7 de março de 2010

Felizmente, sempre temos a Mónica

"Não faço ideia de quem inventou que o amor está no coração, o coração é só um músculo. Uma coisa disforme e feia e que se retirado do corpo, quente, ainda bate nas mãos dos técnicos. Nas séries de televisão há corações transportados em caixas que vão bater dentro de outras pessoas que não os que dão o coração, esses já morreram, de morte matada ou de morte morrida que é uma expressão brasileira muito bonita. Eu ando um bocadinho de morte matada e de morte morrida. Nunca é uma coisa só, comigo, é sempre tudo junto, mal explicado e à bruta. E ainda fumo, bebo e só não como gorduras porque não tenho tido disponibilidade para a arte culinária, estou triste e essa falta de amor pela confecção de agumas simples iguarias é logo abalada. Do mal o menos, há a quem o coração afecte a vida sexual. Deus me livre e guarde e proteja de uma vida sexual. Há sempre as histórias daqueles velhinhos a quem o coração pára de bater quando estão a ter um orgasmo e isso sempre me deixou angústiada apesar de ser a morte preferida dos tarados sexuais. E agora é preciso descansar: beber um leite da Ucal com chocolate e voltar a dormir o máximo que conseguir, acho que ainda nem chegaram os dias bonitos. É só um músculo com excesso de personalidade e notória mania de grandeza. Que chatice, isto. Os rins tão importantes como o coração e dão-nos algum trabalho?"

pela Mónica Marques, no seu Sushi Leblon

Gostava tanto de escrever assim. Love her.

4 comentários:

  1. Malvada, pá. Então ia pôr um excerto desse post magnífico no meu blogue. Cum catano. Daqui nada ainda vão dizer que eu também te ando a copiar. :-)

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  2. Eu também! Revejo-me tanto naquelas dualidades Alfacinhas-Cariocas...

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  3. :))) Eu conheci o blog da Mónica pelo meu marido pois a Mónica foi amiga de infancia dele... :)) Passei a segui-lo tb. Fantástico...

    Beijos

    Rita

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