22 de junho de 2012

Só podem estar a gozar



Através da minha amiga Zita, cientista mesmo a sério a fazer investigação de vanguarda, tomo conhecimento deste vídeo da Comissão Europeia, que supostamente visa atraír mais mulheres à ciência. Pena que quem veja o vídeo veja apenas mulheres a pavonear-se a bambolear-se em mini-vestidos e daltos vertiginosos, lançando olhares gulosos aos colegas, sem qualquer tipo de função que não seja essa mesmo, com o único apontamento ao trabalho em laboratório ser porem os óculos de protecção de forma sedutora, entre imagens de sombras e vernizes. Só faltava começarem a espojar-se em bikini em descapotáveis e pensaríamos que se tratava de um anúncio de automóveis. Porque, aliás, ser sex symbol é a razão porque uma mulher resolve trabalhar em ciência. Ainda estou para perceber como não as puseram em lingerie sexy, cinto de ligas e stilettos, apenas com batas entreabertas por cima...

40 comentários:

  1. Dá a sensação que se insiste em se reduzir a mulher a isso. tanta mulher a queimar sutiãs pela causa, valha-nos deus...

    Bjo

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  2. E viva o belo do estereótipo...

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  3. Exagerado? Está redutor, e estupidamente sexista.

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  4. Foi dinheiro bem gasto :P
    Mas acho que os homens vão gostar mais de ver.
    Logo o titulo é sexista! Descrimina os homens :P

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  5. OMG! Mas olha que o video até podia ser assim, bastava tirar o slogan idiota, a passagem de modelos e as poses. Continuava a ter uma musica exagerada, mas não roçava o idiota...

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  6. Caramba, muito bom. Pena terem cortado a parte em que entravam os ZZTop ou os Whitesnake. A sério, parece um vídeo manhoso de metaleiros nos anos 80.

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  7. Podiam ter-se inspirado nas meninas da série "Bones": inteligentes, com carradas de estilo, mas discretas. Haja paciência...

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  8. Podia ser um anúncio de uma óptica, podia. Ainda assim, sexista.. é incrível como nos dias de hoje ainda há quem tenha destas ideias. Acredito que a intenção não fosse má, o resultado porém é uma desgraça... Até porque de cada vez que uma mulher entra num laboratório o primeiro pensamento é "como vou tornar a coisa mais sexy?" tal e qual acontece quando uma mulher vai trabalhar noutro lugar qualquer.... Enfim!

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  9. Ui, odeio. Na verdade, sinto-me quase (?) ofendida com este anúncio, nem sei colocar na forma de argumentos racionais...

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  10. Agnes: é ofensivo de facto. retrata as mulheres na ciencia como seres que se pavoneiam es vestes mínimas, enquanto os gajos (ao microscópio) fazem ciencia a sério, mas sao distraídos por estas sereias que aparecem no lab com o propósito de os desviar.

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  11. Odeio o modo como esse tipo de vídeos "embelezam" todo o tipo de profissões. Sou estudante de ciências e acho engraçado como eles fizeram o anúncio, porque no laboratório da minha escola é proibido andar com o cabelo solto e com acessórios.

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  12. Este comentário foi removido pelo autor.

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  13. Percebo a ideia. Mas caí no cliché e torna-se redutor é de mau gosto.

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  14. Conheço a campanha mas desconhecia o vídeo. Er... Situação manhosa. A intenção é das melhores: atrair raparigas sobretudo adolescentes a escolherem percursos de ciência e a mostrar que o mundo dos laboratórios, computadores, etc também pode ser feminino. Não me decidi ainda se o método é o melhor... Se funcionar, ótimo. O vídeo realmente está patético mas asseguro que não é a única (nem mais importante via) pela qual estão a tentar a coisa. Ontem foi o lançamento da campanha e vi que estão a fazer grande esforço para por mulheres cientistas a explicar - sobriamente! - ao mulherio adolescente os seus percursos profissionais e a fazê-las ver na prática que mulher e ciência não são antónimos.

