19 de janeiro de 2005

Ser ou não ser: Jovem executiva




E hoje lá fui eu a uma sessão de testes, a uma dessas multinacionais lideres de mercado, que, de quando em vez, realizam acções de recrutamento entre jovens promissores, de preferência sem quaisquer vestígios de vida pessoal. O edifício, de ambiente asséptico e altamente impessoal, deixa à partida a marca do que se espera, gente polida, dentro do establishment, desejosa de entrar na engrenagem executiva e dedicar a vida ao objectivo carreira.

Olhei os restantes candidatos, a maioria masculina, bastante jovens mas já com o ar formal de quem entrou na vida adulta, cinzenta, esperançosos de passar o teste que lhes abre as portas a um futuro brilhante. E no meio deles, eu, de calças de ganga e ténis, pensava para mim mesma o que estava ali a fazer e o que queria para a minha vida… Não sei, mas sei que não quero ser uma fotocópia treinada para o sucesso, com o rótulo de dinâmica e empreendedora, numa empresa em que somos números, notas de testes ou questionários.


E quando o teste acabou, e tive quase a certeza de ter chumbado, não pude evitar um certo sorriso interior de alívio: desta já me safei.

Sem comentários:

Enviar um comentário