25 de janeiro de 2010

Queen Bee Wannabes


Em qualquer série adolescente há sempre uma miúda popular cegamente seguida, venerada e bajulada pelo seu séquito, que se alimenta na sombra da sua popularidade, ganhando alguma visibilidade (or so they think) por isso. Imitam-lhe os gestos, as roupas, o corte de cabelo, o estilo de vida, muitas vezes mais alto do que elas próprias podem almejar. Não passam de bullies acéfalas, más, sem personalidade, notoriedade, ideias próprias ou qualquer mérito, sendo sempre vistas como um grupo, e nunca pela sua identidade, por nunca exercerem da sua individualidade e não suportarem andar sozinhas. Todas a séries adolescentes as têm. São as que se entretêm a destilar veneno e pisar quem se atravessa no seu caminho, unindo-se em vinganças vãs e sem outro propósito que a maldade gratuita, pois a sua auto-estima alimenta-se da humilhação alheia. São as que inventam boatos, denigrem desonestamente e sem escrúpulos e se comprazem da derrota alheia. São as que se regozijam no possível insucesso de quem ousa pensar diferente, as que insultam sem pensar, julgando sem conhecer, achando-se nesse direito porque têm costas quentes, especialmente se convictas da inferioridade hierárquica da outra parte. São as que constantemente apelidam as inimigas imaginárias de invejosas, sem nunca perceber que na verdade as invejosas são elas. Como se diz no Brasil, são as que tiram prazer em chutar cachorro morto, e que perante a possibilidade de atingir, por remota que seja, não se inibem de o fazer, sem parar para pensar, mesmo que a sua rainha não esteja nem aí. Geralmente não está, e, na verdade, não as suporta, desprezando toda aquela sabujice que tolera por pena. Não chegam, no entanto, a ser vilãs, pois são demasiado cobardes para dar a cara pelos seus feitos, agindo pela calada e no conforto do colectivo. No fundo, são aquelas tipinhas antipáticas de quem ninguém gosta, pela sua maldade e mesquinhez, mas que de tão irrelevantes no fim nunca ninguém se lembra do nome. Por aqui não é muito diferente.

2 comentários:

  1. Olá :)

    Já te leio e acompanho á algum tempo, mas este post está irressítivel de verdades.

    Mas uma questão permanece:

    São as séries que imitam a realidade, ou a realidade é que se reveste e alimenta destas séries?

    Zork Kissis***

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  2. Por aí também há desses "tipos humanos"? Deve ser universal.
    Pena.

    Ótimo blog. Parabéns!

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