolongado. A malta tem de conversar um pouco, ver o que se passa, se possível noutro dia. Mas se a coisa é mesmo naquele momento, julgo que a linguagem corporal, a empatia vocal e conceptual dizem logo muita coisa. (E pagar copos nunca me pareceu estratégia para coisa alguma, mas enfim.)
    Julgo que a pessoa que aborda e tenta algo tem de ser sensível a certas coisas que a outra vai deixando escapar, e evitar a confrontação desagradável. Já me disseram, educadamente, e não neste contexto, que não havia ali pernas para chegar a lado algum, embora eu já tivesse percebido à légua, e estivesse lá só pela conversa porreira. Mas se pensarmos numa ausência de empatia, será que a conversa com alguém que não conhecemos dura assim tanto? Esboroada a empatia, não nos apetecerá esvoaçar para outro lado?

    Mas como nunca abordei pessoas na noite,parte por timidez e por achar que não domino minimamente o léxico ou os trejeitos, não faço ideia do que pod estar subjacente ao modus operandi.
    Em suma, não há mal nenhum em ser honesta e directa, desde que delicada, elegante e educada. Acho que as pessoas preferem sempre saber o que se passa, e nunca sentirem-se rabiadas. Isso sim, acho indecente. (Claro que isto põe de parte a ideia da contraparte ser um cretino - aí não há contemplações, julgo eu)
    Eu nunca me recuso a falar com as pessoas se elas forem educadas e simpáticas. E tudo o resto depende de tantos factores que se não resultar, já se percebeu muito antes das palavras chave.

    Cumprimentos a todos

    ResponderEliminar
  25. Ok, nova intervenção em defesa do género - não do sexo, entenda-se.
    Kiss me, era sério o meu comentário - o segundo: o primeiro nem tanto, uma vez que nem sempre que peço lume a alguém ou tento trocar dois dedos de conversa estou à espera que a noite acabe em madrugada de ressaca (um "one night stand" acaba inevitavelmente assim, acho que para os dois géneros).
    De facto, julgo que nesse jogo de eventual sedução (parece uma expressão adequada) cada um joga à sua maneira: se do "lado de cá" se está à procura de uma noite divertida e em boa companhia, sem querer ir até à tal ressaca, qual o problema e a necessidade de o "lado de lá" esclarecer uma questão que nem se coloca? Se, por outro lado, a intenção for essa, garanto que, geralmente, o tal "animal" que há do "lado de cá" saberá acatar calma(e talvez triste)mente essa decisão.

    ResponderEliminar
  26. Bem, Luna,
    Se deste a entender a esses rapazes que não ias prá cama com nenhum deles (pelo menos nessa noite) e eles não perceberam é porque eram uns imbecis (ou já estavam demasiado alcoolizados)... Mas se a conversa até foi interessante então se calhar eles (ou nenhum deles) tb não queriam ir prá cama contigo (pelo menos nessa noite)... Em todo o caso, concordo que se deve abrir o jogo o mais cedo possível, e de forma clara mas educada, obviamente.

    ResponderEliminar