20 de outubro de 2014

Sobre a grande desconversa da semana

Por exemplo a mim também me chateia estar a provar roupa e ter de levar com os maridos das outras no hall dos provadores quando me quero ir ver ao espelho grande e ver se as calças me ficam bem no rabo, por exemplo. Ou quando ando a escolher soutiens. Se não estão a comprar roupa para eles, o que vão ali fazer? Se calhar também se "proibia" a entrada de homens nas lojas de roupa feminina, especialmente nas de lingerie. E nos cabeleireiros. E nas esteticistas. E no ginecologista. Eu certamente ficava mais à vontade. "Ah e tal, mas vão acompanhar as mulheres", temos pena, que fiquem no carro à espera.




("ah e coiso, se entra uma mulher muda logo a conversa", pois então se calhar até é uma coisa boa, que se uma pessoa se envergonha do nível da conversa que está a ter, se calhar não devia estar a tê-la seja com quem for.)

14 comentários:

  1. Pois, lá está. Há proibições que, apesar de sexistas e negativas, ainda tem o mínimo sentido, como o caso dos ginásios. Infelizmente, há muitas mulheres que não se sentem confortáveis num ginásio onde vários elementos do sexo masculino olham para elas fixamente e de forma claramente lasciva. O mesmo pode acontecer com os homens, apesar de esses comportamentos vindos de mulheres serem menos frequentes ou, no limite, ligeiramente mais discretos. Se alguém me disser que se sente mais confortável a fazer desporto num espaço dedicado apenas a pessoas do mesmo sexo, compreendo, ninguém se sente à vontade a fazer desporto sabendo que está a ser observado como se fosse um pedaço de carne em exposição. Ainda assim, nunca ouvi dizer que os homens não pudessem dirigir-se à recepção de um ginásio só para mulheres ou esperar pelas amigas/companheiras na sala de espera.

    A formulação "aqui entram homens e cães, mas não mulheres" já revela, por si só, um machismo terrível e uma falta de princípios sem precedentes. Um estabelecimento que faz questão de formular a "proibição" de forma a dar a entender que os cães são mais dignos de entrar do que as mulheres não merece sequer estar aberto.

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  2. Sinceramente? Não me choca. A mim nem precisam de avisar, quem não põe os cotos numa barbearia sou eu ;)
    (em miúda cheguei a usar cabelo muito curto, e sim, foi chacinado numa barbearia. ainda estou traumatizada)

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    1. Choca-me a necessidade do "mulher não entra", quando obviamente não será naturalmente o sítio de eleição para ser frequentado por mulheres. Pessoalmente não tenho qualquer interesse em frequentar uma barbearia, nem faço disto cavalo de batalha, mas irrita-me a ridicularização das "malucas feministas" como se o cerne da questão fosse esse: querer frequentar aquela barbearia. Não era.

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    2. Sim, é parvo, desnecessário, totó. E não diz nada sobre transgenders. Anyhoo, se alguma mulher ou algum homem estiver interessada/o num corte curto melhor do que conseguiria em qualquer barbearia, mesmo hipster, tome nota: Mathieu Dubet, é procurar no feice. Unissexo e mesmo do best.
      (também alinha compridos, mas é mesmo um génio no médio ou curto)

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    3. Mas também há lugares onde o homem não entra, por exemplo aqueles ginásios só para mulheres.

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    4. Nunca estive num desses ginásios, de modo que não sei como é, mas segundo a Anaa ali em cima, a entrada na recepção não estará vedada a homens.
      Acho perfeitamente normal que numa barbearia especializada em corte de barba e cabelo a homens não atendam senhoras, dado que não é um serviço que lhes seja dirigido. Já proibir a entrada é desnecessário e ostensivo.

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    5. Marketing, nada mais, não consigo ver mais nenhum fantasma.

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  3. Ah, e gajos nos provadores de mulheres? Dou meia volta e saio. Loja que o permita não é para mim; também não entro nos provadores de homens, mate, se quiser, vem à porta mostrar.

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  4. "Fiquem no carro à espera?! O quê, são motoristas? Fiquem mas é em casa, digo eu.

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  5. Acho um disparate de proibição, mas parece-me que não devíamos estar a encará-la como uma ofensa. Se isto nos diz alguma coisa é que os homens frequentadores daquela barbearia sentem-se incomodados com a nossa presença, como se os intimidássemos, o que nos confere poder. Homem que seja homem, isto é, alguém perfeitamente confortável em estar com uma mulher no mesmo espaço físico, simplesmente não entra lá. (isso de dizerem que é misoginia e que somos abaixo de cão não me convence, honestamente não me parece nada que seja essa a mensagem que o proprietário quer fazer passar)

    E essa cena dos provadores e lojas femininas acho exagerada. Se alguém se sente desconfortável o problema raramente estará nos outros, mas sim em nós. Se não temos auto-confiança para lidar com uns olhares indiscretos (que tanto podem vir de homens como de mulheres, sim) então nós é que estamos mal. Isto se por acaso estivermos para aí virados, para nos importarmos com o que é que os outros estarão a fazer ou a pensar de nós.

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  6. "a entrada de mulheres distrai os barbeiros", coitadinhos! É que são uns animaizinhos à mercê do instinto incapazes de se focar na tarefa para a qual são pagos.

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  7. sou das que concorda, em absoluto, contigo sobre a questão dos maridos das outras nos vestiários. fora!

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  8. Eh pah confesso que nas lojas de lanjerie me fazem uma comixao do raio ver la homens.
    Mas que raio tem eles de ver o sutien e cueca que vou levar para casa? heishh

    ∞ Desabafos e Coisas ∞

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