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  15. Que anúncio tão estúpido e tão insultuoso, de facto.
    Mas aposto que o "criativo" publicitário deve ter achado "o máximo" e ter gritado "Eureka" quando o imaginou. :(

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  16. Irrita-me tanto ter de admitir que precisamos da ciência para tudo. Será que não há espaço neste mundo para profissionais de outras áreas??


    http://cronicasarasca.blogspot.com

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  17. o vídeo é privado e não vejo nada :)

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  18. O video foi retirado pela Comissao Europeia em resposta a tanta critica :)! E a Comissao Europeia esta a pedir (via Twitter) nomes de mulheres cientistas.

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  19. Este comentário foi removido pelo autor.

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  20. O video dá para ver ainda por outro link que continua actualizado: http://www.youtube.com/watch?v=g032MPrSjFA :)

    Como estudante de Ciências Biomédicas senti-me ofendida com a imagem que pretendem transmitir de uma mulher cientista, que trabalha tão bem como qualquer homem do mesmo ramo, sem necessitar de se pavonear vergonhosamente como o video mostra. Ok, percebo a ideia deles e sei o que pretendiam com isto; apenas foi uma ideia muito infeliz e mal conseguida.

    (ps: é a primeira vez que comento no teu blog embora já o siga à imenso tempo. Continua com o bom trabalho que fazes :) )

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  21. Consegui encontrar o vídeo no youtube (aqui no blog aparece-me a mensagem "Este vídeo é privado"). Já li aqui na caixa de comentários que o vídeo foi retirado, e bem. Eu apoio a ideia de chamarem mais mulheres para a investigação, mas ser rapariga hoje em dia não deve ser nada fácil: é preciso ser sexy, atiçada e calçar saltos altos para tudo na vida. E usar batom e pós na cara.

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  22. Pronto, já actualizei o vídeo.

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  23. Teresa Poças:

    hã?

    eu diria mesmo que há bastante mais espaço neste mundo para não cientistas, ou vá perguntar aos desgraçados bolseiros de investigação (google ABIC), que há anos que tenta que sejam pelo menos considerados trabalhadores, com direitos sociais como todos os outros trabalhadores, tal como reforma ou fundo de desemprego...

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  24. Misturar batons, óculos coloridos e tipas com ar de pêgas com caixinhas de petri e tubos de ensaio e colorido dos anos 80 é tão estúpido e redutor, como se, só através desses chamarizes fosse possível atraír mulheres para a ciência. And then again, eu pergunto, porquê estas campanhas "mulheres na ciência", "mulheres na política", sistemas de quotas. Sou totalmente contra este tipo de agenda.

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  25. Luna, eles não estão a retratar as mulheres na ciência. A ideia era: o homem ao microscópio representa o actual domínio masculino nos labs... elas seriam as adolescentes muito cool que eles querem trazer para os labs... mas não resultou como queriam. Se calhar resultava melhor com a sua ideia da lingerie e da bata entreaberta. :)

    Mas a campanha é sexista porque proclama que a ciência é uma coisa de raparigas! I beg your pardon?! Wtf?!

    Que eu saiba a publicidade não deve fazer discriminação com base no género, raça, idade, orientação sexual, etc.

    A comissão europeia devia era ser processada. Isto de ter de ser tudo muito igual nos 50%/50% e ai jesus porque só há 30% de investigadores do sexo feminino é de uma debilidade mental atroz. Principalmente porque a maioria dos estudantes universitários na UE já são mulheres.

    E afinal, que interessa o sexo dos cientistas?!
    Que interessa se o autor da teoria da relatividade tinha um pénis ou uma vagina?!

    Quero lá eu saber se os laboratórios estão cheios de homens ou de mulheres ou de transexuais. É preciso é que sejam pessoas curiosas e inteligentes!

    Foda-se, já não há pachorra para o politicamente correto!

    Science is not a girl's or boy's thing: science is a curious and geek people's thing!

