28 de janeiro de 2014

Resumo da matéria dada

 A praxe em Coimbra.


A praxe fora de Coimbra.

72 comentários:

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    1. Estou muito triste. A busca com as palavras chave orcs + mordor é muito parca em imagens boas.

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    2. LOL há que saber rir, este post valeu mais que os outros todos :D
      E sim, a praxe em coimbra é o sítio dos unicornios!

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    3. I WAS THERE!!! I CAN PROVE IT! :D

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  2. Eu sou de Coimbra, fui praxada em Coimbra e nada teve a ver com as fotos acima, nem uma nem outra. Quando senti que estava a ir contra os meus princípios ao permitir que me humilhassem como fizeram nos primeiros dias teve que haver um basta. Recusei algumas praxes em que queriam que eu bebesse sem eu estar habituada, outras em que iam contra a nossa dignidade e participei nas que achei que devia participar. Se contribuiram para a minha integração ou felicidade? Não, nada! Coimbra está longe de ter praxes fofinhas (veja-se o caso da escola agrária de Coimbra).

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    1. Dani, vendo os comentários que recebi nos posts anteriores, ninguém diria que alhuma vez na história teriam havido abusos em coimbra, daí a ironia deste meu post.

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    2. Ainda agora uma colega minha, nascida, criada e estudante em Coimbra, referia, após leitura das notícias do Dux conimbricense, que até parecia que não existiam abusos nas praxes da cidade...

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  3. Isto já vai sendo pregar para o ar, mas repito: nunca disse que não há abusos em Coimbra. Haverá, infelizmente. Aquilo que disse é que esse não é o panorama geral. E assim sendo, que considerava deslocado o tema em discussão na medida em que toda a gente parece entender a praxe como sendo SÓ abusos. E como tal, parece-me desadequado proibir-se a praxe como um todo. Só isso. No entanto, se for a opinião da maioria que a única solução para os abusos é acabar-se com tudo o que a praxe é, que assim seja, de facto os abusos são insustentáveis.
    Acho é irónico que aqueles que se reconhecem anti-praxe estejam incapazes de admitir que pode haver um cenário em que gente normal, e não tiranos frustrados vítimas de lavagens cerebrais, tenham tido experiências boas com a vida académica e a praxe. Em nome da defesa dos que são à força humilhados e mal tratados parecem quer à força que se admita uma experiência diferente da que a se viveu. Só há uma opinião válida...

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    1. Ana, como em tudo o que é extremismo :)
      Tendo estudado em Coimbra tb, tenho ainda a dizer que: as pessoas continuam a não saber o que quer dizer praxe, até pq nao é a primeira vez que discuto isto com a Ana ou com a Izzie Maria e estou mortinha por lhes mostrar o meu album de curso e ouvi-las dizer: em Lisboa não há nada disto!!
      Ah pois é, não vão ser nunquinha pró praxe, mas QUISÁS, tenho a esperança, que haja coisas de que gostem e que em Coimbra tb se chamem praxe.
      Não se vai acabar com a praxe de Coimbra, nao te preocupes, iam ter que arrancar os trajes do pessoal aos repelões! Ah, espera, faz-se um rasganço assim em grande!!! Tipo, tipo, ouve tou a ter ideias! Tipo um rasganço GERAL!
      Eu também sei ser sarcastica :P
      Ana, pra ti: Académica! Académica! Briooooooooosa! Brioooooooosa!
      Pronto, agora tou mais satisfeita! ;))

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    2. Odeio generalizações e fenómenos de demonização de coisas.
      Guardo tantas saudades dos meus tempos de estudante. Nunca levei a praxe a fundo, nunca segui tudo à risca, tudo o que fiz foi tão divertido.. Tenho mesmo saudades. Tenho pena que agora tudo e toda e qualquer experiência seja considerada abusiva...

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    3. Andorinha, rasganço geral sim (que saudades que eu tenho do meu!! um dia especialíssimo), mas eu não prefiro nunca ver o querido Dux José Luís em trajes de rasganço... Ele que fique sempre eterno estudante ;))

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    4. Eu cá acrescentaria "ainda bem que em Lisboa não há disto". Mas eu não sou contra a praxe para os outros, sou contra a praxe em mim (e os desfiles, e essa treta toda, arrrrrgh).

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    5. Oh Saozinha, sabes lá! Eu tb era, eu nao fui pra Coimbra por opcao, caiu-me na rifa (um dia explico), e qdo la cheguei ia morta de medo!! Até que me fizeram uma serenata à seria passado uma semana e me levaram a conhecer a universicade antiga e ao Pratas experimentar traçadinho. E um dia juntei-me com outros caloiros e fizemos um grupo pra ir no carro dali a dois anos. E fiz amigos pra uma vida inteira e andei a vender publicidade pra minha plaquete com as caricaturas e paguei a minha viagem de final de curso. E o meu carro ardeu antes de passar no juri do cortejo e disseram nos jornais q nos estavamos tao bebados q tinhamos deixado cair uma beata dum cigarro e posto fogo a nós próprios. E o meu amugo Pedro q veio de proposito da escocia pra vir no carro chorou revoltado no aviao pra cas pq era uma grande infamia. A unica pessoa q fumava no carro era eu, os outros 25 eram nao fumadores. E eu morta de medo que aquele papel todo pegasse fogo, nunca fumei em cima do camiao, nem antes, nem durante, nem depois. Ia ficando em forma de salchicha sabes? Das fumadas! E sabes porquê Sao? Nao foi da praxe, nao foram os estudantes bebados e irresponsaveis, nao foram os doutores como o Alvaro Santos Pereira que nesse ano ia a acompanhar-nos. Foi uma besta dum gajo a quem nós recusamos uma cerveja pq tinha menos de 18 anos, que pegou num isqueiro e em 5 minutos desfez o nosso trabalho de dois anos e tal!
      Mas nos jornais Dao, nor jornais a historia é outra. E eu digo-te de coracao: se houve altura em q eu fui sortuda, foi em Coimbra :) muitas, mesmo muitas saudades :) unicornios de saudade!

