Creio que foi através da Elite que ouvi falar deste documentário pela primeira vez, talvez o melhor que vi nos últimos tempos. Acho que ninguém branco faz ideia do que é o martírio por trás de um cabelo "mais natural" numa mulher africana, nem de toda a indústria de produtos, relaxadores, postiços e milhões de dólares que esta movimenta.
No entanto, uma pergunta ficou por responder: o que faz a Tracie Thoms para manter o seu cabelo natural assim? É que fica bem gira, e fosse eu de origem africana, tentava descobrir o mais depressa possível.
Hahaha, muito giro, adorei! Sei bem o que se passa nesse mundo... e realmente as pessoas brancas não têm ideia do que é ter um cabelo que é simplesmente intratável. Muito dinheiro, muito, muito tempo, e carradas de paciência! Gosto muito dos meus caracóis, mas só o meu espelho sabe o tempo que eu gasto, para poder usar o meu cabelo ao natural, sem ter de recorrer a químicos e perucas... mas demasiadas mulheres com cabelo mesmo muito rebelde e intratável, não têm outro remédio senão recorrer a esse mundo que o documentário descreve.
ResponderEliminarbeijinhos
Oh minha querida Luna, isto há muita história por detrás dos nossos cabelos africanos.
ResponderEliminarMuitas vezes parti pentes, passei horas a chorar enquanto o meu pai me penteava quando era criança, tive de rapar a cabeça das 3 vezes que apanhei piolhos na escola primária - porque catá-los no meio de cabelos encaracolados espessos não é tarefa para ninguém. A minha mãe - branca e sem paciência - levava-me à tesoura enquanto o meu pai discutia sempre com ela, porque "devia ter tratado o meu cabelo com mais sensibilidade".
Sensibilidade essa que o meu pai dele nos meus primeiros tempos de escola, tinha eu uns 5 ou 6 anos. Voltava para casa a chorar e a berrar, dizendo:
- Na escola, os meninos gozaram com o meu cabelo!
Ao que ele respondia muito seguro de si:
- Oh Anita, (o meu primeiro nome) esses meninos brancos têm é INVEJA do teu cabelo. O teu dá para fazer muitos penteados e tranças e fica tudo no lugar, o deles não. É liso e feio.
E eu limpava as lágrimas, sorria e ia toda contente da vida comer um gelado.
Hoje, aos 26 anos, uso extensões, tranças, cabelo afro, e mudo de visual com alguma frequência. Aprendi a aceitar o meu cabelo.
Um abraço,
Rafa
Eu sou branca e tenho um cabelo super encaracolado que só me irrita. Além disso, não tenho dinheiro para estas coisas. A solução é tê-lo esticado ou apanhado. Mas as pessoas de cabelo liso não devem mesmo fazer ideia, porque estão sempre a gabar-me os caracóis
ResponderEliminarSophia: you really have no idea...
ResponderEliminar(eu também tenho cabelo ondulado/encaracolado, e não tem nada a ver... lá está: nós podemos esticar. e não temos de lhe pôr soda cáustica e sofrer de queimaduras químicas no couro cabeludo para o fazer)
Uma das minhas melhores amigas é brasileira e passa horrores com o cabelo. De tanto em tanto tempo manda vir uns produtos especiais do Brasil, gasta cerca de 200 euros e faz desfrisagem em casa com ajuda do marido.
ResponderEliminarE tens toda a razão, eu às vezes queixo-me que o meu cabelo seco ao natural fica feio e sem forma, mas não me apercebo que podia ser mil vzes pior. Mas também digo que há cabelos afro lindos de morrer e mulheres que ficam lindíssimas.
Talvez com essas técnicas o meu cabelo ficasse em condições de vez. Mas acho que não vale a pena tentar. Penso que toda a gente se queixa do seu cabelo (e de outras coisas) e afinal há sempre alguém em pior estado
ResponderEliminarLuna, eu por exemplo, como ja passei por (18 anos de) processos quimicos, ja não posso ter o cabelo como o da Tracie... é irreversivel.
ResponderEliminarNo entanto, tenho amigas, primas que foram radicais. Depois de anos a desfrisar, raparam o cabelo, começaram do zero e hoje não colocam mais quimico algum na cabeça. It's a choice.
Eu, sinceramente, não tenho coragem para rapar e ficar como um rapaz durante meses/anos, porque o nosso cabelo demora mais tempo a crescer.
No entanto, cada um faz o que quer, mas nunca fiz tranças postiças e desisti definitivamente de tissagens... é uma escolha que pede-me mais sacrificios, mais c'est la vie.
Como diz a Oprah (unica coisa de jeito que ja a ouvi dizer lately) "never tell a black woman she cannot spend money on her hair". Nunca nunca nunca. Entre isso e tocarem-me no cabelo sem autorização, venha o diabo e escolha.
Bises,
A Elite
Elite
ResponderEliminaré, obviamente, uma escolha de cada uma. O que eu quis frisar é que a maioria de nós não faz a menor ideia do quanto é custoso manter o cabelo como se gosta ou quer. Queixamo-nos que é liso, que é encaracolado, whatever, mas para a maioria de nós - não africanas, I mean - é tudo resolvido numa questão de minutos e secador, em vez de horas e horas e processos longos e dolorosos.
Achei o documentário interessantíssimo, e espero que um dia não muito longe apareçam novos processos mais fáceis de domar a fera que é esse cabelo. :)
Eu gosto do meu cabelo filho da mãe. Encaracola e faz canudos, por isso compensa tudo o resto.
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