    Sobre a campanha e as reações:
    http://science.top10-digest.com/e-u-s-science-its-a-girl-thing-campaign-sparks-a-backlash/

    P.S.: Luna, a Zita disse que a comissão está a pedir nomes de mulheres cientistas. Envie uma foto sua! Se se vestir de uma determinada maneira chama-na logo! Ahah

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  26. Just José:

    Pensar que atrair mais raparigas para a área não só das ciências naturais mas também das engenharias e informática, onde estão em franca minoria é algo negativo é realmente "de uma debilidade mental atroz". Os métodos para tal podem ser questionados e infelizmente este vídeo não foi feliz; mas o objetivo da campanha é. As mulheres, tal como os transexuais ou qualquer outra minoria, trazem para a ciência novas perspetivas, e a ciência só tem a ganhar com a diversidade. Dou-lhe um exemplo: a adaptação de cintos de segurança para automóveis que tenha em consideração a proteção da barriga de uma mulher grávida. Dificilmente um homem engenheiro se lembraria de tal pormenor. E no então servirão em potência metade da população...
    O que interessa realmente na ciência - como em qualquer outra profissão - são pessoas inteligentes e curiosas, geeks até, como diz. O problema continua a ser que o estereótipo de geek e do cientista de laboratório continua a ser o de um homem; dificilmente se imagina uma mulher quando se pensa nessas profissões. Estas diferentes expectativas, aliadas ao muito frequente mito (estatisticamente refutado) que as raparigas são piores a matemática do que os rapazes, são poderosos na horas das mulheres escolherem o seu percurso escolar e mais tarde profissional. Eu sei-o e senti-o na pele. Quando não é uma questão de aptidão que está a impedir mulheres de seguirem a via científica mas sim preconceitos de género, então campanhas como estas fazem todo o sentido. Já os métodos, como disse, são questionáveis. De referir ainda que o vídeo é apenas uma parte da campanha, e como a Zita disse e muito bem, a Comissão está a solicitar a mulheres cientistas que deem a cara e o seu testemunho para encorajar raparigas a seguirem ciências (o antigo Agrupamento 1) e a mostrarem que a Ciência não é só, mas também pode ser uma coisa de rapariga.

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  27. Cara D.S., Obrigado pela sua estimulante interpelação, a que vou responder com todo o gosto.

    Antes de mais eu não disse que era negativo trazer mulheres para a ciência. O que escrevi, e pode conferir, é que isto de ter de ser tudo muito 50%/50% é de uma debilidade mental atroz.

    Senão veja: a D.S. fala nas minorias. Mas quantas minorias há?
    Diga-me, quantos negros há nos laboratórios? Quantos homossexuais? Quantos bissexuais? Transexuais? Quantos muçulmanos? E as universidades católicas, quantos ateus têm? E deficientes motores? E será que os homens feios ou as mulheres feias são discriminadas em relação ás bonitas ou vice-versa? Como sabe há empregadores que acham que uma mulher muito bonita perturba os colegas homens e não a contratam. Vamos ter quotas para todas essas minorias? E que percentagens?

    Estou a ver a Luna a querer admitir um(a) estagiário(a) e ir perguntar ao boss o perfil que tinha de ser. Ele olha para um enorme quadro na parede, puxa da calculadora e diz:
    "Ok agora tem de ser um homem, caucasiano, muçulmano, bissexual, bonito e deficiente auditivo. Se não conseguirmos, não vamos cumprir as quotas, temos o comissário político europeu à perna, fecham o lab e podemos ir para o Gulag na Lapónia! Por favor consegue-me um tipo assim!" :)

    Espero que o meu exemplo extremo deste estranho tipo de lógica de preechimento de vagas por ratios politicamente corretos, tenha posto a nu a irrazoabilidade dessa prática.

    D.S., veja: Marie Curie foi cientista e recebeu o prémio Nobel da Física em 1903 e da Química em 1911 porque tinha paixão pela ciência!

    Não faz sentido querer que adolescentes que não têm paixão pela ciência vão para engenharia química me vez de design ou línguas só para os comissários politicamente corretos terem umas estatísticas perfeitas e serem promovidos!