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    6. Lá está! É para quem gosta! Quando dizia aqui na terra que queria ir para Direito, e para Lisboa, as pessoas olhavam-me de lado e perguntavam "porque não Coimbra?", ao que eu respondia sempre que queria era ir viver para a capital, para um sítio onde não havia espírito académico. Mas eu até sei porque sou visceralmente contra as praxes: porque aqui no burgo somos praxados na escola secundária, com um vigor e uma ferocidade que nunca vi na minha faculdade, por exemplo. Fiquei logo vacinada. Se tivesse ido para Coimbra e me obrigassem a mais que um dia de praxe, como a que tive, teria de me declarar anti-praxe ou o diabo a quatro. E ainda hoje, quando vejo as praxes no meu local de trabalho, as tais que são giras, que metem desfiles, bebedeiras e gritaria vernácula, me arrepio todinha.

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    7. Oh Sãozinha, praxes no secundário? Credo! Agora tb há tudo no secundário, que disparate. Tudo a seu tempo! Não há lugar pra tanto. Praxes no local de trabalho? Trabalhas numa Universidade? De qq forma, é como te disse, eu não fui pra Coimbra pq achasse q lá havia espírito académico e tal, eu fui pq me caiu na sopa. Mas gostei muito do que vi pq fui respeitada.Unicórnios de saudades que tenho, mas não volto atrás no tempo, tudo no seu lugar, lá está :) bjinhos

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    8. Sim, praxes no secundário. Não sei se ainda existem, mas em 95 existiam. Ridículo mesmo. PS: sim, trabalho num politécnico e lá apanho com o "sexo, orgia, é tudo engenharia" e outras coisas idiotas que tais.

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    9. Andorinha, não sei por que se surpreende tanto de haver praxes no secundário. Eu cá já acredito em tudo desde que a minha sobrinha mais velha, então com nove anos (4.º ano) foi em viagem de "finalistas" a Londres. :)

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  4. Bem, Luna, que tu sabes acender uma polémica, isso é verdade. Mas que sabes pôr uma pessoa irritada a rir-se com gosto, também é verdade :)) O post está giro, sim senhor.
    Eu estudei em Coimbra (acho que já toda a gente sabe), e li hoje muitas barbaridades e distorções sobre a praxe de lá, mas a verdade é que continua a ser a praxe mais genuína, e uma das mais regradas.
    E há coisas que só se vivem lá. Mas, lá está, só vive quem quer: no meu tempo, na primeira matrícula podia-se assinar um papelinho a declarar-se Anti-praxe. Eu nunca o assinei, e foi a melhor coisa que fiz na vida. Passei pela universidade e não enriqueci só em termos académicos, mas também humanos.

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  5. Hahaha se nao soubesse que estava a ser ironica diria que finalmente percebeu :) mas teve graca.felizmente a minha "praxe",a que me foi feita e a que fiz, foi mesmo como a imagem dos pequenos poneis coloridos :) se visse as fotos poderia comprovar...so um esclarecimento final a respeito de um comment anterior: a escola agraria nao faz parte da universidade de coimbra - é mais estilo terras de mordor,a semelhanca de tudo o que vem sendo (e bem) criticado.

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  6. Hahaha se nao soubesse que estava a ser ironica diria que finalmente percebeu :) mas teve graca.felizmente a minha "praxe",a que me foi feita e a que fiz, foi mesmo como a imagem dos pequenos poneis coloridos :) se visse as fotos poderia comprovar...so um esclarecimento final a respeito de um comment anterior: a escola agraria nao faz parte da universidade de coimbra - é mais estilo terras de mordor,a semelhanca de tudo o que vem sendo (e bem) criticado.

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  7. Tão bom!!! E pronto para mim Praxis só se for a cerveja (bem nem isso que não gosto de cerveja :P)

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  8. Estudei em Coimbra e vivi lá onze anos, sempre ligada à faculdade de Direito primeiro e à de Letras depois. A única diferença entre a praxe de Coimbra e as outras é que as coisas acontecem tendencialmente à vista de toda a gente (ou aconteciam, no tempo em que eu lá estive, em que tudo se concentrava na Alta, só a Economia estava afastada e o Politécnico nem sequer era considerado). De resto? É pá: é constituída por gente, que é igual às gentes do resto do país. Creio que não é preciso fazer um desenho para que se perceba que se é feita por seres humanos e se a percentagem de gente parva é sempre assinalável e transversal a todas as Academias, então a praxe em Coimbra é igual à do resto do país - e acreditem que o sei porque a minha vida profissional se faz na Academia do Porto, entre duas universidades que nada têm que ver uma com a outra. E é igual, sem tirar nem pôr (com código e tudo!).
    Esta estória do a-minha-praxe-é-melhor-do-que-a-tua faz-me lembrar os putos a medirem o tamanho das pilas.
    Só que eles têm graça porque são pequeninos. O resto é coisa para bocejo.

    (excelente o post!!)

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  9. Muito bom! Beijo enorme miúda

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  10. Apesar da ironia presente neste post, quero só dizer que estudo na universidade de Coimbra e adoro as praxes. Sou caloira, logo fui/sou praxada e adoro. São praxes suaves e humanas. Muito diferentes daquilo que mostraram na tv. Muitas pessoas falam daquilo que não sabem e geralmente só vêem aquilo que querem! Só tenho pena disso. Vou defender as praxes até ao fim.

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  11. ;)
    Vá lá q no IST nao eram mto chatos. Eu tive direito a mais que a aula com professor/aluno. Escreveram no braço "I LOVE NABUNDA" com baton, todos atados a um cordel fomos a pe ate a fonte, noutro dia puseram-me um bcadito de uma pasta amarela no cabelo... Enfim... Senti que fui forçada, sim. Preferia que não tivesse acontecido, sim. Não disse que não mas também eles não foram muito "mauzinhos" e não chegou a nenhum ponto que eu estivesse efectivamente desconfortável e incomodada com a situação. Eu nunca praxei ninguém, não percebo qual é o objectivo e sinceramente tinha mais que fazer!

