O tratamento generalizado por você, talvez por influência das telenovelas, arranha-me o ouvido. "Você isto", "você aquilo" e começo a ficar com pele de galinha. Nunca me ouvirão interpelar alguém usando tal termo, e embora não reaja mal quando o usam comigo, não consigo deixar de lembrar da minha mãe repetindo "você é estrebaria" enquanto cresci. Por vezes, na ilusão de se mostrar educado, acaba por se ser quase tão indelicado como partir naturalmente para o tu. O título ou o nome próprio serão sempre a melhor opção.
Lendo isto até fiquei com a impressão de que tivemos a mesma mãe.
ResponderEliminarE vão duas...
ResponderEliminarAssino por baixo!
ResponderEliminarA culpa é dos brasileiros, porque o você até era uma forma de tratar alguém com grande deferência... (concatenação sucessiva de vossa mercê --> vossemecê --> você)
ResponderEliminarO nome próprio é a versão mais bonita do tratamento entre pessoas. O título há-de extinguir-se com excepção da classe médica, que adoram tratar-se por drs. e dras., distinguindo alguns com um prof. antes...
ResponderEliminarComo me compreende!
ResponderEliminarE eu que julguei que era a minha provecta idade que causava a minha estranheza perante o "você"...
A minha mãe dizia-me o mesmo... Costumo dirigir-me na 3ª pessoa a pessoas que não conheço, por uma questão de respeito, mas tento não usar "você"... prefiro usar "o sr." ou "a sra." ou então o nome da pessoa em questão. Fora de questão estão Dr. ou Dra., a não ser que sejam médicos e eu esteja no consultório...
ResponderEliminarpartilho dessa aversão à palavra você. é curioso, começou por ser de facto um tratamento respeitoso e delicado. mas a erosão dos anos arruinou tudo. vossa mercê, inicialmente, deu lugar a vocemessê. e agora temos o minimalista e sem grandes vestígios da origem você.
ResponderEliminarsou adepto do tu, mas muitas vezes não praticante. assim, recorro à terceira pessoa, usando o nome da pessoa, ou noutras vezes, mais frequentes, sem nome ou título, apenas algo como em "pode passar-me...", "vou-lhe telefonar...", "como está?"...
Humpf, voce, faz-me lembrar brasileirada! Nome proprio, dr. dra., sr., sra., tudo bem. Agora voce...
ResponderEliminarquase tão mau como: o esposo e a esposa...
ResponderEliminarA expressão que a minha mãe usava era exactamente essa tb. Mas convenhamos q ainda que seja horrível, pq é, é mt cómoda. e há-de te sair sem querer, vais ver ;-)
O nome, sim, ou o senhor(a) ainda que me arrisque a ouvir: O Senhor tá no céu...
Eu não gosto de tratar pessoas pelos títulos, e por norma peço para não me tratarem pelo meu. Remove-se logo uma data de entraves sociais desta forma.
ResponderEliminarEu às vezes uso essa d'"o senhor está no céu" mas isso é enquanto me escangalho a rir, e depois digo: pode-me (ou podes, depende da idade do interlocutor) tratar por tu... ainda não estou mentalizado para o facto de ir a caminho dos 30, e realmente "o senhor" quando aplicado a mim, faz-me... espécie (leia-se espéce)
ResponderEliminarAdepto do "Tu", se bem que a falta de à-vontade leva a um deferente "Senhor" ou "Senhora", mesmo com pessoas da mesma idade... Uma amiga trata os filhos por você, o que me leva a pensar na vida... Por isso é que ninguém me respeita.
ResponderEliminarIas tão bem até chegares ao tratamento por titulo. É por essas e por outras que o primeiro-ministro queria ser engenheiro.
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