9 de fevereiro de 2010

No meu tempo não era assim

Eva Herzigova e um conjunto de miúdos que ninguém sabe quem são exactamente porque são miúdos

Uma das (poucas) vantagens de se estar quase a fazer trinta anos - é amanhã, by the way - é já se poder dizer com uma certa propriedade que no nosso tempo as coisas eram diferentes, porque o nosso tempo já foi há uns 15 ou 20 anos, que é tempo suficiente para as coisas mudarem. Ora, no meu tempo havia uma espécie de hierarquia relativamente à idade, que era respeitada nem que fosse por medo de se levar nas trombas. Assim, pelos 13 ou 14 anos, não me atreveria a meter-me com os de 17 ou 18, que na minha cabeça era muito mais adultos e isso tudo, remetendo-me à minha insignificância, isto sem sequer sair da escola secundária. Da mesma forma não me passava pela cabeça tratar pessoas de trinta anos por tu, tal como ainda hoje não passa com pessoas mais velhas e que não me tenham dado intimidade para tal, e muito menos a elas me dirigir como de fôssemos colegas de carteira. É uma questão de respeito. Daí que quando miúdos com menos uns quinze anos que eu se me dirigem com a confiança de quem andou comigo na escola dê por mim a ter de controlar o meu mau feitio para não os mandar ir descobrir a sexualidade ou assim em vez de se meterem em conversas de graúdos. "Cresce e aparece" nunca me pareceu um ditado tão pertinente.

11 comentários:

  1. e porque é que te controlaste?!

    lol

    jocas

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  2. E quando putos ainda imberbes e a mudar de voz, mas já com idade para ter juízo e educação, tratam por tu quem os atende (em lojas, serviços ou bancos)? É ou não é de os arrastar por uma orelha até um cantinho?

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  3. Vou-te lendo mas não sou muito de comentários.

    Não podia é deixar de reparar que fazes anos no mesmo dia que eu... Não que isso faça nenhuma de nós mais felizes mas enfim.

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  4. Aqui vai uma nota de consolação (se é que isso serve): a viagem pelos 30 tem imensas coisas boas. tenho a certeza que vais gostar, digo eu que já vou a meio.

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  5. Eu vou entrar na idade balzaquiana. Vai ser lindo...

    Beijos

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  6. Repara, os miúdos são incentivados a tratarem as professoras primárias e as educadoras por «tu». Faz parte de uma relação horizontal, dizem eles.
    Pois... e quando nos mandam para o «caralho» é a continuação dessa horizontalidade.
    Capitolina

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  7. Tem que haver respeito, é verdade :)
    Eu tenho 13 anos! xD

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  8. A Capitu tem bastante razão, há muitas escolas / professores que incentivam que os alunos os tratem por tu e os miúdos acabam por fazer o mesmo com toda a gente. Mas também devia ser claro para eles que um desconhecido, um empregado em qualquer loja ou instituição não é um conhecido que lhe deu autorização para o tratamento por tu! É falta de respeito e de educação e nisso as escolas não têm culpa...

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  9. And again... ainda não se mancou...

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  10. É uma questão de educação. E quem nos educou a nós não foi quem os educou a eles… Revejo-me no que escreves..

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