    Mas don't take my word for it, ouça a opinião de uma cientista mulher, a Dra. Meghan Gray, no post seguinte da Luna e leia o meu comentário lá.

    E D.S., francamente, não venha com esse argumento sexista de que as mulheres trazem novas perspectivas à ciência. A ciência tem a ver com inteligência, objectividade, factos, números, temperaturas, pesos, medições, etc.

    Se as unhas que agarram o tubo de ensaio estão pintadas ou não, e se a pessoa que observa no microscópio fez uma operação para mudar de sexo ou se nessa noite vai fazer sexo com um homem ou com uma mulher é (deve ser!) completamente indiferente para as células que estão a ser observadas e para o relatório que essa pessoa vai fazer do que observa.

    Quanto ao argumento, mais uma vez sexista e sem base estatística nenhuma, de que as mulheres são melhores a inventar produtos para mulheres veja este link:
    http://www.thesun.co.uk/sol/homepage/woman/4239571/Women-say-the-Pill-is-their-favourite-invention.html

    Quem inventou a pílula foi um homem:
    http://en.wikipedia.org/wiki/Gregory_Goodwin_Pincus

    Para terminar faço uma sugestão à comissão europeia: se querem realmente lutar pela condição feminina, porque não fazem uma campanha contra a opressão familiar em que vivem muitas mulheres muçulmanas na Europa?

    "The ownership of a muslim woman is passed from one man to another. Ownership of the woman is passed from the father or the brother to another man, the husband. The woman is merely a piece of merchandise, which is passed over to someone else—her guardian ..."

    Hipocrisia...

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  28. Caro Just José:

    Obrigada pela sua resposta. Se a Comissão vai ou não atrair mais mulheres para a ciência ainda está para se ver, mas só o facto de já ter posto as pessoas a debater estes assuntos já é algo positivo.

    Marie Curie ganhou o prémio Nobel da Física e Química no início do séc. XX, o que é realmente um feito extraordinário se pensarmos que na altura as mulheres nem podiam ainda votar. Mas enumere-me as mulheres que desde aí ganharam prémios Nobel relacionados com ciência... Vai-me dizer que simplesmente metade da população mundial não tem capacidade para tal? Que não tem interesse nas mecânicas do universo e assim?

    Para mim o ponto crucial aqui é que há algo exterior à aptidão para as disciplinas exatas, onde já foi concluído que é igual para ambos os sexos, que está a travar raparigas adolescentes de escolherem a ciência como profissão futura. E o que é isso? São os velhinhos estereótipos de género.

    As meninas a brincarem com bonecas e os meninos a brincarem com joguinhos de montar; a velha ideia do geek informático homem e anti-social, do cientista louco, a ideia de que as raparigas são boas é na linguagem e na comunicação e que não têm mentes técnicas, etc. Todos estes falsos pressupostos e moldagens segregatórias traduzem-se depois nas largas diferenças de género seja em ciência seja em profissões como enfermagem, educação (onde é o contrário e onde os homens são escassos).

    Não é uma questão de interesse e curiosidade pela ciência/universo/natureza; simplesmente a grande maioria das raparigas não vÊ a Ciência como um caminho profissional viável, devido a todas as percepções que enumerei em cima. Trazer-se mulheres cientistas a público, fazê-las interagir com raparigas adolescentes para que estas possam ver que "olha, afinal existe alternativas interessantes e eu também posso tornar-me cientista...". É uma questão de abrir possibilidades e de se poder fugir ao pressuposto.

    Se o Just José não vê o benefício de trazer mulheres para ciência, então já se torna uma questão de diferença de perspetiva que não me parece possível de discutir.

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  29. Cara D.S.,

    Eu não vejo é benefício em trazer pessoas para uma qualquer actividade porque têm o sexo A ou B. Isso é discriminação com base no género, do mais básico que há!

