Podia falar-vos da paisagem de cortar a respiração, da grandiosidade de tanta geologia exposta, do sentimento de pequenez que nos traz, da cagufa e do aperto no estômago durante a viagem de helicóptero no lugar do co-piloto, ou como teria fotografias perfeitamente inesquecíveis caso não me tivesse esquecido da máquina fotográfica em casa, embora me tivesse lembrado de levar o carregador de pilhas. Mas não, vou antes contar como no espaço de um mês me senti pela segunda vez no The Darjeeling Limited - a primeira vez foi quando à saída do avião em Denver ouvimos "Last call for Fort Lauderdale, doors will be closed in two minutes" e desatámos a correr como se não houvesse amanhã.
Depois de uma viagem com tempo contado até ao aeroporto de Flagstaff e de me ter enganado na saída da autoestrada, quase causando uma síncope cardíaca ao meu pai que, no seu pessimismo, nos viu a ter de ir a LA dar a volta, lá chegámos a tempo e horas ao aeroporto, entregámos o carro e dirigimo-nos para o check in aliviados. Eis que - surprise! surprise! - o voo tinha sido cancelado. A alternativa oferecida: levar-nos até Phoenix de carro e de lá apanhar o voo seguinte para São Francisco. Eram 4 da tarde, a viagem seria de 2 horas e meia, o voo às 8:10. Pareceu-nos bem. Sentámo-nos então, aguardando pacientemente pelo táxi. E o tempo foi passando: 4:00, 4:15, 4:30, 4:45, 5:00. Às 5:15 chega o táxi. Sentamo-nos. Uma tentativa, duas tentativas, três tentativas, o táxi não pega. Nesta altura já só conseguíamos rir. Saímos do táxi e esperamos pelo shuttle que supostamente estaria a chegar. Mais meia hora. Saímos, finalmente, pelas 5:45, com cerca de duas horas e meia de viagem pela frente e voo às 8:10. Chegámos a Phoenix às 7:50. Escusado será dizer que foi passar à frente de toda a gente na security "excuse me, do you mind, my flight leaves in 15 minutes", calçar-me quase em andamento e começar a correr aeroporto fora com a mala numa mão, os 2 casacos, lenço, cinto e carteira na outra, passando as passadeiras rolantes "excuse me, excuse me" e chegando à gate no very last minute, seguida pelo meu pai, coitado, que não corria assim desde sei lá quando e pela minha roommie meia descalça. A verdade é que conseguimos, como, não sei. Mais ou menos tudo o que podia ter corrido mal, correu. À excepção do enfarte ou da falha de fôlego que seria mais que previsível numa ainda, embora cada vez menos, fumadora.
Acho que o meu pai, que desde sempre me obrigou a ir para o aeroporto com 3 horas de antecedência, tão cedo desta não se esquece.
Depois de uma viagem com tempo contado até ao aeroporto de Flagstaff e de me ter enganado na saída da autoestrada, quase causando uma síncope cardíaca ao meu pai que, no seu pessimismo, nos viu a ter de ir a LA dar a volta, lá chegámos a tempo e horas ao aeroporto, entregámos o carro e dirigimo-nos para o check in aliviados. Eis que - surprise! surprise! - o voo tinha sido cancelado. A alternativa oferecida: levar-nos até Phoenix de carro e de lá apanhar o voo seguinte para São Francisco. Eram 4 da tarde, a viagem seria de 2 horas e meia, o voo às 8:10. Pareceu-nos bem. Sentámo-nos então, aguardando pacientemente pelo táxi. E o tempo foi passando: 4:00, 4:15, 4:30, 4:45, 5:00. Às 5:15 chega o táxi. Sentamo-nos. Uma tentativa, duas tentativas, três tentativas, o táxi não pega. Nesta altura já só conseguíamos rir. Saímos do táxi e esperamos pelo shuttle que supostamente estaria a chegar. Mais meia hora. Saímos, finalmente, pelas 5:45, com cerca de duas horas e meia de viagem pela frente e voo às 8:10. Chegámos a Phoenix às 7:50. Escusado será dizer que foi passar à frente de toda a gente na security "excuse me, do you mind, my flight leaves in 15 minutes", calçar-me quase em andamento e começar a correr aeroporto fora com a mala numa mão, os 2 casacos, lenço, cinto e carteira na outra, passando as passadeiras rolantes "excuse me, excuse me" e chegando à gate no very last minute, seguida pelo meu pai, coitado, que não corria assim desde sei lá quando e pela minha roommie meia descalça. A verdade é que conseguimos, como, não sei. Mais ou menos tudo o que podia ter corrido mal, correu. À excepção do enfarte ou da falha de fôlego que seria mais que previsível numa ainda, embora cada vez menos, fumadora.
Acho que o meu pai, que desde sempre me obrigou a ir para o aeroporto com 3 horas de antecedência, tão cedo desta não se esquece.
Eu é que ia perdendo o fôlego ao ler isto. Mas que aventura!
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