27 de outubro de 2009

O que é um insulto?


Por exemplo, se eu agora resolver dizer aqui que acho que as fadas da florestas são umas grandessíssimas putas, será que isso pode ser considerado um insulto, tendo em conta que eu não acredito que existam fadas da floresta, ainda que tenha gostado muito da Oriana?

20 comentários:

  1. Não é um insulto de todo.

    Eu acho que é um bocadinho ridículo insultar uma coisa que acho que não existe. Dizer que o Pai Natal é um filho da puta, soa-me um bocado parvo, a não ser claro que tenha tido poucas prendas de Natal, e que ache que ele tem culpa, evidentemente. Mas se achar que ele tem culpa até parece que acredito nele não é?
    Mas se o estiver a dizer ironicamente,na brincadeira, então é tudo muito light e soft e não me parece que lhe tenha tanta raiva (porque até nem acredito que exista) portanto não me parece que escrevesse 2 ou três livros a dizer mal dele.

    Mas lá está... nunca percebi porque os ateus dão tanta importância a algo que acham que nem existe.



    p.s. A fada Oriana é uma fixe =)

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  2. Porque a assumpção que ele existe manifesta-se diariamente e está enraizadíssima na nossa cultura, para o bem e para o mal, e reflecte-se na sociedade e costumes, pelo que mesmo não se acreditando na sua existência se pode criticar um personagem que se acredita ficcional e criação dos homens, apontando-lhe defeitos e evidenciando o seu carácter não divino, mas humano, por ter sido criação do homem.

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  3. P.S. Quais são os outros 2 livros? É que o Evangelho retrata a vida de Jesus perante outra perspectiva, e não se dedica a dizer mal dele, e de repente não estou a ver mais nenhum.

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  4. Sempre que alguém diz que não acredita em fadas...

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. A parte dos dois ou três livros foi num sentido geral e não a falar especificamente de Saramago. De qualquer modo ele em todos os livro expressa bem a sua opinião acerca da religião em geral. O que faz muito bem, cada um com a sua opinião. Eu acho-o demasiado moralista (o homem duplicado é um bom exemplo disso, e, oh meu deus, que livro tão mau que é)

    Gostei da tua resposta Luna. Obviamente que algo, ficcional ou não, e que tem um peso tão grande na nossa cultura deve ser falado e obviamente que a nossa mentalidade judaica-cristã tem consequências no nosso dia a dia. Contudo de um modo ou de outro, também acho que deve ser respeitado, ou pelo menos tratado como algo diferente, de fadas, ou anões ou assim. Duvido que esse tipo de seres tenham uma influência tão grande no mundo. A comparação é no mínimo burlesca.

    O que me surpreende, é o modo como algumas pessoas que não acreditam em Deus, arranjam como única forma de o mostrar é gozar com quem acredita, ou com a própria crença. Como se fossem superiores de algum modo a quem tem esse tipo de fé. Até tem uma certa graça se eu pensar bem. Parece os putos que gozam com aquilo que não compreendem.

    (E não estou a falar de ti, ou do Saramago, o Saramago para mim não tem importância nenhuma, e sinceramente esta polémica não tem importância nenhuma, só para ele, ajuda a vender mais livros)


    Do mesmo modo que não se pode provar a existência de Deus, também não se pode provar a não-existência de Deus. Toda a gente sabe isto.

    Então para que tanto stress? Acreditem no que quiserem, não acreditem no que quiserem =)

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  7. Espiral

    para alguém que não crê, como eu, é tão absurdo acreditar-se na existência de deus como na das fadas da floresta, porque para nós ambas têm a mesma probabilidade e plausibilidade de existir. E tal como não se pode provar a não-existência de Deus - que toda a gente sabe! - a verdade é que isso se aplica a tudo o resto, porque não se pode provar a inexistência de nada, apenas a existência, e por essa ordem de ideias, a comparação com as fadas é tão válida quanto qualquer outra. É possível provar a não existência de fadas e duendes? Não. Deveremos então assumir que existem?

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  8. Bom, se uma pessoa acreditar que a fada da floresta é a Mãe de todos nós, então está a chamar-se filho da puta a essa pessoa. Então pelo menos essa pessoa vai acreditar que é um insulto :-).
    Se bem que a mim, se um gajo que não conheço de lado nenhum se chegar ao pé de mim e me chamar filho da puta, não me aquece nem me arrefece, e não percebo porque é que alguém entraria em ebulição por tão pouco. Não seria difamação, seria apenas um insulto gratuito; não há grande coisa que defender, acho eu.

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  9. Não me parece que um terço da população mundial acredite em fadas, pelo que o insulto de Saramago - que até já admitiu ter-se excedido - talvez seja um bocadinho mais ofensivo.

    A analogia é engraçada, mas não funciona muito bem neste caso. Ou será que também achas que uma pessoa que acredita em Deus está sob o efeito de drogas?

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  10. Não, mas se me disser que o viu e até falou com ele, então já sou capaz de achar que sim.

    (então e os outros 2 terços - isto é, a maioria da humanidade - andam enganados?)

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  11. Um terço acredita no Deus cristão. Imagino que os outros dois terços, na sua maioria, acreditem noutros deuses e que também não gostem que os insultem.
    (Atenção que nesta polémica estou do lado do Saramago, mas não acho que o argumento "ele pode chamar o que quiser porque não acredita" faça muito sentido.)

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  12. Porque não? Para não ofender quem crê?

    A única razão porque é ofensivo que ele chame filho da puta a deus - opinião da qual eu partilho, aliás, se atentarmos ao personagem tal qual é descrito na Bíblia - é a de os judeus/cristãos acreditarem na sua existência e no dever de ser venerado. Uma vez não se acreditando, esse dever de veneração quanto a uma invenção humana não faz sentido, pelo que se pode chamar o que se quiser sem que venha mal ao mundo por isso. Tirando para os crentes, que não admitem que lhes chamem nomes ao seu deus tão bonzinho e infinitamente misericordioso, tirando quando de zanga.

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  13. Acho que não me fiz entender. Para mim, ele pode chamar o que entender a Deus, não porque não acredita n'Ele, mas simplesmente porque o faz num livro de ficção. Não depende de ser crente ou não.
    Se acreditasse já não podia fazê-lo? Não me parece que faça sentido.

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  14. Ah sim, mesmo que acreditasse podia. O que quis dizer é que só é considerado ofensivo para quem crê, para mim dá-me igual, e para ele creio que também. Não percebo é o drama para os crentes que alguém que não o é diga o que lhe apetecer sobre algo em que não acredita.

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  15. Acho que o problema não é a ofensa (que seria igual se tivesse sido feita por um crente) , mas o autor da mesma. Se fosse qualquer outro o assunto passaria quase despercebido. Mas sendo o Saramago, a coisa ganha logo outra dimensão. É um dos ódios de estimação preferidos aqui da malta!

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  16. então e vampiros não existirão tb? já agora lobisomens....
    e o monstro de Loch Ness não????

    :D

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  17. Há, certamente, quem acredite que sim. E se partirmos do princípio da impossibilidade de provar uma não existência para ponderar essa possibilidade, então, porque não?

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  18. bem se os vampiros fossem remotamente parecidos com os que agora povoam as mentes de todas as teen girls do mundo então não estamos mal servidas.
    só lhes invejo duas coisas, não dormir e não morrer... :P

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