Receber uma garrafa de Monte Velho, e ao abri-la, descobrir que já não usa (ou pelo menos no estrangeiro) rolha de cortiça. Aquilo que geralmente me faz logo distinguir, mesmo sem beber, a qualidade dos vinhos...
(interrompendo um agradável jogo de bilhar para vir aqui responder-lhe, num instante, enquanto aproveito para pedir ao tipo do bar que me sirva outro whisky duplo)
Minha cara Luna, as garrafas de Monte Velho servem exactamente para oferecer a pessoas. Abri-la é sempre uma decepção.
(decidindo-me afinal por um Madeira, retomando o jogo)
Meu caro, quando se vive num país estrangeiro onde a única coisa frequentemente encontrada no supermercado é mateus rosé, ficamos contentes ao receber uma garrafa de vinho nacional, mesmo que seja monte velho (não é uma cabeça de burro, mas ok - e nem me vou por com cenas pretenciosas de 200€ por garrafa). Mas descobrir que uns dos nossos adoptaram rolha sintética é a estocada final.
Minha cara Luna, desconhecia que vivia no estrangeiro. Sei bem do que fala, por razões de sangue vivi largo tempo fora deste país e lembro-me de quão agradável era ter acesso a comida ou bebida do meu país.
(e quem diz um cabeça de burro diz um eugénio de almeida. uma vez apanhei cá um vinho portugues no supermercado que até me envergonhou, sem surpresa nem é conhecido em portugal, tao mau que só mesmo para mandar a quem nao gosta de vinho)
(sentando-me na poltrona de couro enquanto acendo um cigarro)
Minha cara Luna, os Países Baixos não são especialmente conhecidos pelo vinho que bebem. O Cabeça de Burro é um bom vinho para citar em blogues, dá um ar conhecedor a quem o invoca, razão pela qual o utilizo de vez em quando.
(não é que seja a coisa acertada trocar a conversa com a minha cara Luna por mais um jogo de bilher, acontece que o meu adversário solicita a minha presença. Tenha uma boa noite e evite estar no facebook ao mesmo tempo que está no blogger, diz que faz mal ao pâncreas)
Meu caro, bom vinho a citar é barca velha ou quinta da bacalhoa, que obviamente, eu nao bebo. Dentro do affordable com qualidade, o cabeça de burro é muito bom, tal como é O EA, mais em conta, para vinhos de mesa.
miúda, há muito muito tempo que me deparo com essa enorme fatalidade. o plástico sai mais barato do que importarem cortiça do nosso querido portugalinho. o negócio é plástico, é um nojo. os vinhos portugueses aqui vêm com rolha de cortiça mas no outro dia bebi um australiano, por sinal excelente, cuja rolha, prepara-te, não só não era de cortiça como era de rosca. ROSCA, pá, como quem abre uma garrafa de azeite...
ah, e aqui, nos supermercados manhosos, vendem um chamado BIGODES... filha, dizem-me que é nojento, a nossa fama de bons vinhos anda aí ao engano por causa de um vinho chamado bigodes, pqp...
Isa: aqui boa pare dos vinhos no supermercado sao de rosca mesmo. Mas eu quero lá saber que vinhos australianos ou chilenos não usem rolhas de cortiça? Agora portugueses? Nao se faz.
Roda dos Coelhos, Dona Ermelinda, Duas Quintas, Pios, Godiva... são tantos os acessíveis e bons!! Tenho mesmo pena que por aí só te chegue às mãos o Monte Velho. Ainda para mais sem rolha de cortiça.
Pode ser igual, pode ir dar ao mesmo, mas também tenho essa sensação de "rasca" se me dão um vinho sem rolha de cortiça. Já bebi de rosca, já bebi de tampinha de plástico e é certo, é igual. Mas soa a garrafão de carrascão.
Luna, para (tentar) salvar a integridade do sector vitivinícola português, não resisti a comentar. O Monte Velho continua a ser comercializado em terras lusas (e até em alguns países do denominado estrangeiro) com rolha de cortiça. Todavia, para a Holanda ele é exportado com rolha sintética (ou com o srew cap, a tal tampa de enroscar) porque os estudos de mercado indicam que a sua implantação será mais profícua assim. Resumindo e concluindo: a culpa é dos holandeses, por não apreciarem cortiça e "obrigarem" a estas modernices sintéticas.
