A nova causa no facebook é "contra a vacinação obrigatória", subscrita, certamente, por pessoas que percebem tanto de vacinas como eu de filatelia. A ignorância não é só atrevida, é perigosa.
(causa conhecida através do Miguel)
Para que não restem dúvidas quanto à minha opinião, digo apenas que a minha tese de mestrado começava assim:
"One of the greatest advances in the history of medicine was the development of vaccines against infectious agents, causing an enormous impact on human health. They are the most effective biomedical intervention against infectious diseases since the concept was demonstrated by Jenner over 200 years ago, who showed that exposure to cowpox could prevent subsequent infection by smallpox.
Due to a worldwide mass-vaccination program lead by the World Health Organization, smallpox virus was eradicated. Other virus, like poliovirus, responsible for infectious poliomyelitis and still prevalent 50 years ago, are at the verge of extinction."
(causa conhecida através do Miguel)
Para que não restem dúvidas quanto à minha opinião, digo apenas que a minha tese de mestrado começava assim:
"One of the greatest advances in the history of medicine was the development of vaccines against infectious agents, causing an enormous impact on human health. They are the most effective biomedical intervention against infectious diseases since the concept was demonstrated by Jenner over 200 years ago, who showed that exposure to cowpox could prevent subsequent infection by smallpox.
Due to a worldwide mass-vaccination program lead by the World Health Organization, smallpox virus was eradicated. Other virus, like poliovirus, responsible for infectious poliomyelitis and still prevalent 50 years ago, are at the verge of extinction."
Oh que bom, alguém a quem posso finalmente perguntar isto e peço desde já desculpa pelo vocabulário leigo:
ResponderEliminartenho acompanhado muito superficialmente a polémica (na qual NÃO quero entrar nem promover) do(s) movimento(s) anti-vacinas nos EUA e há uma coisa que não percebo. As vacinas não são todas iguais em todo o mundo? Os processos de fabricação das vacinas não são iguais em todos os laboratórios? Porque carga d'água é que culpam o mercúrio (entre outras coisas) nas vacinas nos EUA mas parece que não há mercúrio nas vacinas do Resto do Mundo?... E as vacinas dos EUA que vão para África tambem andam a fazer criancinhas autistas? É que não consigo perceber se o problema está na fabricação ou onde...
Muito bom. De categoria, sim senhor. Para quando o movimento anti-antibiótico? Só faltava mais essa.
ResponderEliminarPonto 1: eu não acompanho muito esses movimentos porque no geral os acho estúpidos e me irritam muito, por isso não me posso pronunciar.
ResponderEliminarPonto 2: também não sei nada acerca do mercúrio nas vacinas, não estou a par do assunto. Mas parece-me que isso seria mais um problema de fabricação da vacina que da vacina em si. Além disso, sendo qualquer vacina/medicamento sujeito a várias fases de ensaios clínicos antes de entrar no mercado, a sua segurança é garantida aí a 99%, embora possam sempre existir efeitos secundários em algumas pessoas e casos particulares. No entanto, há que ver a utilidade das vacinas num contexto geral e alargado, e nos benefícios a nível de saúde pública que podem trazer. O texto do Miguel foca isso mesmo.
3. Sinceramente, custa-me muito a crer que alguém se torne autista por causa de uma vacina, e enquanto não houver provas concretas desse facto, continuarei a achar que o caso relatado se tratou de uma coincidência.
Eu não percebi bem.(ok, ok, vi aquilo na diagonal). Aquele movimento é contra todas as vacinas ou apenas contra as vacinas da Gripe A?
ResponderEliminarTambém não percebi, mas pelo nome parace-me ser contra a vacinação obrigatória em geral e contra a gripe A em particular.
ResponderEliminarDói-me, fisicamente, tanta estupidez junta. Mas alguém no seu perfeito juízo está contra a vacinação obrigatória? Só mesmo à estalada...
ResponderEliminarEstou aqui há uns minutos a pensar porque é que alguém poderia ter alguma coisa contra a vacinação obrigatória, mas nada me ocorre. Não percebo.
ResponderEliminarhahahah
ResponderEliminarAwesome post :)
Uma das razoes que conheco, aqui nos EUA, os profissionais de saude (i.e., medicos, enfermeiros, etc) estarem a queixar-se contra a obrigatoriedade da vacina tem a ver com o facto de nao poderem escolher se a levam ou nao, mas sim ser politica obrigatoria. Dizem que e' um problema constitucional.