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    1. Olá! Só para esclarecimento ulterior - é o último, juro! - na terra dos unicórnios é proibido pintalgar as pessoas (I love nabunda? seriously?) e muito menos pôr-lhes pastas na cabeça ou noutro sítio qualquer. Alguém mencionou que a praxe no Porto é "igual à de Coimbra - meaning, terra dos unicórnios - com livrinho e tudo", mas isso é errado. No Porto (na UP, nas outras não sei) fazem coisas absolutamente estúpidas, tipo partir ovos nas cabeças e corpo dos caloiros e outras praxes físicas. Concluo que, se tivesse estudado em Lisboa seria certamente anti-praxe. Aliás, se tivesse estudado noutro sítio qualquer que não a terra dos unicórnios parece-me que seria anti-praxe.Terra dos unicórnios forever, tralalala, briosa :)

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    2. Convém esclarecer que o Nabunda era um cão:

      http://egdn.net/leisure/IST/Nabunda_200303XX_crop_small.html

      Restelo, também fui até à fonte, mas nunca me puseram nada no cabelo, ou descalçaram ou whaterver. Também nunca praxei ninguém, obviously.

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    3. Ah bom! Pensei que fosse separado e estava apoquentada. Se é um canito menos mal ;)

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    4. Continua a ser mau, não disse o contrário.

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    5. Estúpido, mas mais inofensivo do que pensei inicialmente ("i love na bunda" era pior não? LOL). E proibido na UC (não disse "em Coimbra" para não haver confusões e para não cortares os pulsos, Luna, também não queremos isso, aliás porque, como já tenho vindo a dizer, acho que temos visões diferentes quanto ao assunto mas no essencial estamos de acordo).

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    6. Sim, daí ter feito o esclarecimento. Não há quem tenha passado no tecnico naquela altura que não se lembre do rafeiro que por lá apareceu e ficou. :)

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    7. Então mas afinal? Eram orcs praxistas e acéfalos ou amigos dos animais? Já ninguém se entende!! - é uma provocação, não precisa de responder ;) continuação de bom trabalho com o seu blog, que é bem giro.

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    8. (olá)
      comentário relevante do dia e no meio de tudo isto: adorei a foto do cão :) (na minha faculdade costumava andar por lá um, chamava-se Teógnis)
      fui confirmar junto de fontes próximas e diz que sim, que se lembram do cão, que normalmente estava nas escadas de acesso ao edifício central, em lugar de destaque, e que aparecia sempre nos cartazes que anunciavam as festas.
      ah e diz que -mascote por mascote, a bem dizer- no IST, havia um (ex?)funcionário que até tinha um gabinete no edifício de matemática e que lançava foguetes quando acabavam o curso, entre outras coisas. Ah e que no gabinete dele, a dada altura, também havia um cachorrinho a dormir - esse chamava-se Gauss.
      :)

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    9. oops, esqueço-me que isto aqui é um blog popular e não é sou a autora que lê os comentários! Sim, Nabunda era um canito que todos conheciam, não faz com que a frase seja menos má...
      O Sr Carvalheira era o sr que organizava o lançamento de foguetes quando alguém acabava o curso, 1 por cada ano segundo ouvi dizer. Não acontecia com frequência. Quase tanta como os alunos que acabavam o curso no IST (sorry, agora já estou nas más línguas...) ;)

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  12. Faltou um arco-iris lá atrás! :D

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    1. Fuschia: juro que procurei com arco-iris mas não encontrei (até o disse no face do blog). Sad. :(

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  13. Bem, e agora a minha sentença.

    Começo por dizer que se vejo mais um comentário começado com "mas em coimbra" corto os pulsos. Seriously, we get your point. Now try to get ours.

    Eu acho maravilhoso que a Andorinha, Zôzô e a S tenham tido uma experiência maravilhosa, enriquecedora e muito divertida. Respeito. Acontece que essas experiências maravilhosas são pessoais e totalmente empíricas e como tal não servem para descrever o todo. São simplesmente as vossas experiências, e como vimos, há aqui pessoas que também andaram em Coimbra e têm experiências diferentes - e é falta de respeito constantemente negar o que dizem só porque a vossa experiência foi diferente.
    O saudosismo e romantização da experiência que demonstram leva-me também a crer que há aí algum exagero - calma, não me escrevam mais 400 comments a provar por A + B que não é exagero vosso, nem a ver cinco mil fotos, eu acredito que para vocês seja mesmo assim como dizem, só não acredito que para mim assim o fosse. E depois de ler os vossos comentários a relatar 100% de perfeição, fazem-me torcer ainda mais o nariz: eu não tenho na minha vida nenhuma experiência que tenha sido 100% positiva, e não acredito sequer que isso exista.

    Também acho que há aqui uma série de contradições e incongruências, como dizer que não há abusos, mas depois a Andorinha dizer que sempre que se viu alguém a abusar foi lá salvar os caloiros.
    Então como é que é, mas afinal há abusos ou não há abusos? Afinal o que aconteceu aos caloiros que não tiveram uma super-andorinha por perto para os salvar?

    Ou seja, resumindo e baralhando: ainda bem que para vocês foi um mar de rosas, que se divertiram imenso, etc., mas essa não é a experiência de toda a gente, mesmo em Coimbra. E como tal o debate é necessário, os abusos devem ser denunciados, para que no futuro toda a gente só possa ter experiências positivas - mesmo que experiências positivas para alguns sejam totalmente diferentes das vossas.

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    1. (palminhas)
      (e só acrescento, com a devida vénia, o seguinte: alguém dizer que no politécnico X ou escola agrária Y há abusos, mas isso não é Coimbra, também é um bocadinho falaccioso, se todas estão no mesmo território coimbrão)

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    2. Curiosamente de outra coisa me apercebi ao longo desta discussão e da distinção Coimbra vs não Coimbra e mais especificamente a Universidade de Coimbra vs outras em Coimbra: nunca vi tanto snobismo e bairrismo e a minha é melhor que a tua na minha vida. Ao pé disto os super-dragões e afins são muito soft.

