28 de março de 2013

Living abroad (so true)


"One day, you simply look back and realize that so much has happened in your absence, that so much has changed. You find it harder and harder to start conversations with people who used to be some of your best friends, and in-jokes become increasingly foreign — you have become an outsider."


E é isto que custa (e assusta) mais. O artigo todo é tudo o que todos nós emigras pensamos.

14 comentários:

  1. Eu sei que talvez o vivas de uma forma mais "sentida" porque estás longe = noutro país. Mas hoje em dia, nos "nossos" tempos, poucos são aqueles que não vivem de algum modo essa mesma ansiedade. Uns porque foram para outro país, outros porque foram para outra cidade, as referências às quais nos habituámos quando éramos pequenas (os nossos pais conhecerem toda a gente "na terra", os nossos pais viverem carreiras estáveis, por exemplo) já não existem para nós. Eu sei que isto não te serve de consolo, mas não estás sozinha. Pensa também naquilo que tens ganho e nas raízes que tens espalhado pelos países onde tens estado e pelas amizades que tens feito.

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  2. So true!!
    Mas, não é necessário ser emigras para sentires isso!!
    As pessoas mudam mesmo vivendo no mesmo sítio; as piadas,o que te identificava, tudo deixa de fazer sentido, quando as pessoas se afastam!!
    Talvez nos encontremos mais, mas não é por isso que nos identificamos!! Acabamos a fazer sempre a conversa típica do tempo: está de chuva, né?

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  3. Putz, Luna, vou ler todo. chegaste a ler um texto, enorme, foi em 4 atos, chamado notícias da nossa terra? tem mto disso, tu seres um outsider na tua terra, mas tb na terra q escolheste pra viver. ah, sim, escrevi sb isso no outro dia, acho que comentaste :) e no post do ser do mundo tb, é o diabo, pá, é o diabo...
    Bjo solidário e abracinho apertadinho, que às vezes só precisamos mesmo disso... vou ler.

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  4. Sabes o que me assusta? Cada vez mais a minha casa é aquela em que vivo sozinha e não esta onde estou com os meus pais. (estou de férias)
    Não me interpretem mal, foi aqui que eu cresci e o amor e o carinho dos meus pais não tem preço e é insubstituível, mas ainda que às vezes desespere por lá estar sozinha, não consigo não ter suadades da minha cozinha, da minha sala, da minha almofada. Acho que esse foi um momento importante, durante muito tempo dizia "a almofada de Portugal, que saudades" e agora é "a almofada da Suécia, essa é que é". Mas lá está, não somos de lado nenhum. Ou melhor, somos de todo o lado, para ver a coisa pela positiva. Acho que é um bocado quando se acaba o Erasmus e andamos ali às apalpadelas que já não sabemos bem quem somos ou quem nos tornámos, mas em pior (ou melhor) porque agora é para a vida.

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  5. Margarida: exacto. acho que o momento em que me caíu a ficha foi quando tive vontade de voltar para a minha casa... quando estava em portugal.

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  6. So true. Mesmo que aconteça entre os amigos que moram todos perto uns dos outros, para quem está fora, essa diferença é muito mais radical.

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  7. So, so true...
    Mas visto do lado de quem viveu fora e depois voltou, se os amigos forem mesmo, mesmo verdadeiros quando voltas logo te tornas insider outra vez.
    E eu das primeiras vezes que voltei à Holanda senti o mesmo ao contrário - os meus amigos de Amsterdam cheios de novos rituais, novos sítios, e eu, lá está, a outsider. Agora já me habituei a isso, a maioria dos meus amigos já foi embora, e eu já não vejo Amsterdam como a minha casa, mas ainda assim dou por mim a dizer "isto antes não era nada assim!"

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  8. É estranho chegar-se à casa onde se viveu 20 e tal anos e não saber onde estão as coisas. Pior ainda encontrar amigos e parecer que não há nada em comum, além do "Ah! quando estávamos na faculdade..." - sendo que isso soa a tempos jurássicos. E a encabeçar este top: ao fim de dois dias em Lisboa, estar com os nervos em franja de tal maneira ao ponto de ligar para a Lufthansa a ver se não dava para antecipar o regresso a casa... Viena!

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  9. Verdade, do texto todo, essa é realmente a parte que mais me tocou e que mais me assusta.

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  10. Em parte é bem verdade, mas em relação ao que aproxima/distancia as pessoas, penso que não é sempre assim. Se as pessoas são verdadeiramente amigas e se identificam uma com a outra nunca deixa de haver tópicos de conversa. Há amigos que se separam durante anos, e é como se se tivessem visto no dia anterior. Mesmo que as suas vidas tenham evoluído de forma totalmente diferente. Mas pronto, admito que não é assim muito frequente isso acontcer, não.

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  11. Nao sei. Senti isso nos primeiros 10 anos talvez. E nao sinto mais. A verdade e' que os amigos (muitissimo raros) portugueses que ainda tenho continuo em contacto diario ou quase diario com eles. E falar com eles e' tao facil como no liceu. Os outros nao sao ja amigos, mas tambem nao seriam mesmo que tivesse ficado. Passei uns tempos em Portugal antes de voltar a emigrar para outro pais e vi isso... os meus amigos ja nao eram meus amigos, os meus lugares nao eram meus, nem a minha casa parecia mais minha.

    Portugal e' familia e a minha praia favorita de ferias. Nao um sitio onde algum dia possa voltar a viver. Portugal e' a casa da minha mae, da qual sai aos 18 e ja vivi outros tantos fora dela. E mesmo em ferias, nao e' nela que fico. Portugal sao os almocos la 'a segunda feira com os amigos dos meus pais, irma, cunhado e sobrinha, que se juntam la por tradicao ainda hoje, ao fim de mais de 30 anos. Mas para te ser sincera de pouco mais sinto saudades. Visito a minha ilha e o meu mar nas ferias e chega-me.

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  12. Como te entendo, estava a tentar escrever exactamente sobre essa sensação quando esbarrei com este post. My thougths exactly ... apesar de só ter mudado de cidade, e penas há um mês... já tenho todos os sintomas, primeiro senti algum desconforto no retorno "a casa" e depois também me caiu a ficha quando estava "em casa" e sentia vontade de estar na minha casa... Beja.
    e o medo, por nunca mais pertencer a lado nenhum, ou a tentar ver pela positiva, pertencer a todo o lado... tem de haver alguma coisa positiva nisto ;D

    e seguir a velha premissa... home is where your heart is... e esse não tem fronteiras ;)

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