9 de setembro de 2007

Há palavras que nos beijam

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neill

4 comentários:

  1. Um poema lindo e um grande senhor da literatura portuguesa!
    Beijinhos!

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  2. Eish, o que me fizeste lembrar. Tive de analisar esse poema no 9º ano para o apresentar à turma. LINDO, LINDO.

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  3. bonito poema.

    deixa no ecrã um perfume de paixão...

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