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    3. Ana, há abusos que são corrigidos pelos mais velhos prontamente. E é pra isso que servem os veteranos, pra corrigir os abusos de poder dos putos mais novos e as sedes de poder ou de vingança ou qualquer desvio. E foi exercendo a minha autoridade de veterana que as salvei, não de práticas maléficas, mas de serem importunadas num dia em que vão tomar café por duas gajas que não têm mais nada pra fazer e acham que no momento que elas querem, as caloiras estão à disposição delas pras aturar e fazem jogos e brincadeiras. Se as caloiras me dissessem que queriam ir, eram livres de acompanhar, mas se me viessem dizer, Sofia, eu agora não tenho tempo nem disposição, eu, como veterana e mais velha, impunha-me às mais novas, e reclamava-as pra mim como direito que tinha pelo código da praxe, e trazias comigo. Isto é que era a dita protecção.
      Mas nunca vi ninguém pintado, com farinha, ovos e porcarias afins porque pura e simplesmente em Coimbra não é permitido. Ponto.
      E continuam a não perceber um ponto de vista que pra mim é fundamental, a praxe em Coimbra são 4/5 anos de tradições contínuas que também se chamam praxe.

      Izzie, Coimbra começou por ter um único polo, as faculdades antigas de medicina, de direito, etc. Depois em 80 e picos abriram a de economia em Celas, mas ainda reunida debaixo da mesma associacao académica. E em noventas e poucos, começaram a abrir politécnicos que estavam noutro local da cidade e que tinham bacharelatos e cujos programas curriculares nao se adaptavam aos anos definidos no código da praxe, e por isso a sua integração foi complicada e não foram imediatamente considerados Universidade de Coimbra. É mais complicado que isto, mas agora não tenho tempo. Isto pra te dizer apenas que os politécnicos andaram um bocado ao Deus dará fora das normas até 97 praí. Por exemplo, não podiam ir no Cortejo da Queima das Fitas anual, acho que foi só em 96 ou 97 que foram aceites. Estar no mesmo território não significa nada se a Universidade não os reconhecia como licenciaturas. Como disse, mto complicado pra te estar a explicar agora e nao tenho tempo pra ir à wiki.

      Pra rematar, se eu não fosse a favor do debate, não tinha vindo à tua caixa de comentários Ana. Não sou a favor é de abolir, até porque, e repito, a praxe em coimbra são 4/5 anos e é uma pena que se deixe de fazer cortejos e semanas académicas.
      Como disse um amigo meu no FB: O problema não é a praxe, é a educação e essa ou vem de casa ou não chega à universidade.

      Beijinhos a todas, falamos outro dia, espero que à volta duma mesa de café.

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    4. Ó Andorinha, com todo o respeito, por esse raciocínio então cursos de gestão ou psicologia também não eram Coimbra, porque não faziam parte da academia nos antigamentes. Se tu própria dizes que os politécnicos já foram integrados em 97, porque ainda hoje há quem diga que não é Coimbra? Ou é só porque não interessa ou quando não interessa?

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    5. Olha, era o mesmo que eu dizer que o que se passa no Técnico não é Lisboa, porque é um instituto superior e não uma universidade da academia.

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    6. Psicologia faz há anos, até há um edificio só deles. E gestão estava na faculdade de economia assim como sociologia. Pa, agora nao te consigo explicar isso direito pq tinha mesmo que ir ler as cenas pra nao estar a dizer asneiras e nao tenho tempo. Se calhar a Zôzô consegue explicar melhor que eu.
      Qto ao dizer q nao é Coimbra, é snobismo por causa dos bacharelatos vs licenciatura. Ou seja, só era universidade se fosse um curso de 5 anos, senao era bacharelato e isso nao era universidade, era um curso técnico. Até pq na altura se quisesses licenciatura tinhas que vir acaba-la na universidade. Tou-me a enrolar toda pq nao tenho tempo, mas antigamente, qdo era 5 anos, se nao entrasses pro curso de engenharia civil da universidade de coimbra pq nao tinhas notas, entravas no politécnico com notas mais baixas, fazias 3 anos, e se quisesses o grau equivalente a licenciatura, tinhas que pedir transferencia, q nao era garantida, eram 7 caes a um osso, pra universidade de coimbra, pra fazeres mais dois anos pelo menos pra acabares a licenciatura.
      Agora com Bolonha nao faço ideia como é que ficou. Mas o dito snobismo é mesmo licenciatura vs bacharelato, doutores e bachareis.
      E eu não sou snob no sentido de achar que o meu curso é melhor que o teu pq o fiz em Coimbra (o curso de economia na Nova dá dez a zero ao que eu tirei -e não uso - ), mas sou snob ao dizer que tradição, tradição é em Coimbra.

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    7. Andorinha, não precisas de ir investigar nada, porque no que respeita a a esse tipo de academices, em Lisboa ou Coimbra é igual, e por acaso eu estudei numa das cores tradicionais da academia, conheço estas implicâncias e minudências e sim, snobismos todos. A academia tradicional é aquela que se faz representar nos doutoramentos honoris causa, e lembra-te lá que cores é que há: vermelho, amarelo, azul e verde (direito, medicina, letras e ciências, se não me falha a memoria).
      O que não há maneira de vos meter na cabeça é o ridículo que é enxotarem acusações de praxe violenta e humilhante com o argumento de 'não é Coimbra'.

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    8. Oh Andorinha, essa de dizeres que não és snob depois do primeiro comentário que me deixaste, e do seguinte excerto - "Fico contente que tenhas estudado no Técnico, porque te livraste do horror, da tragédia, do drama de pertencer a uma academia. Tenho pena que tenhas ido pra universidade e tenha sido uma mera continuação do teu liceu, com novos amigos. Porque a universidade Ana, não serve só pra empinar informação ou pra se ser a melhor aluna. Serve pra aprender o que é a pertença a uma instituição." - que te disse logo ser de uma arrogância e condescendência enormes, epá, desculpa lá... Há um snobismo e arrogância perante os outros que não estudaram em coimbra que são muito feios.

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    9. Ta bem Ana, depois, sim? Um dia com tempo e álcool explico-te!

      Izzie, caramba ménes, eu não enxotei coisa nenhuma, estou há dois dias a explicar que em Coimbra praxe é a palavra pra tradição e dura 5 anos caneco. E não há praxe violenta durante 5 anos pra todos os estudantes. Achas que eu não morria de medo de ser apanhada por uma trupe na rua depois da meia-noite e que me cortassem o cabelo? Achas que eu não acho que cortarem o cabelo a alguém que não é violento? Sabes qtas pessoas conheci a quem tenham cortado o cabelo? Conto pelos dedos das mãos. O meu irmão antes de ser Tuno passou as passas do Algarve quando era caloiro da Tuna, a ultima prova dele nem te conto, é coisa deles. Eu nao disse que nao havia praxes violentas, eu estou a repetir há dias que a praxe, a palavra PRAXE em Coimbra, quer dizer tradição e dura CINCO anos de curso.

