27 de agosto de 2007

Dois para cá, dois para lá

Já estive dois anos sem falar com um dos meus melhores amigos apenas porque achei que não devia ser sempre eu a ligar. Não nos zangámos nem nada, apenas me cansei de ser só eu a fazer o esforço. O tempo foi passando e fui-me esquecendo. A minha mãe perguntou-me por ele pouco tempo antes de morrer e não soube o que responder quando percebi que não sabia nada dele há tanto tempo. Reatámos a amizade alguns meses mais tarde, como se nada fosse e com a naturalidade de quem se tinha visto dois dias antes. As relações humanas pedem reciprocidade e devem ser alimentadas pelas duas partes. Se damos constantemente mais do que recebemos, mais tarde ou mais cedo acabamos a questionar-nos se vale a pena e se nos dão algum valor. Ou se estamos apenas demasiado disponíveis. E aí entra o orgulho, e um primeiro passo torna-se difícil. Tal como na dança, o ideal é que um avance quando o outro recua e se mantenha o equilíbrio num ritmo constante. Se avança sempre o mesmo lado, acaba-se inevitavelmente por abandonar o dance floor. Mesmo que seja do tamanho de um campo de futebol.

20 comentários:

  1. Parab�ns e que a "dan�a" seja como as ondas do mar: umas v�o, outras v�m... ao ritmo da valsa...

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  2. Gostei Luna, não poderias estar mais correcta ;)

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  3. E quando há uma certa incapacidade de se se dar sem antes ter recebido? ou o avançar implicar sair para fora do muro que se montou à volta?

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  4. Identifico-me...com as inúmeras tentativas de contacto que por algum motivo se têm revelado infrutiferas, de um momento para o outro e sem qualquer motivo aparente!

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  5. Acabei de te roubar um pedaço de post.
    Teve que ser :)

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  6. Mai nada!

    Comigo foi cortar e explicar porque é que o ia fazer.

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  7. Como em tudo na vida, quando se dá e nada se recebe... acaba por cansar!

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  8. Luna, gostei muito deste texto e do blog.
    vou voltar.
    Bjs

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  9. Olha, isso também me faz lembrar um amigo meu... Por muito que se goste das pessoas, às vezes cansamo-nos de ser sempre a mesma coisa.

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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  11. Ultimamente tenho sentido essa mesma falta de reciprocidade. Parece que as pessoas pensam que morri para o mundo depois de ter uma filha. Por isso tenho andado com um post gémeo deste engasgado. Enfim, por estas e por outras é que tenho um blog moribundo lol

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  12. É mesmo isso. Gostei muito do post. Muito bem escrito como sempre. :-D

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  13. "As relações humanas pedem reciprocidade e devem ser alimentadas pelas duas partes"

    é certo, mas a amizade será assim?? tu própria dizes que "Reatámos a amizade alguns meses mais tarde, como se nada fosse e com a naturalidade de quem se tinha visto dois dias antes" ...

    Tenho a certeza que na amizade pura não existe nem tempo, nem longe nem perto... existe simplesmente...

    biju**

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  14. minha querida luna,
    vou usar uma parte do teu texto, desde já com as minhas desculpas, mas usaste tão bem as palavras para descrever o que penso que nem ousaria, agora, tentar pôr-me a juntar letras para compor palavras e frases, que nem de longe te igualariam.
    é verdade, tens mesmo jeito! um beijo.

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  15. Que grande reviravolta este post deu ao blog! Luna inspirada... ;)

    Beijoca,

    Joana

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  16. usei este post no meu blog com a devida referência á sua origem. desculpa pelo abuso!

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