18 de janeiro de 2005

Nada


E um dia reparo que nada é como antes
Tu sempre igual
Eu sempre a mesma
Já não falamos
Já não rimos
Já não nos olhamos com a cumplicidade dos amantes
Tocamo-nos de vez em quando
Pra calar o desejo antigo
Trocamos frases soltas sobre trivialidades
Procurando manter a conversa fictícia
Que esconde a barreira que se formou
Estranhos de longa data fingindo ter ainda algo em comum

E um dia a máscara cai
E a verdade ensurdece
E vemo-nos gastos

Sem mais nada a dizer-nos

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