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    10. E isso muda exactamente o quê? Chamar-se praxe ou tradição ou o caralho a abusos - cortar o cabelo a alguém, que coisa encantadora - muda o quê relativamente àquilo que temos estado desde o inicio a debater com vocês a dizer que eram só unicórnios?

      (quanto ao snobismo de eu não saber o que é a universidade não é preciso explicar, eu já percebi há muito tempo e comentários atrás. apenas não concordo)

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    11. Pronto, agora tive que voltar a vir comentar (suspiro) por causa da coisa do snobismo e bairrismo e falaciosismo e outros ismos que tais: dizer que a agrária (exemplo que dei de praxes do demónio, mas aplicável a qualquer outro politécnico ou escola superior ou universidade privada) é universidade de coimbra porque fica em coimbra é estúpido porque não é verdade. É a mesma coisa que dizer que clássica, católica, nova, lusófona, lusíada, iseg, técnico e o caralho a quatro (desculpem lá, mas este argumento é tão non-sense que me enerva) são a mesma coisa porque fica tudo em território lisboeta, e obviamente NÃO SÃO. São instituições diferentes, com regras diferentes relativamente a quase tudo, entre o mais, as questões académicas. Não é snobismo, é a realidade. Como também é verdade que em Coimbra existe infinitamente mais tradição académica do que em Lisboa (ou noutro sítio qualquer), o que toda a gente sabe e não é novidade nem snobismo nenhum. Entendidas? Isto posto, nunca aqui ninguém disse que não há abusos na UC. Disse-se é que nunca se viu, nunca se viveu, nunca se ouviu falar. Aliás, eu só vim aqui comentar porque a Luna descreveu um rasganço como se fosse uma praxe, porque estava enganada a esse respeito e eu gosto que as coisas sejam claras. Certamente existirão abusos em Coimbra, como nos outros locais, porque infelizmente há imbecis em todo o lado. O exemplo de um desses abusos é a questão das trupes que, consta, se apanharem um caloiro na rua depois da meia-noite podem decidir dar-lhe uma tesourada no cabelo. Sempre fui contra esta prática idiota, porque lá está, não tem nada de integrador nem instrutivo nem útil para a vida das pessoas e é uma ofensa à integridade física (é crime, mesmo). Havia de ser comigo que bem se haviam de arrepender. Felizmente, lá está, nunca me aconteceu (nem a ninguém que eu conheça), apesar de eu obviamente andar na rua depois da meia-noite e sem medo (se fosse na cova da moura o caso seria outro, naturalmente). É uma coisa muito pontual, mas que devia deixar de existir JÁ, é uma coisa de imbecis. Portanto aí têm um exemplo de um abuso que existe em Coimbra. Contentes? O que eu não aceito, nem posso aceitar, e digo-o desde o início desta discussão, é que ponham tudo no mesmo saco. Porque efectivamente as tradições académicas de Coimbra (UC, para sermos claros), Porto (UP) e Lisboa (UL) e das privadas e politécnicos que por aí pululam são diferentes, algumas inexistentes, outras, como é o caso da Lusófona que despoletou esta polémica toda, só ridículas. Por isso não se trata aqui de comparar tamanhos de pilinhas (really??), mas de saber distinguir o que é diferente. Engraçado ouvir lisboetas a falar de bairrismo e umbiguismo...enfim.

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    12. Epá, cada um fala por si, mas no que me diz respeito, as únicas pessoas a quem reconhecia autoridade para me limitarem as horas de andar na rua à noite eram os meus pais. E com 16 o meu recolher já era a meia, e em dias de festa era a hora a que chegava o 36 que saía às 3 e vinte do Arco do Cego. E nunca me deram tesouradas.

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    13. Ah, espera, só para clarificar uma coisa que a Andorinha disse que não é bem assim (desculpa lá, mas é para se perceber que não se trata aqui de nenhum snobismo): os antigos "bacharelatos" de que ela fala - como os do Sócrates, lembram-se? - são sim integrados na Universidade de Coimbra, fazem parte da UC já há uma série de anos. O que não faz parte (isto é, não têm a mesma estrutura dirigente - reitoria -, as mesmas políticas de propina, os mesmos órgãos, enfim são instituições diversas) são as outras universidades, as privadas e os politécnicos, que muitas vezes até têm os mesmos cursos que a UC (por exemplo, há 2 ou 3 cursos de direito e economia em Coimbra, pelo menos 2 de enfermagem, etc., mas leccionados em instituições diferentes, claro). Estão a perceber? Se forem ao site www.uc.pt estão lá todos os cursos/faculdades que fazem parte da Universidade (pública) de Coimbra e que, por isso, se regem pelas regras de que tenho vindo a falar. Os politécnicos e privadas (exemplo, escola agrária, univ. vasco da gama, inst. superior miguel torga, etc etc etc - são imensos) não se regem por essas regras, são coisas diferentes. Porra, é como, aqui em Lisboa, a universidade clássica e a católica ou a lusófona. Coisas diferentes. Não snobismo. Capice?

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    14. Izzie, agora é que disseste tudo: "cada um fala por si". Por exemplo, existe a tradição de, em vésperas da queima das fitas, os rapazes caloiros raparem o cabelo. Normalmente são os padrinhos que lhes dão as primeiras tesouradas e depois os moços vão ao cabeleireiro acertar a coisa. MAS QUEM NÃO QUER, NÃO FAZ! Não conheço nenhum padrinho (i.e., estudante mais velho do mesmo sexo que assume o papel de ajudar o caloiro no 1º ano) que tenha rapado o cabelo a um caloiro contra a sua vontade. Mas conheço muitos que pediram para não rapar e não raparam e ninguém os chateou com isso, até porque na altura das rapadelas já é Maio e, como o ano começou em Setembro, caloiro e padrinho já são normalmente grandes amigos. Fyi, no que me diz respeito, as únicas pessoas a quem reconhecia autoridade para me limitarem as horas de andar na rua à noite também eram os meus pais, que, felizmente, também nunca me deram tesouradas. As únicas que levei foi no cabeleireiro e mesmo assim muitas vezes me arrependi hehe