    Responda-me com honestidade intelectual: se esta campanha fosse feita em Portugal antes do 25 de Abril e proclamasse "A ciência é uma coisa de rapazes!" nãoa acharia totalmente discriminatória, retrógrada e abjecta? Então?! Só porque muda o sexo já é bom?! Coerência por favor!

    Mas reparei que nem uma palavra escreveu sobre as jovens muçulmanas cidadãs europeias que queiram seguir uma carreira científica e tenham a oposição do seu homem dono e "guardião" familiar porque toda a verdade e ciência está no corão... no caso delas não podem vir a ser prémios Nobel porque a religião não deixa, certo?

    Que faz a comissão europeia para ajudar estas jovens escravas da família em pleno século XXI na Europa? Ou a D.S. acha-as mulheres cidadãs europeias de segunda e prefere abandoná-las à sua triste sorte? Não fuja à questão, D.S...

    Mas falou na população mundial: olhe, na Arábia Saudita as mulheres nem podem conduzir quanto mais serem cientistas!
    Fecha os olhos a isto também, certo D.S.?

    E as mulheres de África que poderiam vir a ser prémios Nobel? Será que têm medo dos laboratórios cheios de homens mad-scientists? Ou será que muitas morrem à fome antes de chegarem a uma escola que não existe?

    Portanto quando fala em metade da população mundial não conseguir obter mais prémios Nobel e depois fala do estéreotipo do cientista homem de meia idade de cabelos brancos como a causa disso... só posso sorrir.

    O seu discurso é totalmente sexista e é a D.S. que está fechada dentro de estereótipos antigos e ultrapassados. Está tão desfasada sobre o que pensam as adolescentes de hoje!
    Tão desfasada como deve estar a comissária para a ciência, inovação e investigação Geoghegan-Quinn...

    Cito aqui, tirado do post seguinte, Dra. Meghan Gray, astrónoma do Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge.

    "(the video is) a parade of stereotypes about what girls are and what they like".

    E também diz que é preciso encorajar para a ciência "young people MALE AND FEMALE" que tenham paixão e "want to find out more about how the Universe works".

    Será que a comissão europeia fez um grande inquérito às adolescentes para saber porque é que não escolhem ciências? Aposto que não. Deve ter saido da cabeça da comissária ao olhar para os 30% de mulheres nos laboratórios...

    Sei do que falo porque tenho duas adolescentes em casa, uma com 17 e outra com 14 anos. A mais velha foi a melhor aluna a Filosofia com 19 e a segunda melhor a Físico-Química com 16. O melhor por acaso foi um rapaz. Porque aconteceu isso? Não sei. Mas estou mais preocupado com todos os outros que tiraram de 13 para baixo e negativas...

    A minha filha ainda não decidiu o que quer seguir, embora esteja na área de ciências. Mas se eu lhe falasse no estereótipo do cientista louco, e se as barbies poderiam ter a ver com a decisão ela ia dizer "O quê?!" Ahah acredite D.S., está totalmente fora da realidade!

    Talvez se houvesse a preocupação de tornarem o ensino das ciências mais apelativo, revissem métodos pedagógicos e mostrassem que há empregos para licenciados em ciências tivessem mais sucesso do que com estas campanhas idiotas.

    E D.S., se vier a ter uma filha, não faça má cara se ela pedir uma boneca Bratz e não a obrigue a ter cabelo curto se ela o quiser comprido.
    Eu nunca limitei as minhas e elas corriam para as prateleiras das bonecas. Não ia ser eu a obrigá-las a não o fazer, só para provar um qualquer estereótipo ou anti-estereótipo meu.
    Aí sim estaria a moldá-las... como infelizmente estou mesmo a ver que a D.S. irá fazer ás suas, para provar a sua teoria.

