29 de maio de 2011

Uma solução para as desigualdades sociais


um texto delicioso da nova rubrica do Ouriquense (que convém ir ler na totalidade para perceber)

12 comentários:

  1. Isto é a minha ideia, há muitos anos.

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  2. Há meses que tenho esta discussão com o meu marido. Ele diz que se não se pagar principescamente aos gestorzinhos públicos, eles passam-se para o privado. Eu digo que não acredito que não exista gente capaz, decente e com vontade de trabalhar por um terço do preço. Além do mais, com as regalias astronómicas dos gestores públicos, alguma vez eles se passam para o privado?? Deves...

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  3. E que passem, era um favor que nos faziam. Nao me parece que tenham andado a fazer propriamente bom trabalho.

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  4. A ideia é uma boa ideia, até porque com 10.000 já se tem uma vida mais que razoavelzinha. O problema é o pessoal que se habituou à mama aceitar. Isso é que era bom. Olha os administradores dos bancos, como é que iam pagar as casinhas na beloura ou quinta do 'pirum'?

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  5. Bem, não resisto. Se tal medida fosse aplicada, o resultado seria muito simples: todas as pessoas que ganham (ou pretendem um dia vir a ganhar) mais de 10000 emigrariam (juntamente com os seus saldos bancários); ao mesmo tempo, os donos de empresas que para funcionarem pagam bem mais do que 10000 deslocariam as suas empresas para países onde tal coisa não fosse obrigatória; ao mesmo tempo, nenhuma empresa estrangeira se sediaria em Portugal. Autoeuropa e os seus 7.5% do PIB? Na Polónia ou Roménia, sei lá. Resultado? A fuga de capitais total. Como combater tal coisa, já que sem riqueza a malta não come e tal? Impedir a fuga dos capitais; para tal coisa apenas a nacionalização da banca e congelamento das contas dos cidadãos poderia apresentar resultados. Queres comprar uma sardinha? Levas um papel ao banco e talvez ele te dê o guito. Umas senhas de racionamento seria "mais justo". Com as empresas a falir, tudo o que é créditos dependentes de rendimentos elevados deixam de ser pagos; os bancos, naturalmente, sem dinheiro a entrar, deixam de ter capitais suficientes. Financiarem-se? Como? Quem dá dinheiro? Ninguém. Restrutura-se a dívida, vá. Adeus Euros, viva os escudos. Só valem cá, claro. Produzimos o suficiente para sobreviver? Claro que não. O paraíso comunista dos miseráveis. Caríssimos: a única coisa que garante a liberdade, aquela de que tanto gostam, é precisamente o vosso inalienável direito à vossa propriedade privada; transformar parte desse direito num "jogo de competição" é atirar-vos paras as masmorras do totalitarismo. Às vezes em vez de se perder tanto tempo a sonhar com o "era tão bom que fosse assim" talvez fosse melhor preocuparmo-nos mais com o "como é que isto - da vida - realmente funciona.
    Cumprimentos

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  6. Oh rapaz, repara que é uma personagem fictícia, com textos cujo objectivo é mais literário que propriamente de análise política, como aliás todo o blog em questão.
    Não é uma coluna de opinião, não é uma análise económica.

    (no entanto, eu acho que na função pública deveria haver tectos salariais, com limite no salário do presidente da república, por exemplo)

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  7. P.S. quando eu disse um texto delicioso, não disse: uma análise económica e financeira que pretende vir a resolver os problemas da economia nacional. É um blogue literário, não um blog político!

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  8. Mesmo assim, eu li o texto e passei adiante mas depois vêem-se os comentários e percebe-se que este tipo de ideias absolutamente mirabolantes fazem o seu caminho. Daqui a nada "delibera-se" no Rossio tectos de 10000 :P

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  9. Mas na FP já há tectos salariais. Só que há excepções, claro. Os gestores públicos, por exemplo, não se misturam com a ralé da FP.

    Por acaso acho que num mercado de trabalho como o nosso um salário superior a 10.000 é, a maior parte das vezes, totalmente injustificado em relação ao que se produz. E depois temos administradores a fazer contabilidade criativa para aumentarem os respectivos prémios. Ou vão dizer que nunca aconteceu?

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  10. Não me chocariam tectos salariais, se fossem políticas aplicadas à escala internacional. Claro que a nível nacional nao resultaria, pelas razoes que dizes, mas eu, que sou assim a dar para a esquerda, acho que permitiria uma sociedade mais justa, com menos desigualdades.

    É que para haver gente a ganhar mais de 10000 euros, tem de haver muito mais a ganhar menos de 500 para o pagar.

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  11. "É que para haver gente a ganhar mais de 10000 euros, tem de haver muito mais a ganhar menos de 500 para o pagar. "

    Esse é o erro: parte do pressuposto marxista de que não há criação de valor, apenas exploração do trabalho; na realidade, os países onde os salários mais altos são superiores, porque significa que trabalham em empresas altamente lucrativas que geram empregos e rendimentos, os salários mais baixos são também mais elevados. Empresas que podem pagar elevados rendimentos = emprego e bons salários para todos.

    Isto, claro, em Portugal não funciona na FP (e por arrasto em muitas empresas que privadas que vivem à conta dos negócios e das benesses do estado) porque os incompetentes que levam essas empresas públicas (nossas, portanto) a déficits crónicos e imorais, apesar de incompetentes, continuam a receber os seus salários, prémios, automóveis (tudo pago com os nossos impostos).

    A solução não é tectos salariais: é despedimentos dos incompetentes. E isso apenas se consegue num mercado livre (o que não é o caso do sector empresarial público) Vê o caso do Almerindo Marques: criou uma dívida como Presidente das Estradas de Portugal que beneficia directamente uma empresa do grupo BES; de seguida sai das Estradas de P. e vai trabalhar para onde? Para o Grupo BES.

    O sector empresarial do estado não vai lá com tectos salariais: vai lá com polícia. A maior parte desses gajos se não fosse amigo de alguém no poder político não tinha emprego era em lado nenhum.

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