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    15. Eu não falava propriamente de snobismo na distinção das varias faculdades, mas do snobismo de quem estuda em coimbra na UC face a quem não, e que ficou bem patente numa série de comentários que já recebi e na condescendência com que é encarada a minha "não" experiência da universidade, que não foi mais que "uma extensão no liceu" e cujo objectivo de ser mais que marrar para tirar boas notas eu não poderei jamais alcançar porque não andei em coimbra. (e como tal não tive a epifania que a universidade serve para mais que aprender a matéria dada, e tipo, fazer as pessoas aprender a pensarem pelas próprias cabeças e de forma independente, sem carneirismos)

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    16. Ah, é que lá em cima disseste: "de outra coisa me apercebi ao longo desta discussão e da distinção Coimbra vs não Coimbra e mais especificamente a Universidade de Coimbra vs outras em Coimbra: nunca vi tanto snobismo e bairrismo e a minha é melhor que a tua na minha vida" - e eu dirigi-me a este "mais especificamente". Porque não tenho ideia de ter sido condescendente com quem não estudou em Coimbra não referi esse tópico. Conheço muita gente de vários backgrounds e digo com propriedade que não é por se ter estudado em Coimbra que se é um ser humano melhor do que quem não estudou. Óbvio. Nem mais inteligente nem que saiba pensar melhor pela sua cabeça. Mas Luna, Coimbra tem de facto uma magia muito própria que não existe em mais lado nenhum - caramba, tenho amigos de Lisboa (estudantes em Lisboa) que assistiram a rasganços e jantares em Coimbra e ficaram assombrados (no bom sentido), dizendo que nunca haviam visto um espírito assim em mais sítio nenhum. Eles melhor que eu falarão. É uma espécie de Erasmus permanente, outro mundo, mas mais "político", no sentido em que te faz pensar nas coisas que acontecem à tua volta, nos seus porquês, questionar muita coisa. Acho que o percurso de quem estuda noutros sítios, não desfazendo, é mais individual, tem que se procurar sozinho ou com um grupo mais restrito de amigos (epa, vejo isso no meu marido, que não é de Coimbra nem lá estudou e é, modéstia à parte, a pessoa mais inteligente, bem formada e interessante que eu conheço, por isso é que casei com ele ;)), enquanto ali tudo acontece na rua, à tua volta e é só ouvir com um bocadinho de atenção a conversa de um grupo de estudantes sentados à volta de uma mesa num café para perceber isso. Perdoar-nos-ão algum "fanatismo", mas na verdade é preciso ver para crer. Eu moro em Lisboa já há alguns anos, mas se pudesse, gostava que os meus filhos estudassem lá...

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    17. Ponto prévio: A única coisa que me motivou a comentar assunto foi uma profunda irritação pela generalização e porque quis mostrar que, neste assunto como noutros, não deve ser feita. E é por isso que continuo a fazê-lo embora vá começando a não identificar-me com nada do que se diz e pensar que se calhar caladinha é que eu estava bem. Mas como sou a primeira a concordar com a Luna na questão de ser essencial debater esta questão, irei continuar.

      Se falei de Coimbra e diferenciei-a das outras, não foi de todo uma tentativa de snobismo ou de atirar um argumento do estilo "a minha é melhor que a tua". Para além de ter estudado em Coimbra, sou de Coimbra, por isso por defeito tenho é tendência a pensar que Coimbra é pior em tudo (isto porque acho que Coimbra é uma cidade com um complexo de inferioridade gigante - enquanto cidade e não academia - que em vez de tentar evoluir continua a ensinar o seus a sair e adorar as cidades maiores, salvo honrosas excepções). Falei de Coimbra e disse que não falava das outras porque não posso falar de outras. Não faço ideia qual é o panorama geral da praxe nos outros sítios porque não o vivi. Ainda que tenha tirado o Mestrado em Lisboa, fi-lo ao mesmo tempo que trabalhava e não tive qualquer relação com a vida académica. Por isso falei de Coimbra e apenas de Coimbra porque não posso falar das outras vidas académicas.
      É verdade que acredito que exista uma mística especial em Coimbra, porque senti-o e porque a ideia sempre me foi acalentada por pessoas que estudaram fora e que comparavam as várias experiências. Mas porque sei que todos na equação são suspeitos, não uso tal como argumento. É mais ou menos como dizer que a minha irmã é a melhor do mundo. Eu não conheço todas as irmãs do mundo, sei lá se ela é de facto A melhor. Digo-o porque para mim é verdade. Mas se ela for acusada de um crime não vou usar tal argumento para a defender.

      Em relação à distinção politécnicos e etc. não a faço porque também não me apercebi dela. A maioria dos meus amigos é do meu curso, da UC. Tinha muitos amigos e conhecidos de politécnicos e não devo dizer que tenha sentido diferença, mas sei que a "guerrilha" é antiga e existe. Para mim é simplesmente parva.


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    18. Acho que existe alguma confusão em toda a discussão da praxe com o sentido da palavra em si. A praxe é muito mais que "conjunto de acções que os alunos mais velhos de uma instituição convidam os alunos mais novos a realizar". Aqui, nesta categoria, acho que se deve discutir tudo: se é ou não voluntário, se há ou não pedidos humilhantes, se os mesmos têm algum sentido sequer. Sei que há de histórias (não conheço nenhuma directa, isto é, não conheço ninguém que me tenha dito que lhe aconteceu a si) de pedidos abusivos e de pessoas que foram coagidas a entrar em brincadeiras que não queriam. Já li descrições, aqui e noutros lugares, de situações inadmissíveis (pedidos de simulação de sexo, escrever na cara, usar farinha, etc). Nesse tipo de casos não tenho qualquer meio termo. São inadmissíveis. E muitos já são por si só crimes (ofensa à integridade física, coacção, coacção sexual, etc.). Repito que o panorama geral que tenho de Coimbra não é esse. Não acho que sejam a regra, mas sim a excepção motivada por estupidez humana. A ideia com que fiquei do meu tempo é que todas as práticas eram divertidas e a ideia era todos os envolvidos divertirem-se (com músicas, com jogos tipo apanhada, com trocadilhos, etc) A minha opinião relativamente a este assunto é: não vejo qualquer sentido em criminalizar na medida em que as acções abusivas em si já se encontra todas criminalizadas. Continuo a achar, que pelo menos em Coimbra, são a excepção e assim penso que uma das medidas passaria por uma maior consciencialização das pessoas desde cedo para os limites ténues destas brincadeiras e para a postura a adoptar perante as mesmas. Embora seja isto que defenda porque acho que medidas sérias de consciencialização seriam mais eficientes, percebo que, se demonstrado que no resto do país, e mesmo em Coimbra, não são a excepção mas sim a regra se discuta criminalizar este tipo de práticas.