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  30. Just José,
    Tenha lá calma com as suas acusações sobre as minhas filhas ainda-não-nascidas... Pelo que sabe eu posso nem querer filhos.
    Não falei da situação das mulheres muçulmanas na Europa porque simplesmente não tem nada que ver com esta questão (muito menos a situação das mulheres na Arábia Saudita). Sei bem o que se passa nessas comunidades, infelizmente, mas o que se está a discutir aqui é a campanha da Comissão para atrair mulheres para a ciência, cuja importância é o ponto fundamental em que discordamos. O José é que começou a fugir à questão trazendo à baila problemas muito graves mas off topic. O seu argumento é tão válido como a ideia de que "o Banco Alimentar anda a angariar comida para ajudar portugueses necessitados, deviam era fazer campanhas de angariação de fundos para pessoas de África, essas sim é que andam a morrer à fome!". Ou seja, é ridículo pensar que uma coisa invalida a outra. Podem-se fazer campanhas para atrair mulheres para a ciência onde, repito, estão em franca maioria por razões que NADA têm que ver com as suas capacidades, enquanto se tenta educar homens e mulheres muçulmanos a respeitar o direito à liberdade.
    Diz-me que eu não faço ideia do que querem as adolescentes hoje em dia e que estou desfazada da realidade. Esquece-se que eu FUI uma adolescente há uns 7 anos. Tenho 4 cunhadas raparigas em plena adolescência. Acha que eu não sei o que é ser adolescente? O José não sabe nada sobre mim por isso aconselho-o a continuar o debate de ideias e a não tornar isto um ataque pessoal.
    Pela forma como fala parece que a Comissão está a obrigar as raparigas a escolherem ciências ou a cortarem o cabelo e a queimarem sutiãs. Não estamos SEQUER a falar de impor quotas na ciência, como também trouxe à baila. Esta campanha trata-se apenas de mostrar que existem outros caminhos profissionais para além da área das comunicações, línguas, etc que pela minha experiência - e pelas estatísticas - se vÊ que é para onde vai a grande maioria das raparigas.

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  31. Vou-lhe dizer um número que me chocou e que prova que o interesse não tem nada que ver com aptidão: 1/4 das raparigas britânicas de 11-12 anos declaram como sua profissão de sonho ser stripper (Report on the Sexualisation of Young Girls, pode googlá-lo). Agora diga-me: isto é normal? Tem que ver com uma aptidão qualquer que as raparigas britâncias desenvolveram? Ou será que os seus interesses não foram simplesmente moldados pelo que veem dia após dia a ser celebrado nos media?
    E agora diga-me: é negativo celebrar-se mulheres cientistas para tentar mostrar às raparigas que também essa pode ser uma profissão aplaudida? Que há mulheres que tiveram sucesso e são celebradas nesse sector? Pela minha experiência, muitas raparigas nunca sequer puseram a hipótese de enveredar pela via científica. Os testemunhos destas mulheres podem fazê-las reconsiderar.
    Concordo inteiramente que os métodos como se ensina ciência e matemática em geral devem ser revistos. Para rapazes e raparigas em igual, obviamente. No que discordamos é na igualdade de circunstâncias em que os dois sexos partem; eu acredito que em termos de expectativas relativamente à ciência, as raparigas estão em posição inferior.
    No início perguntou se eu não achava que uma campanha entitulada "A ciência é coisa de rapazes" não seria sexista. Eu respondo-lhe que não; seria antes ridícula porque desnecessária. Que a ciência é coisa de rapazes já toda a gente sabe. Que ela também pode ser coisa de raparigas é que não é tão evidente. Mas se me perguntar se uma campanha entitulada "Enfermagem é coisa de rapazes" é sexista dir-lhe-ía que não; que se calhar até faz sentido.
    A igualdade de géneros, que é no fundo o que está na base disto tudo, não se trata de um ataque aos homens, como muita gente (geralmente do sexo masculino) gosta de pensar. Assim como o combate ao racismo não se trata de um ataque aos brancos. Trata-se apenas de admitir que as mulheres, ou no caso do racismo, os pretos, árabes ou ciganos, enfrentam ainda obstáculos que os homens ou os brancos não enfrentam.

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  32. Cara D.S.

    Só globalizei a questão porque a D.S. falou em "metade da população MUNDIAL". Mas quer voltar à Europa, voltemos à Europa.