Sim, é muito triste e triplamente estúpido - podiam dar a imagem de um vinho de qualidade e promover a cortiça e reforçar a ideia da associação entre vinhos de qualidade e rolhas de cortiça ao mesmo tempo. Era só um bocadinho mínimo de coordenação...
(um vinho bom para citações pretensiosas - Charme Amadeus, ou qualquer outro projecto Niepoort)
Vê lá tu que o meu vinho favorito é da Vidigueira, o Vila dos Gamas e custa menos de 3 euros no Continente. E tem rolha de cortiça! (é o meu vinho favorito porque tenho um estômago altamente estúpido e todos os vinhos me fazem mal, menos esse)
O Monte Velho há muito que já perdeu qualidade... a rolha... e concordo que é um indicador imediato, é o menos dos problemas do MOnte Velho.... já foi bom....sim.
Olá, vim aqui ter via Izzie. O Monte Velho, de um ponto de vista enofilo vale tanto como um Mateus Rosé, é um subproduto de engenharia quimica aplicada à enologia que (ao contrario do Mateus Rosé que nem classificação tem) por acaso tem classificação de Vinho Regional (nem DOC é) e destina-se aos mercados de exportação pois é elaborado de forma a ir ao encontro do gosto do norte de europa (Frutado, meio-seco, cristalino). Como é possivel um vinho manter-se organolopiléticamente estavel e consistente de ano para ano (por alguma razão não aparece o ano de colheita no rótulo) como uma coca-cola, quando nenhum ano de colheita é igual ao ano seguinte? Sim, muda a chuva e quando cai, muda o sol, muda o Ph do solo, muda a data da vindima, muda a duração da maceração e naturalmente mudam os compósitos secos (garrafa, rótulo, capsula e rolha). Faz-te um favor a ti própria, não bebas essa porcaria... alguém falou da Vidigueira - excelentes vinhos alentejanos! Quanto á rolha, as opiniões dividem-se: Sobre a qualidade: Em termos de preservação do vinho, é indiscutivel que a rolha de aglomerado ou de plástico mantém a organica do vinho sem exposição á oxidação logo preservando o sabor e o aroma, muito mais do que a rolha de cortiça, que é permeavel ao ar (oxidação), deteriora-se, aprodrece, e transfere sabor ao vinho, adulterando-lhe a essência original. Sobre a economia: ao contrario do que li nos comentários, o pior que podia acontecer era serem só os vinhos portugueses a usarem rolha, e todos os outros do mundo a usarem rolhas de plástico, porque lá se ia uma grossa fatia de exportação de cortiça com o caraças... Infelizmente é para esse cenário que se caminha, e por essa razão (combinada com o bairrismo da rolha de cortiça), vai se perdendo ao mesmo tempo os clientes de rolhas de cortiça no estrangeiro, e o acompanhamento da evolução do mercado pelos vinhos portugueses que vão ficando agarrados à tradição da rolha... Por alguma razão a maioria dos vinhos que se vêm por aí fora (morei 4 anos em Inglaterra e outros 4 em frança), particularmente os do novo mundo, adoptam cada vez mais a rolha de plástico. Percebo um bocadinho de vinhos, trabalhei 10 anos a exporta-los (nomeadamente para a Holanda). Bjs F
o que me têm dito (aquando visitas a caves e respectivas lojas) é que os produtos para exportação têm diferentes estratégias de mercado e geralmente quer o rótulo, quer a rolha são diferentes. O mercado americano, por exemplo, leva rolha de plástico porque preferem e são capazes de optar po um vinho de pior qualidade relativamente a um melhor só porque este último tem rolha de cortiça.
Nao me mates ja do coracao... a serio? Ainda nao vi monte velho importado por ca. Ha muito que tenho notado a "comercializacao" deste vinho, que era um excelente vinho e se esta a tornar inferior... mas antes e' o preco que se paga pela fama.
(interrompendo um agradável jogo de bilhar para vir aqui responder-lhe, num instante, enquanto aproveito para pedir ao tipo do bar que me sirva outro whisky duplo)
ResponderEliminarMinha cara Luna, as garrafas de Monte Velho servem exactamente para oferecer a pessoas. Abri-la é sempre uma decepção.