      Agora penso que se tem falado sempre destas práticas associando-as por si só à palavra praxe. Acho que isso está errado. O meu conhecimento da praxe é mais que isso. E, precisamente por ser de Coimbra, tive um vida académica menos activa. Mas a praxe é pedir a um amigo que conhecia uma pessoa do meu curso para perguntar-lhe se podia e queria ser minha Madrinha ( e conhecê-la por isso e hoje tê-la como Madrinha de casamento), é organizarmo-nos para gerir a questão do carro e apercebermo-nos logo da confusão que é formar "sociedades" e de leis básicas da vida como "amigos amigos dinheiro à parte", é festa, muita festa, é trajar, é ir ao baile de gala no último ano, é ter pasta e fitas e pedir para assiná-las, é ter uma tertúlia com amigas para fazer jantares e cantar músicas parolas, e é queima e garraiada e etc. Para outros ainda há ser mais pois há ainda muito mais actividades e iniciativas académicas. Criminalizar a praxe será criminalizar tudo isto. E é contra isso que me insurjo. Não percebo porque é que pela extrapolação de uma parte da actividade em coisas idiotas se há de proibir um conjunto de actividades e festas divertidas e que fazem parte de uma tradição. Eu percebo que achem foleiro, de mau gosto e que olhem para as pessoas que se emocionem com isso com desdém por acharem parolo. No fundo é uma questão de gosto… A mim também que causa asco o futebolismo exacerbado e acho as procissões para a bola genuinamente parolas, mas felizmente não somos todos iguais.

      Aqui sobretudo tem me irritado a constante generalização que se faz com ironias baratas e o gozo profundo destas festas e cerimónias que se fazem. Bem sei que acham provinciano, parolo e etc. Nós achamos giro e bonito. Custa muito aceitar as diferenças? Às pessoas mais novas deve ser negado o direito a escolherem se acham aquilo que descrevi parolo ou giro por ser erroneamente posto no mesmo saco que as práticas abusivas contra alunos mais novos? Dizer que adorei a minha vida académica é igual a pertencer a uma seita maléfica? Basicamente é isto que me encanita.

      (desculpem lá ter-me excedido e ter escrito um tratado mas não sou muito sintética)

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    19. Pessoal de Coimbra, pá, ontem vi o vosso Dux na tevê, e tenho a dizer o seguinte: ahahahahah!
      Juro, um marmanjão da minha idade - 42, mas os meus mais bem conservados - há 24 inscrito na faculdade, e as bestas, os burros, as cavalgaduras são os caloiros, que ainda vão terminar o curso antes dele? Que autoridade pode ter uma figura destas? E que é feito daquela tradição, ah, estudar? Andamos nós a pagar impostos para suportar o custo de uma alimária destas, numa universidade pública? Isso é que é praxe, mas a todos os contribuintes. Deviam era ressuscitar aquela tradição das prescrições, isso é que era.

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    20. Izzie, tens toda a razão. Ainda ontem comentava isso, como é que é possível que ser Dux (em Coimbra, não sei como é nos outros sítios), isto é, ser um gajo tão burro tão burro que é o estudante mais antigo da Academia, seja um trabalho pago pelos contribuintes - nós. Se calhar ele não é mesmo nada burro e viu a potencialidade da coisa: receber sem trabalhar...hummm, I wonder se não devia ter investido nesta carreira :) brincadeiras à parte, sou e sempre fui, mesmo enquanto estudante, contra a cena de o Dux ser pago para o cargo que exerce. Se quer permanecer ad eternum como estudante é lá com ele (mas também acho que deviam ressuscitar a ideia das prescrições, só que sabes Izzie, ter muitos estudantes repetentes dá dinheiro às universidades através das propinas, por isso não me parece que tal ideia venha a ser restabelecida), agora ser pago por isso tenham lá paciência. Ainda assim o marmanjo tem-me surpreendido, nunca o tomei por pessoa capaz de juntar três palavras seguidas e afinal até tem sabido esclarecer (algumas) das questões em causa. Enfim, como vê não somos todos imbecilóides carneiros e seguidistas incapazes de pensar pela sua cabeça.

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  14. Essa coisa das trupes é mesmo verdade? Já ouvi gente que estudou em Coimbra a falar disso, é para deixar os cabelos em pé.

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    1. Oh sãozinha, mas ter medo de andar na rua é uma coisa fofinha porque é tradição. E muito bom sendo em coimbra. já se fosse fora era medonho.

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  15. Por exemplo, se for na cova da moura chamam-lhes gangs.

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  16. A Tradição já não é o que era?
    http://www.publico.pt/sociedade/noticia/praxe-polemica-e-violencia-uma-historia-com-seculos-1621112

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  17. Enquanto passei pela Lusófona, a oportunidade de não ter tradição académica, foi como uma benção para mim, porque ao contrário do que pensam, a Lusófona prima pela ausência da tradição académica, estamos a falar mais de uma omissão do que uma obrigação, porque só quem quer, é que participa nas festividades académicas, eu optei pela omissão!
    Tudo isto para dizer, que não culpo a Universidade pelo trágico acontecimento no Meco, se alguém no perfeito juízo, no fim de semana decide praticar a praxe académica, fora de horas, timing ou estação, este é um problema do próprio, as culpas só podem ser imputadas aos próprios acólitos do grupo... sempre vi o espírito de grupo como um sintoma de imbecilidade, em que aquilo que pensamos (singular), da lugar aquilo em que os outros pensam (plural) e aí entramos no domínio da estupidez... como alguém dizia, "a loucura nos indivíduos e rara, mas nos grupos, nos partidos, nas religiões é regra!
    Ora se eu, por qualquer momento de imbecilidade, decidir hoje convidar uns caloiros para uns copos, fora de horas, timing ou estação e algum deles morre de coma alcoólico por uma praxe, a culpa nunca poderá ser imputada a Universidade Lusófona... mas parece que os algozes meios de comunicação social, querem mesmo é sangue e grandes tiragens... na minha opinião, os falecidos alunos deviam padecer do síndrome de Estocolmo!

