5 de novembro de 2014

And now for something completely different - Yes, we can




 And the result? She wasn't catcalled — not even once

[...] Although she turned numerous heads while walking by, only two men spoke to her. One man asked for directions and she obliged. The other had a slightly different agenda, asking Simpson if she was Italian and telling her that she looks nice, all the while apologizing for interrupting her stroll. 

[...] Simpson wasn't once shouted at, asked why she wasn't talking back or followed for minutes on end. 

[...] But why is it that a woman in New Zealand's largest city can walk down a street in relative peace compared to most women in America's largest urban center? 

The truth could lie between how both cultural and legal norms in New Zealand regard street harassment as opposed to the United States, [...]

According to a report by law firm DLA Piper and the Thomson Reuters Foundation, the kinds of behaviors seen in the New York City catcalling video would be unquestionably punishable under New Zealand law. [...]."


Texto completo aqui. Negritos e sublinhados meus.

20 comentários:

  1. Coitada, coitada, deve ter ficado com a auto-estima em frangalhos (ironia).

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    1. Não sei como conseguem viver e procriar em Auckland, como é que se faz para conhecer pessoas assim?

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    2. Na verdade Izzie, ao princípio estranhei realmente. Mas a certa altura, vi-me naquela liberdade, de existir sem running commentary ...depois, claro, o regresso custou mais.

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    3. Como já disse antes, depois de uma pessoa viver num meio cultural onde não é assim, no regresso deixamos de considerar normal, e muito menos agradável. Mas acho mesmo que quem nunca tenha experimentado outra coisa não consiga entender essa anormalidade.

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    4. Amanhã faz 25 anos que estou na Alemanha.
      Há dias, em Lisboa, um murcão olhou para mim a lamber os beiços.
      Pode ser da minha idade, mas provavelmente é também 25 anos de vida descansada: não me assustou nem um bocadinho. Achei-o simplesmente grotesco.

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  2. Lembro-me bem disso da civilização.
    (já partilhei)

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  3. Olha, e querem ver que afinal a criminalização resulta? Caramba, quem diria :P

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    1. Bem, não vamos abusar da ligação causal, que pelo menos que eu saiba não está em lado nenhum. Mas é claro para mim hoje que condenar legalmente o assédio verbal, mesmo que fosse dificilmente acionável, enviava uma mensagem forte daquilo que escolhemos não tolerar em sociedade.

      (e não me parece que legislar sobre o assédio verbal seja assim tão mais ridículo do que legislar sobre cocós de cão na rua, o exemplo da Izzie num post abaixo: os dois são tradicionais em Portugal, em ambos os casos quem comete a ofensa se sente no direito histórico de fazê-lo e ambos condicionam a forma como ando na rua)

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    2. Não, para isso tinha que ser feito um estudo e estudo sobre este fenómeno são extremamente escassos, pelas tentativas infrutíferas em encontrar dados sobre a coisa. Mas custa-me a acreditar que seja coincidência o facto de o assédio verbal ser punido na Nova Zelândia e a ausência de comentários que a mulher do vídeo levou. Pode não explicar tudo, mas deve explicar parte.

      Pessoalmente tenho alguma relutância em dividir assim tão claramente entre países civilizados/países a caminhar para lá como sítios onde as mulheres andam mais ou menos à vontade na rua. A Bélgica, por exemplo, país desenvolvido em vários significados da palavra e avançado em certas áreas da igualdade de género como igualdade de oportunidades, foi palco de um vídeo parecido com este em que uma mulher caminhou pelas ruas de Bruxelas e ouviu todo o tipo de assédio, e que depois até acabou por levar o tema a discussão séria no parlamento federal. Eu própria tive um susto uma vez em pleno dia quando corria pela rua e um homem me barrou o caminho e começou a murmurar indecências (não é preciso perceber bem a língua para perceber o tom da coisa). Aqui no UK, idem aspas quanto ao desenvolvido e no entanto milhares de mulheres relatam o que passam frequentemente no metro de Londres e nas ruas da cidade. Ou não fosse cá que nasceu o maravilhoso projeto do Everyday Sexism. Entretanto fiquei muito contente quando desccobri que o Transport of London tem um projeto (Guardian Project) que envolve receber muito a sério qualquer queixa de mulheres que se tenham sentido vítimas de assédio sexual / verbal nos transportes, e que inclui agentes à paisana pelo metro que tentam detetar comportamentos abusivos. Já fizeram detenções e tudo.

      Acho que em ambos os países se discute com os mesmos argumentos que em Portugal neste momento: que não é prioritário, que isso são coisas das feminazis, que os polícias têm mais que fazer, que são só elogios ou no máximo aborrecimentos a comer e calar. Acho que não há é discussões de semântica: a palavra usada é sempre inequivocamente harassment / harcèlement. A diferença talvez está nas autoridades que estão um passo à frente das portuguesas e começam a levar a coisa a sério. Ou na capacidade destes vídeos e campanhas pressionarem o poder político a agir.

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    3. Acho que há acima de tudo diferenças culturais: a cultura germânica tolera menos esse tipo de misoginia, a escandinava ainda menos, a anglo-saxónica tolera mais e as latinas todas, francófona incluída, idem. E depois há países com mais ou menos emigrantes de culturas mais ou menos misóginas. E, por último, níveis muito diferentes de penetração e amadurecimento do discurso feminista.

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    4. (o meu "esse tipo" ali de cima ligado à cultura dos países de língua alemã era porque acho que têm outras coisas em que são muito machistas)

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    5. Sim, acho que tens razão, suspeito que na Flandres não haja tanto assédio como em Bruxelas. Gostava era de perceber então a excecionalidade da cultura germânica neste aspeto... (na escandinava nem me meto que aquilo é um mundo à parte em termos de igualdade de género)

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    6. Nunca fui assediada na rua por um holandês. Das poucas vezes que aconteceu nos 5 anos de Holanda - lembro-me de 3 - todas elas vindas de pessoas de origem claramente árabe/turca.

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    7. (obviamente, nunca fiz a mínima ideia do que foi dito, uma das vantagens de não se falar a língua)

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    8. Sobre a cultura escandinava, gostava de ver ao vivo e a cores, que sou lambona. Mas a sério, eu tinha aquilo como o supra sumo da igualdade, até começar a ler policiais escandinavos. Se os dinamarqueses não fazem grande tema com a violência doméstica ou de género, já os suecos e noruegueses, ui. O larson da cá uma imagem da Suécia que valha-nos santa Simone.

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    9. Bem, só tenho experiência de curtas estadias na dinamarca, e devo dizer que me sentia uma tope-modéle. Não, não me mandavam piropos na rua, mas olhavam, e em bares fui muitas vezes interpelada para me perguntarem se era argentina, se hablava español, e coisas do género, que atribuí unicamente ao facto de ali ser algo exótica, no meio de tantas loiras altas. No entanto, todas as abordagens foram educadas e nunca intimidatórias ou abusivas.

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    10. Ó Izzie, mas ali os gajos geralmente também se referem a psicopatas assassinos, que além de assassinos ainda são misóginos. :P

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  4. Já agora, meninas:

    http://www.theguardian.com/lifeandstyle/womens-blog/2014/nov/04/stop-telling-women-how-to-feel-about-street-harassment

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    1. Obrigada Luna, já tinha visto. Daí a minha ideia de que aqui a conversa é muito semelhante à portuguesa, especialmente da parte dos que defendem que não é importante.

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