5 de março de 2005

É que nem um bom título…


Sento-me em frente ao écran, endireito as costas na cadeira, mais uma tentativa. Estou confortável? Sim, não esqueci a manta em cima das pernas, tudo a postos para escrever. Há dois dias que repito os mesmo gestos, mais uma tentativa… nada. Luto contra a falta de inspiração que se apoderou de mim nos últimos dias, aliada a um cansaço e preguiça que não descolam do meu corpo e mente. Só me apetece dormir, horas e horas seguidas enroscada que nem um gato, até não poder mais e me sentir finalmente saciada de sono e sonho.

Devia saber que a vida rotineira é isto mesmo, uma carga de obrigações e horários que deixam pouco espaço à criatividade e vida própria. Decidi desafiá-la, quebrando as regras, convencida que levaria a melhor. Devia saber que o corpo cede, e que levantar-me às 7 da manhã, após uma noitada de copos até as 4, seria catastrófico nos dias seguintes.

E cá estou eu, sentada à espera que o meu cérebro volte – “desculpa, eu prometo portar-me melhor na próxima semana, podes saír do esconderijo” – e que me traga uma ideia luminosa de presente, tal como os pais fazem na volta de quaquer viagem, para me livrar desta ansiedade crescente pela obrigação de escrever e matar o vício de blogar. Será que voltará um dia?

4 comentários:

  1. Pelos vistos voltou e nem deste por isso...

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  2. Volta sempre enquanto cá estivermos... Dou-te um exemplo, que é o meu caso: no processo de escrita chego a ficar dois a três anos sem escrever, para depois tudo sair/brotar de forma espontânea. Da primeira vez preocupei-me um pouco, mas não forcei. Mais tarde vi o resultado - uma enorme fome de dizer/escrever.

    Sabes "Luna", quem é não quer ser. O que tiver que ser, será. É assim que funciono... que sou sem ser.

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  3. acontece-me imensas vezes e por mais que tente não me consigo habituar. é desesperante sentir a mão a desejar uma caneta, um lápis, algo que se misture no papel e conceba palavras; quando tentamos nada de produtivo acontece e é aí que se faz o maior erro de todos: forçamos, como se pudessemos superar o espírito criativo.
    no entanto, escrever um texto/post sobre a ausência de criatividade pode ser um bom passo terapêutico para o seu regresso.. e como missm disse, também a mim me parece estar a voltar =)

    beijinhos & take care

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  4. Acho que precisava de um bom fim de semana para refrescar as ideias. Obrigada pelos conselhos. ;)

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