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  18. A pergunta que se impõe: a praxe serve para quê? É boa para quem?
    Acreditam mesmo que a vossa experiência académica teria sido pior sem praxes?
    Acho isso tudo uma tolice.

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  19. A praxe se formos objetivos não serve para nada, ninguém faz amigos em meia dúzia de palhaçadas, não nos torna um melhor profissional, nem um melhor aluno... é uma boa desculpa para beber uns copos, ir a tuna e mais tarde, fazer o mesmo ao outro. O pior é que existem empresas a praticar as chamadas praxes onde a humilhação é regra durante os primeiros tempos, e isto é tudo recalcamentos da Universidade que só causa mau ambiente e mau estar.

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  20. podia também dar mais uma acha para a fogueira e relembrar o que se passa(va) no Colégio Militar...

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  21. Não podia deixar de chamar à colação o grande sketch do Herman Enciclopédia sobre as tunas, só para desanuviar...http://videos.sapo.pt/F88DR17z1qkcPplZDDls

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  22. Eu admito algum snobismo face a privadas. Admito sim. Quanto ao politécnico nem por isso. As diferenças politécnico vs universidade em coimbra não tem tanto a ver com snobismo ou bairrismo mas sim com o facto de que há mesmo diferenças, mesmo que alguns tenham cursos iguais ou semelhantes: a estrutura é diferente e, mais importante para o que aqui se falou, os códigos de praxe são substancialmente diferentes. A praxe em algumas escolas do politécnico pode ser suja (praxes de bosta na escola agrária, noite dos horrores na escola superior de enfermagem), por exemplo, porque o código de praxe deles permite isso. O nosso não. Há algumas diferenças substaciais, daí que, quando se fala em praxe, tem mesmo de se diferenciar o politécnico da universidade porque as regras não são iguais.

    (snobismo e bairrismo há mais entre as próprias faculdades da UC - há uma hierarquia de praxe por antiguidade/relevância das faculdades - do que até entre universidade e politécnico.)

    Quando falaste no rasganço por acaso pensei logo: o rasganço é totalmente voluntário. A única praxe, para mim, violenta (violenta no sentido de que te cortam o cabelo, não que, àparte esse já enorme pormenor, eles sejam violentos a cortá-lo) são antes as tesouradas e sanções de unhas das trupes. O fundamento das ditas é que, com a polícia académica, os estudantes tinham hora de recolher. Caso fossem apanhados pela cidade podiam ser presos e ir lá parar aos calabouços da faculdade de direito. Depois com a extinção da polícia académica inseriu-se a figura da trupe no código da praxe, sancionando os estudantes (não só caloiros, cada grau de estudante tinha uma hora de recolher difrente) para evitar os excessos dos que de repente começaram a ter toda a liberdade, alertando-os para que a vida na cidade não é só boémia. Diz que é essa a história das trupes. Se é que alguma vez fizeram, então hoje é que não fazem sento nenhum. Mas são raras. Sendo eu de Coimbra e tendo lá andado 5 anos, só conheço duas pessoas que tenham sido alvo de uma trupe. E essas nem se chatearam muito.


    Quanto aos unicórnios: epá nunca vi nenhum em Coimbra, que apesar de ter feito o meu curso e cumprido com quase toda a tradição académica essencial, nunca estive sob efeito de álcool ou drogas por lá (nem por lado nenhum, vá).

    (generalizar é sempre um perigo, seja para o bom ou para o mau. em coimbra não há unicórnios. mas se andarem à procura de um nestas andanças, lá é um dos melhors lugares para se tentar.)

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  23. Yaaaaaaaaaaa CABUMMMMMMMM, estala a discussão olé olé.

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  24. O meu irmão estudou em Coimbra não acha nada que as praxes fossem mais brandas, muito pelo contrário. Perseguições e cortes de cabelo, há de tudo.
    E o Restelo faz bem falar também do Colégio Militar, porque isto anda tudo ligado. Há muitos anos que oiço histórias do Colégio Militar por quem lá andou, bem mais graves do que as veiculadas pela comunicação social, nomeadamente abusos sexuais por parte dos alunos mais velhos. Disto, também ninguém fala

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  25. E se realmente a praxe for na sua maioria "unicórnios e arco-íris"? Achas justo proibi-la na sua totalidade? Achas justo que quem nem sequer a experimentou possa proibi-la? Atenta que ninguém aqui defende praxes violentas (não somos carniceiros, ok?) defendemos os "unicórnios e arco-íris" porque, sim, a praxe pode ser isso e é isso que nós queremos defender e tentar explicar a quem não sabe o que ela significa. E lamentamos que existam meia dúzia de anormais e que os media se foquem nessa meia dúzia de anormais para fazer lavagens cerebrais. Mas acredita que 90% dos estudantes são praxados e não podemos ser todos "carneiros". Às vezes acreditar no Adamastor, principalmente mantendo-se em terra toda a vida, fica mais fácil aceitar não se ter dobrado o cabo. Às vezes as mentes fechadas são más como a "carneirada".

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    1. LOL - neste momento já é a melhor resposta.

      "Mas acredita que 90% dos estudantes são praxados e não podemos ser todos "carneiros"."

      Pois. Eu até responderia a isto, mas depois lá vinha a lei de Godwin. Ou o triunvirato coimbrão.

      (e 150 comentários depois já não há pachorra - é uma discussão entre posicionamento filosófico/valores fundamentais vs experiência pessoal/empirismo, não vale a pena sequer continuar a cansarmo-nos se não há capacidade de abstracção, torna-se repetitivo e muito enfadonho)

      Já agora, a cena do adamastor e ficar em terra é mais relativo a agarrar-se ao antigo e às tradições, e não ousar questioná-las. Talvez seja melhor rever esses exemplos ilustrativos.

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