E sim, esses movimentos sao das coisas mais ridiculas que existem... mas enfim, tem que existir espaco para os ignorantes.
Quando parece que as pessoas não têm coisas sérias pelas quais lutar, liberdade, igualdade de oportunidades, direitos humanos, enfim... Dedicam-se às causas mais absurdas.
ResponderEliminarQualquer dia há movimentos contra a água potável.
1. Na verdade as vacinas não são todas iguais, mesmo que para a mesma doença. Para além do componente activo principal, há uma série de "aditivos" que variam de laboratorio para laboratorio e entre diferentes vacinas. No caso desta vacina o que se diz é que possui componentes (ex. esqualeno)que estavam tb presentes na vacina contra o Anthrax administrada aos soldados do Golfo e que provocou o sindrome do golfo. Estes componentes supostamente são usados para aumentar a resposta imunológica e não estão presentes nas vacinas sazonais. Por isso não é correcto dizer que são todas iguais. Quanto ao sindrome de Guillian-Barre, na verdade foi descrito para a vacina contra a gripo espanhola mas nessa altura realmente o processo de fabricação era muito diferente. De q/q forma como este sindrome é tão raro, nenhum estudo pre-clinico poderá ser feito e só se saberá quando a vacina for administrada em massa. E com a mínima taxa de mortalidade desta gripe A até agora, parece melhor arriscar em apanhar a gripe que ter o Sindrome Guilian Barre que afecta o sistema nervoso e pode levar à paralisia.
ResponderEliminar2. Existem realmente pessoas contra a vacinação obrigatoria, há uma nova moda nalgumas comunidades em não vacinar as crianças porque se acredita que se está a hiperestimular o organismo.
3. Quanto ao facto de ser obrigatória entre profissionais de saude a questão é mais complexa. É que em alguns locais, o hospital não assume o pagamento das baixas se a pessoa ficar com gripe A e tiver recusado a vacina. Mas se a pessoa for vacinada e tiver complicações, será que o hospital assume? É que os governos e os laboratórios já assinaram documentos a dizer que não se responsabilizam pelas consequencias da vacinação.
Por isso há ainda muitas dúvidas, na verdade a Medicina ainda é muito rudimentar, não consegue prever e vai avançando à custa do ver e experimentar. Enquanto não há estudos crediveis já fica toda a comunidade cientifica paralisada e sem saber o que fazer. Neste momento ninguém tem respostas fiáveis sobre o que irá acontecer, só se sabe o que já aconteceu!
Esta tem sido a grande desilusão de alguns com a Medicina!
Ana
Destination:
ResponderEliminarsim, existem de facto outros aditivos nas formulações, dependendo da vacina e do laboratório onde foi desenvolvida - se a vacina é exactamente a mesma, mesma marca, mesmo nome, mesma companhia, etc., tem de ser igual em todo o lado. Estes aditivos podem ser excipientes - usados por exemplo para aumentar a estabilidade da vacina a longo prazo, impedindo a desnaturação ou agregação durante, por exemplo, o processo de liofilização ou simplesmente de conservação e armazenamento - ou adjuvantes, estes sim destinados a aumentar a imunogeneicidade da vacina (o meu doutoramento é em formulação de uma vacina, pelo que trabalho com ambos).
No entanto, em qualquer caso, antes de entrar para o mercado, qualquer vacina (incluindo toda a sua composição) tem de passar por testes clínicos.
Quanto ao síndrome Guillain-Barre, a taxa de ocorrência é de 2-4 casos para cada 100.000, isto é, cerca de 0,004% - ou seja, há mais probabilidade de morrer da doença que da vacina.
Quanto às pessoas que são contra a vacinação em geral, enfim, espero que nunca tenham tétano - que provoca uma morte horrível e dolorosa - e dêem graças a deus de já não haver varíola nem poliomielite, bem como muitas das doenças que foram erradicadas graças à vacinação.
A obrigatoriedade ou não de vacinas, é sempre pesada em termos de saúde pública, e tem bastante que se lhe diga. Obviamente pões questões pertinentes, mas aí já se trata de política e gestão de saúde.
já vi um programa sobre o assunto e o que se debate nos EUA NÃO É a não obrigatoriedade das vacinas mas sim um estudo mais aprofundado sobre se as vacinas se adequam a cada ser humano. somos todos diferentes logo alguns poderão desenvolver reacções adversas às vacinas como outros não terão esse efeito. o que está aqui em questão é se algumas dessas vacinas poderão causar em algumas crianças certas doenças como o autismo, entre outras. tem-se vindo a verificar um aumento no número de crianças que desenvolvem essa patologia, o que se crê advir da administração das vacinas. o que se defende é apenas um maior aprofundamento sobre cada pessoa, para saber se conseguirá resistir às vacinas. da mesma maneira que nem todos toleramos a penicilina é errado pensar que todos toleramos a vacinação da mesma maneira.
