Mas é que a I(solda?) de vez em quando escreve umas coisas que eu penso mesmo tal e qualinho:
Saúde: parece que acham boa ideia fazer concessões de serviços públicos a entidades privadas. Bravo. Supimpa. Mais vale dizer que acreditam no desmantelamento do SNS, e vendê-lo às postas. Novidades: o sector da saúde é, por natureza, deficitário. Mas, a funcionar, tem implicações na economia, assegurando o bem estar da população e logo a sua capacidade produtiva. Vamos ter hospitais de primeira para quem pode pagar, e de segunda para quem não pode? Isto alarma-me a um nível que nem consigo exprimir. E para quem tem dinheiro para pagar porque tem seguro: informem-se sobre quantos tratamentos de quimioterapia cabem no vosso plafond. As seguradoras não andam nisto por caridade, e em acabando o plafond, acabam vocelências no mesmo sítio dos pobrezinhos, i.e., fila da Caixa.
entre outras coisas.
Mulher!
ResponderEliminarOlha no que tu te foste meter.
Posso desejar boa sorte e dizer que vais precisar?
è que eu aventurei-me num texto sobre o assunto e em alguns comentários noutros blogues e não gostei muito do resultado.
Mas tal como eu digo neste país, antes dos políticos, o problema são as pessoas. Que não se respeitam umas às outras e acham que a sua opinião é sempre a mais certa e na maior parte das vezes nem sabem do que falam.
Enfim... vou espreitar esta caixa de comentários algumas vezes ;)
Porque não sei se reparaste mas todas as pessoas acham que agora é que as coisas vão mudar e melhorar e ficar óptimas assim num estalar de dedos.
Tao bom como nos states? Onde se uma pessoa tiver cancro tem de hipotecar a casa? Maravilhoso!
ResponderEliminarBem, algum dia tinha que vir aqui deixar um comentário ;)
ResponderEliminarSó queria deixar a ideia de que envolver os privados na saúde não implica que deixe de ser gratuito.
Não me lembro como funcionava aí na Holanda, mas na Alemanha podia-se ir a médicos privados e a companhia de seguros pagava. Muitas das companhias de seguros pertencem ao Estado e a maioria das pessoas tem um seguro de saúde dado pelo Estado.
Uma coisa boa deste sistema é que é mt mais prático ir a um médico qq perto de casa do que ter de ir para o centro de saúde ou hospital.
Por ex. agora em Lisboa nem sequer tenho médico de família, pq o centro de saúde está "lotado". Por outro lado, quando tive que ir ao dentista na Alemanha, fui onde quis, fui atendido no próprio dia e só paguei 10€ por causa do cartão europeu de saúde.
Claro que não sei se o PSD quer uma coisa deste género ou um privado só para os ricos...
Manuel
ResponderEliminaraqui é com seguro obrigatório que custa 100€ por mês e os primeiros 200€ de despesa se não me engano não estão cobertos.
Claro que aqui o salário mínimo é de 1200€, mas em portugal, como é que alguém a ganhar 500€ pode pagar 100€ de seguro?
Bem, eu também não tenho médico de família, estou à espera que o PPC cumpra a sua promessa e me atribua um.
ResponderEliminarMas tenho um sistema de "seguro de saúde" estatal, chamado ADSE. Desconto 1,5% do que ganho para esse "seguro", e tenho acesso a médicos convencionados (pouquíssimos) onde pago pouco, ou comparticipações (um nadinha miseráveis) sobre o que pago noutros médicos. Até tenho a sorte de poder ir às urgências de um Hospital privado que tem acordo com a ADSE e onde "só" pago 19,90 de "taxa moderadora". Claro que se tivesse atendimento de urgência no meu centro de saúde mandava às malvas o Hospital da Luz, onde esperei duas horas para me receitarem voltaren e darem atestado - foi só pelo atestado que lá fui, para as costas já sabia o que tinha que tomar.
Me mate também tem um "seguro" privado-público, para o qual desconta. Mas parece que querem acabar com estes subsistemas. Não discordo do princípio, se este significar integração de todos no SNS, e o reforço deste; era esse o programa do anterior governo. Mas com este governo, parece que há uma inversão, entrega-se aos privados a gestão de parte do SNS. Ora e como diz a Luna, há um país onde fizeram isso, com resultados hilariantes, os EUA. Aqui as seguradoras são todas privadas. Todas. E não andam nisto para perder dinheiro (é legítimo).
Por enquanto o pessoal ainda anda encantado, qual novo rico, a parir na CUF Descobertas, que é assim um hospital-hotel e decerto mais charmoso que a MAC ou a Estefânia. Chato é se o bebé tem um problema, aí o Estado que resolva e a CUF vai despejá-lo à porta da Estefânia, né? E por causa destas e de outras, muitos problemas pós natais que iam cair nas urgências do Estado é que foi necessário restringir admissões de bebés nascidos no privado, que estavam a tirar lugar a outros que até tinham nascido na MAC ou Estefânia, e curiosamente com menos incidência de problemas pós parto.
Tenho medo, claro que tenho. Se um dia tenho uma coisinha má que implique tratamentos caros, o que é que faço? Prostituo-me? Morro? Vou pedir?
E mais: mil vezes o Estado. Tenho medo, claro, de ficar perdida na triagem, apanhar mudanças de turno, perderem-me o processo, tudo coisas que acontecem por causa dos poucos meios. Mas mil vezes o Estado. E acho incrível que haja quem prefira fazer meia dúzia de quimios com vista para o rio e depois ir para a rua, e ande a encher a boca que o privado é que é bom.
(bigada pela referência)
Isto é assustador, e não é só em relação à saúde (se bem que reconheço que essa é uma área crítica). Passa-se o mesmo com a educação.
ResponderEliminarSim, Luna, tão boas como nos EUA ;)
ResponderEliminarMas já te apercebeste dessa postura das pessoas certo?
Beijinhos
Luna, eu pari a minha segunda filha na CUF Descobertas por alta insistência do meu sogro. 5000 euros. Leste bem. CINCO mil euros.
ResponderEliminarLuna, eu pari a minha primeira filha no HSFX. 0 euros. Leste bem, zero euros.
Diferenças? Sem contar com o quarto só para mim (que não dá jeito nenhum porque nem posso pedir a outra mãe que me vigie a filha enquanto eu vou à wc), nenhuma. Não valeu a pena nem sequer na epidural. Viva o público para muitas coisas. Claro que para outras, é pior. O meu pai morreu de cancro também porque o IPO está sobrecarregado e não o atenderam a tempo e horas. Mas não há sol na eira e chuva no nabal.