(decidindo-me afinal por um Madeira, retomando o jogo)
Meu caro, quando se vive num país estrangeiro onde a única coisa frequentemente encontrada no supermercado é mateus rosé, ficamos contentes ao receber uma garrafa de vinho nacional, mesmo que seja monte velho (não é uma cabeça de burro, mas ok - e nem me vou por com cenas pretenciosas de 200€ por garrafa).
ResponderEliminarMas descobrir que uns dos nossos adoptaram rolha sintética é a estocada final.
Minha cara Luna, desconhecia que vivia no estrangeiro. Sei bem do que fala, por razões de sangue vivi largo tempo fora deste país e lembro-me de quão agradável era ter acesso a comida ou bebida do meu país.
Eliminar(se não considerar intrusivo, vive onde?)
Na Holanda.
Eliminar(e quem diz um cabeça de burro diz um eugénio de almeida. uma vez apanhei cá um vinho portugues no supermercado que até me envergonhou, sem surpresa nem é conhecido em portugal, tao mau que só mesmo para mandar a quem nao gosta de vinho)
(sentando-me na poltrona de couro enquanto acendo um cigarro)
EliminarMinha cara Luna, os Países Baixos não são especialmente conhecidos pelo vinho que bebem. O Cabeça de Burro é um bom vinho para citar em blogues, dá um ar conhecedor a quem o invoca, razão pela qual o utilizo de vez em quando.
(não é que seja a coisa acertada trocar a conversa com a minha cara Luna por mais um jogo de bilher, acontece que o meu adversário solicita a minha presença. Tenha uma boa noite e evite estar no facebook ao mesmo tempo que está no blogger, diz que faz mal ao pâncreas)
Meu caro, bom vinho a citar é barca velha ou quinta da bacalhoa, que obviamente, eu nao bebo. Dentro do affordable com qualidade, o cabeça de burro é muito bom, tal como é O EA, mais em conta, para vinhos de mesa.
Eliminarmiúda, há muito muito tempo que me deparo com essa enorme fatalidade. o plástico sai mais barato do que importarem cortiça do nosso querido portugalinho. o negócio é plástico, é um nojo. os vinhos portugueses aqui vêm com rolha de cortiça mas no outro dia bebi um australiano, por sinal excelente, cuja rolha, prepara-te, não só não era de cortiça como era de rosca. ROSCA, pá, como quem abre uma garrafa de azeite...
ResponderEliminarah, e aqui, nos supermercados manhosos, vendem um chamado BIGODES... filha, dizem-me que é nojento, a nossa fama de bons vinhos anda aí ao engano por causa de um vinho chamado bigodes, pqp...
EliminarIsa: aqui boa pare dos vinhos no supermercado sao de rosca mesmo. Mas eu quero lá saber que vinhos australianos ou chilenos não usem rolhas de cortiça? Agora portugueses? Nao se faz.
Eliminarsim, portugueses é muito mais grave, claro, mas a exportação de cortiça contribuiria para a economia e para o nome de portugal no mundo e o caneco
EliminarRoda dos Coelhos, Dona Ermelinda, Duas Quintas, Pios, Godiva... são tantos os acessíveis e bons!! Tenho mesmo pena que por aí só te chegue às mãos o Monte Velho. Ainda para mais sem rolha de cortiça.
ResponderEliminarPode ser igual, pode ir dar ao mesmo, mas também tenho essa sensação de "rasca" se me dão um vinho sem rolha de cortiça. Já bebi de rosca, já bebi de tampinha de plástico e é certo, é igual. Mas soa a garrafão de carrascão.
ResponderEliminarJuanna: é como beber em copo de plástico, ou de água, apesar de ser o mesmo vinho não é a mesma coisa.
EliminarExacto!
EliminarLuna, para (tentar) salvar a integridade do sector vitivinícola português, não resisti a comentar. O Monte Velho continua a ser comercializado em terras lusas (e até em alguns países do denominado estrangeiro) com rolha de cortiça. Todavia, para a Holanda ele é exportado com rolha sintética (ou com o srew cap, a tal tampa de enroscar) porque os estudos de mercado indicam que a sua implantação será mais profícua assim. Resumindo e concluindo: a culpa é dos holandeses, por não apreciarem cortiça e "obrigarem" a estas modernices sintéticas.
ResponderEliminarSim, é muito triste e triplamente estúpido - podiam dar a imagem de um vinho de qualidade e promover a cortiça e reforçar a ideia da associação entre vinhos de qualidade e rolhas de cortiça ao mesmo tempo. Era só um bocadinho mínimo de coordenação...
