Os homens preferem as mães

Nunca percebi bem porquê, mas as miúdas com todas as qualidades reconhecidas como ideais entre os congéneres masculinos, divertidas e inteligentes, amigas de festas e de uns bons copos, algumas até fãs de bola, parecem ficar sempre de lado quando na escolha de uma namorada, essa sim, princesinha detentora de todas as características que à priori considerariam detestáveis se discutidas nas tertúlias descontraídas entre amigos com cervejas nas mãos.

Estas princesinhas conseguem, com um grande poder de sedução - ou direi persuasão? – convencer até os mais durões de que são um mar de virtudes, poços de sensibilidade e doçura, com grande necessidade de protecção e mais que tudo, orientação masculina para cada passo das suas vidas, enquanto disfarçadamente aguçam as garras e tomam as rédeas e o comando das suas vidas.

Resumindo, são aquelas trombudinhas que no auge da festa se sentam com ar de enfado e dores nos pés pois fizeram questão de levar o saltinho agulha, reclamando e olhando os namorados com reprovação: “Já tá bêbedo! Não tenho paciência!”, batendo o pé impacientemente enquanto lhes concedem generosamente mais uns minutinhos de divertimento. E lá vão eles feito cachorrinhos implorar um pouquinho de paciência, como em miúdos pediam à mãe mais uma voltinha no carrossel: “vá lá, só mais 5 minutos”, e elas, com ar magnânimo, lá ditam o veredicto: “NÃO!”. E vão embora, afinal ele ainda tem de a ir levar a casa, que uma cinderela não anda sozinha de carro à noite!

Isto porque no fundo, apesar de negarem a pés juntos, eles procuram uma imagem à escala da própria mãe, com as recomendações, os avisos, as reprovações de alguém que toma conta deles e lhes dá colo. Porque boa companhia para beber uns copos e conversar, têm lá os gajos do bairro que conhecem desde putos e jogam à bola ao domingo.