23 de abril de 2008

A minha chefe e eu

Não sei se já alguma vez falei na minha chefe. Provavelmente já, mas como ultimamente ando com alzheimer, que se reflecte em pequenas coisas como ter-me esquecido da tele-conferencia esta manhã e estar descansadinha da vida sentada a minha secretaria quando me vieram chamar, posso sempre falar outra vez. A minha supervisora e uma chinesinha americanizada mais nova que eu quatro anos e que entrou para a universidade aos 16. Podia nem continuar, porque só a frase anterior diz quase tudo, mas continuemos. Tendo formas de estar e trabalhar completamente diferentes, posso seguramente dizer que nos odiamos mutua e cordialmente, numa relação que qualquer psiquiatra chamaria de passive-agressive. A nossa relação ficou mais ou menos definida a partir do primeiro dia, com a frase "So, you know where the cafeteria is, right?" a qual se seguiram 3 semanas a almoçar sozinha. Got the message. A única vez que vi nela um resquício de humanidade foi num jantar do grupo, em que estava nitidamente com os copos, e no qual, mesmo tendo bebido que nem um carro - vantagem de não ser asiática e ter a enzima extra -, estava bastante melhor que ela. Nesse dia quase gostei dela e pela primeira vez a percebi como pessoa. Na sua voz arrastada trocamos algumas palavras sinceras e quase senti uma certa cumplicidade. A segunda vez foi hoje, quando também ela se tinha esquecido da reunião.

4 comentários:

  1. Tenho para mim que ainda se vão tornar amicíssimas. :-D

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  2. ... nem digo nada, tenho uma tremenda incompatibilidade com asiáticos ...

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  3. Sim sim... ja passaram 5 meses, se nao foi ate agora tambem ja nao e.

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  4. "(...) Bebido que nem um carro.(...)"

    A melhor expressão que ouvi nos ultimos tempos :)
    Já está no disco rígido. :)

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