30 de agosto de 2013

"I can't imagine living my life like this every single day"



Daqui

Todos os homens deviam experimentar pôr-se no corpo de uma mulher por um dia. Talvez assim os grandes intelectuais da nossa praça não achassem tão tonto incomodarem-nos os "piropos".

8 comentários:

  1. O problema não são os homens, ou só os homens. Se fores ao Twitter por exemplo tens até mais mulheres do que homens a ridicularizarem esta iniciativa do BE.

    Acho extraordinário que principalmente muitas mulheres não percebam que ao tolerar-se o assédio verbal depois não nos podemos admirar muito de termos sentenças judiciais como esta (entre outras de igual calibre que seguem a triste memória da coutada do macho latino).

    http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1850585

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  2. A questão é: legislar como? É um problema de educação, ou falta dela. Isso não começa na lei...

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  3. É, a gente tem mais é que aguentar, se de repente um macho nos achar extremamente fodíveis e decidir verbalizá-lo. Sim, sim, há coisas piores.

    (a palavra piropo foi mal escolhida, certo, mas a verdade é que sempre se qualificou como piropo qualquer interpelação, fosse ela mais galanteadora ou mais ordinária. e a questão não é legislar, é educar: não é aceitável.)

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  4. não e' uma questão de legislação, e' uma questão de educação cívica. da mesma maneira que ensinam os meninos na escola a reciclar, podia e deviam ensinar os limites do que se pode dizer e fazer na rua.

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  5. Também é uma questão de legislação.

    O assédio, conforme as pessoas o imaginam, não está previsto no Código Penal.

    Apenas é previsto para os casos em que existem hierarquias, familiares ou profissionais, ou para os actos de carácter exibicionista ou quando a pessoa é constrangida a CONTACTO de natureza sexual. Sequer existe a determinação "assédio".

    Existem alturas em que a lei tem de ser "vanguardista" em relação aos "costumes" instalados, precisamente para alterar hábitos e educações. Esta é uma delas.

    Piropo não é de todo o termo adequado basta ver a definição.

    Caso fosse legislado, acredito que se trataria de um crime que dependesse de queixa, pelo que ficaria ao critério da vitima. Naturalmente, há casos e casos mas a salvaguarda é muito importante. Tal como o é nos crimes de injúrias e difamação.

    Honestamente, o facto destas situações não estarem legisladas parece-me uma lacuna que há muito deveria ter sido preenchida. Não se trata de uma situação nova, pelo contrário. Ainda que socialmente admissível não deixa de ser uma forma de agressão. No fundo, é mesmo disso que se trata: são agressões, formas de humilhação.

    Já um piropo ("És bonita!" "És simpática!", etc, etc.) não incomoda ninguém. Pelo contrário. No fundo, (quase) tudo se resume à intenção.

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  6. Já agora, acrescento.

    Quando referem que não é uma questão de legislar, qual é o argumento? O facto de ser uma questão de educação não exclui o dever ser legislado.

    Por exemplo, se resolver insultar alguém estou a cometer um crime. O mesmo se resolver espalhar boatos. No entanto, para além de previstos legalmente, não deixam também de ser uma questão de educação. Aliás, por esta nem sempre existir, foi necessário legislar,de forma a salvaguardar o direito à integridade psíquica.


    A lei e a educação caminham juntas e não são raras as vezes em que a primeira é criada para garantir que a segunda exista.

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  7. Achei, chego tarde, muito importante esta questão da Alexandra - a minha mãe sempre me disse que uma das funções das leis era inspirar mudanças, adiantar-se um bocadinho à evolução da sociedade para o click que faltava.

    Claro que depois não vai necessariamente tudo para tribunal - tal como na injúria prevalece o bom-senso, para além de infelizmente muita gente não ter recursos de acesso à justiça. Mas a existência da lei é um marco de que como sociedade não o consideramos aceitável.

    Estou aqui estou a assinar por baixo.

    (o que me preocupa na legislação é que pudesse inquinar o debate de forma irremediável, por um lado, e depois uma crença de que pode ser desnecessária porque já está a haver uma evolução)

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  8. Engraçado que essa postura de que falas relativamente à lei é exactamente a minha, e uso-a como argumento em casos como o casamento e adopção entre homossexuais, etc. Se há discriminação perante a lei, nunca deixará de a haver na sociedade.

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