    Oh D.S., diz-me que a questão das muçulmanas europeias que não podem ser cientistas, é "off topic"?! How come?!
    Então a ideia não é ter mais mulheres na ciência?! De certeza viu muitas muçulmanas todas cobertas em Inglaterra, a seguir os seus maridos na rua como servas... Olhe, na Holanda há mais de um milhão de muçulmanos. São 32 milhões na União Europeia.

    Já viu se algumas dessas mulheres fossem libertadas e se tornassem cientistas?

    Choca-a a sexualização das jovens raparigas ocidentais. Tudo bem. Mas espanta-me como não a choca ainda mais a escravização das jovens raparigas muçulmanas!
    Prefere uma stripper por opção ou uma escrava por obrigação?

    Veja bem esta sua passagem:

    "Sei bem o que se passa nessas comunidades, infelizmente, mas o que se está a discutir aqui é a campanha da Comissão para atrair mulheres para a ciência, cuja importância é o ponto fundamental em que discordamos."

    Wow... D.S. já reparou como está a segregar as mulheres "dessas comunidades"? Como se as mulheres "dessas comunidades" não fossem também dignas destinatárias da campanha da UE? D.S.... não estará a ser um pouquinho "racista"?

    O que quero dizer é que há mulheres a sofrer grave opressão religiosa na nossa Europa e por "racismo" e cobardia todos nós fechamos os olhos.... e dizemos que é off topic.

    Mas concordo consigo noutra questão, a sexualização das jovens adolescentes é mesmo um problema: até a comissão europeia as sexualiza nesta campanha! Só faltava pô-las a fazer strip!

    Quanto ao mais, eu sou coerente e por isso discordo de si: "a enfermagem é coisa de rapazes" seria também sexista e ridícula - liga uma profissão a um determinado sexo. Não vale tudo para atingir determinados fins, ou vale?

    Bottom line:

    D.S., na minha opinião, importante é que não haja entraves a que os homens possam ir para enfermeiros ou as mulheres para cientistas: igualdade de oportunidades.
    Mas se não querem ir, tudo bem!

    Gostei de debater consigo mas acho que faz demasiadas afirmações baseadas nas suas perceções e não fundamentadas, como "toda a gente sabe que a ciência é coisa de rapazes" e assim fica difícil.

    Olhe eu não sei que a ciência é coisa de rapazes e tenho a certeza que se fizesse um inquérito às minhas filhas e às amigas e perguntasse "achas que a ciência é coisa de rapazes?" a resposta seria negativa. Ainda hei-de perguntar...

    Mas a pergunta que a comissão europeia devia ter feito, às adolescentes que dissessem que não queriam ser cientistas, era simplesmente: "Porquê?"

    E consoante os resultados decidir que ações tomar.

    Em vez disso fizeram uma campanha sexista e sexualizada, com base em perceções e estereótipos.
    Só espero que não afaste da ciência as raparigas inteligentes e curiosas, mas feias e pouco fashion!

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  33. José,

    Como lhe disse, não vou entrar pela questão das mulheres muçulmanas porque, como já lhe disse, uma coisa (campanha para atrair mulheres para a ciência) não exclui a outra (lutar para a emancipação das mulheres muçulmanas).

    Como já deu para concluir, temos opiniões diferentes quanto aos entraves que homens e mulheres enfrentam; o José acha que quando muito são apenas de estímulo através de ensino, eu acho que as mulheres enfrentam um obstáculo acrescido que tem que ver com as expectativas em relação à ciência e à falta de role models.

    Nada mais tenho a acrescentar. Foi um prazer debater consigo.

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  34. Mas que disparate de campanha... a tentar sensualizar a ciência.

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  35. O objectivo do vídeo é claramente tentar trazer para a 'ciência' rapazes que de outra forma optariam por rebentar as mesadas em bebedeiras nocturnas, esbanjando em masturbação a energia diária sobrante.

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  36. http://www.edge.org/3rd_culture/debate05/debate05_index.html

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