2 de agosto de 2007

Ira

Perguntam-me se numa zanga não largo até resolver ou espero que os ânimos se acalmem para depois conversar. Na altura não soube responder muito bem, mas agora vejo-o claro como água: se fui quem ofendeu não desisto enquanto não esclareço as coisas, num certo egoísmo de quem pede paz de espírito, se for a parte ofendida o melhor é deixar passar algum tempo para bem de ambos. Porque se me zango, e mais ainda se de alguma forma sentir que o meu orgulho foi ferido, sou capaz de dizer as maiores barbaridades sem sequer alterar a expressão do rosto ou do olhar, numa atitude de profundo desprezo, chegando por vezes a roçar a crueldade. Quero ferir e sei como fazê-lo, por vezes bem de mais. Com o tempo aprendi a controlá-lo, até porque me arrependo sempre depois. Há palavras que uma vez ditas não mais se apagam, ficam como cicatrizes que não desaparecem por mais cremes que se ponham, desfeando-nos para sempre. Tomorrow is another day. Sábias palavras. Também me parece melhor.

6 comentários:

  1. as vezes dizemos com cada crueldade. eu teria medo de mim às vezes.

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  2. Raramente chegamos a saber o quanto "tocámos" alguém que nos ouviu num momento de ira. Se nesses momentos, como tu bem dizes, a intenção é magoar, mesmo, não só atingimos o nosso objectivo como acabamos por comer pela mesma medida. E também dói!!

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  3. Respirar fundo três vezes e falar com cabeça. (Até parece fácil dito assim. =X)

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  4. Eu prefiro resolver tudo logo. Tanto num caso como no outro. Não gosto nada de deixar coisas "mal resolvidas".

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  5. És escorpião?
    Ou podes ter mercúrio em escorpião ou marte em conjunção ou quadratura com mercúrio...

    Just curious.

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