ResponderEliminar(um vinho bom para citações pretensiosas - Charme Amadeus, ou qualquer outro projecto Niepoort)
Não ter rolha de cortiça, para mim é motivo de exclusão do vinho. Não compro. (a não ser que vá ao engano e a rolha não se veja, claro...)
ResponderEliminarVê lá tu que o meu vinho favorito é da Vidigueira, o Vila dos Gamas e custa menos de 3 euros no Continente. E tem rolha de cortiça! (é o meu vinho favorito porque tenho um estômago altamente estúpido e todos os vinhos me fazem mal, menos esse)
ResponderEliminarO Monte Velho há muito que já perdeu qualidade... a rolha... e concordo que é um indicador imediato, é o menos dos problemas do MOnte Velho.... já foi bom....sim.
ResponderEliminarGostei do jogo de ping pong entre Luna versus Lendário Fábio (eheheh).
ResponderEliminarConfesso que não gosto do Monte Velho, mas compreendo perfeitamente a situação. Longe do país, tudo deve saber muitíssimo bem.
http://amanhecertardiamente.blogspot.com/
Olá, vim aqui ter via Izzie.
ResponderEliminarO Monte Velho, de um ponto de vista enofilo vale tanto como um Mateus Rosé, é um subproduto de engenharia quimica aplicada à enologia que (ao contrario do Mateus Rosé que nem classificação tem) por acaso tem classificação de Vinho Regional (nem DOC é) e destina-se aos mercados de exportação pois é elaborado de forma a ir ao encontro do gosto do norte de europa (Frutado, meio-seco, cristalino). Como é possivel um vinho manter-se organolopiléticamente estavel e consistente de ano para ano (por alguma razão não aparece o ano de colheita no rótulo) como uma coca-cola, quando nenhum ano de colheita é igual ao ano seguinte? Sim, muda a chuva e quando cai, muda o sol, muda o Ph do solo, muda a data da vindima, muda a duração da maceração e naturalmente mudam os compósitos secos (garrafa, rótulo, capsula e rolha).
Faz-te um favor a ti própria, não bebas essa porcaria... alguém falou da Vidigueira - excelentes vinhos alentejanos!
Quanto á rolha, as opiniões dividem-se:
Sobre a qualidade: Em termos de preservação do vinho, é indiscutivel que a rolha de aglomerado ou de plástico mantém a organica do vinho sem exposição á oxidação logo preservando o sabor e o aroma, muito mais do que a rolha de cortiça, que é permeavel ao ar (oxidação), deteriora-se, aprodrece, e transfere sabor ao vinho, adulterando-lhe a essência original.
Sobre a economia: ao contrario do que li nos comentários, o pior que podia acontecer era serem só os vinhos portugueses a usarem rolha, e todos os outros do mundo a usarem rolhas de plástico, porque lá se ia uma grossa fatia de exportação de cortiça com o caraças... Infelizmente é para esse cenário que se caminha, e por essa razão (combinada com o bairrismo da rolha de cortiça), vai se perdendo ao mesmo tempo os clientes de rolhas de cortiça no estrangeiro, e o acompanhamento da evolução do mercado pelos vinhos portugueses que vão ficando agarrados à tradição da rolha...
Por alguma razão a maioria dos vinhos que se vêm por aí fora (morei 4 anos em Inglaterra e outros 4 em frança), particularmente os do novo mundo, adoptam cada vez mais a rolha de plástico.
Percebo um bocadinho de vinhos, trabalhei 10 anos a exporta-los (nomeadamente para a Holanda).
Bjs
F
o que me têm dito (aquando visitas a caves e respectivas lojas) é que os produtos para exportação têm diferentes estratégias de mercado e geralmente quer o rótulo, quer a rolha são diferentes. O mercado americano, por exemplo, leva rolha de plástico porque preferem e são capazes de optar po um vinho de pior qualidade relativamente a um melhor só porque este último tem rolha de cortiça.
ResponderEliminarNao me mates ja do coracao... a serio? Ainda nao vi monte velho importado por ca. Ha muito que tenho notado a "comercializacao" deste vinho, que era um excelente vinho e se esta a tornar inferior... mas antes e' o preco que se paga pela fama.
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