ResponderEliminarPoia, mas enquanto não for possível desenvolver uma vacina específica para cada ser humano, até porque é coisa para sair um bocado cara, teremos de nos contentar com vacinas gerais que funcionam para a maioria da população e acreditar nos ensaios clínicos e estudos epidemiológicos e avaliações de risco.
ResponderEliminarClaro que ninguém quer ser o 0,001%, enfim, é chato, mas haver alguns casos excepcionais para centenas de milhares de pessoas salvas é um preço que se tem de pagar.
Quando dizes "tem-se vindo a verificar um aumento no número de crianças que desenvolvem essa patologia" , estamos a falar de que? 50% das criancas que levaram a vacina desenvolveram autismo?
ResponderEliminarE' que existe uma diferenca entre mediatismo de um caso em que nao esta' provada cientificamente a relacao causa-efeito da vacina com o desenvolvimento de determinada patologia com o que realmente podera' ter causado o autismo.
Enfim...
eu disse que há cada vez mais crianças q desenvolverem essa patologia, não que esse número está directamente relacionado com as vacinhas, o que não está provado. mas alguns acreditam que sim, poderá estar. e não digo que devemos agora abdicar das vacinas, até porque a maior parte são benéficas. mas que poderão causar certos efeitos secundários dependendo do sistema imonulógico de cada criança tb é verdade e isso sabe-se. cada um reage de maneira diferente às mesmas e só se defende que haja um pouco mais de estudo sobre as consequências de certas vacinas em crianças mais susceptíveis.
ResponderEliminarObrigada pela explicação sobre os aditivos e fabricação.
ResponderEliminarEu só digo uma coisa: gostei de aprender.
ResponderEliminarQuanto à vacina da gripe A, li que uma das mortes (não sei se houve mais que uma) afinal seria decorrente de um tumor...
Precis Almana, isso foi na vacina do colo do útero, uma miúda em Inglaterra foi vacinada e morreu passado pouco tempo (acho que foram horas, mas não tenho a certeza), e portanto associou-se à vacina. Dias mais tarde, depois da autópsia, descobriu-se que ela tinha um enorme tumor e que tudo não passou de uma muito infeliz coincidência.
ResponderEliminarQuanto à história deste aglomerado de pessoas por uma causa só me faz vir um pensamento à cabeça: realmente há gente muita estúpida neste mundo.
As razoes que levam estes movimentos contra a vacinacao vao desde o exagero dos riscos (que existem) as teorias da conspiracao. Por vezes advem duma atitude de ser 'contra' qualquer imposicao.
ResponderEliminarNao tem em conta (no caso da vacinacao) os claros beneficios para a saude publica.
Ja agora, so um pequeno aparte...o virus da variola nao foi completamente eliminado. E mantido vivo (activo) em alguns laboratorios por razoes, no minimo, dubias. Se, por acidente ou intencao maliciosa, for libertado, as consequencias serao verdadeiramente calamitosas, ja que, hoje em dia, quase ninguem ( com menos de 30-40) esta imune.
Teorias da conspiração e vontade de mostrar que se sabe à parte, o vírus da varíola não é mantido vivo por razões dúbia, mas científicas: não podes estudar aquilo que mataste. Claro que poderia servir como arma biológica, etc. Mas a sua existência permite também a que em caso de uma epidemia semelhante possam ser criadas vacinas com bastante rapidez.
ResponderEliminarA razao cientifica e usada e abusada constantemente neste tipo de coisas. Nao creio que as culturas de virus estejam abertas a comunidade cientifica em geral. Se estao debaixo de estudo tambem e duvidoso.
ResponderEliminarA hipotese do virus ser 'libertado' para a humanidade (por acidente ou motivos sinistros) nao se poe numa questao de 'se' mas de 'quando'.
Os paises industrializados tem capacidade para reagir rapidamente a este tipo de ameacas (imunizando a populacao). Ja o terceiro mundo tera outra historia.....
Em qualquer dos casos, o preco em vidas humanas sera verdadeiramente astronomico.