Anonimato

Muito se tem escrito sobre o anonimato pela blogosfera fora, é um tema delicado, que divide bloggers, principalmente entre aqueles que dão a cara e o nome e os que preferem proteger a identidade. Após um comentário onde criticava comentadores anónimos, aqueles que comentam sem dar um nome, ou uma qualquer informação que os identifique como bloggers, fui acusada de o ser também, ao identificar-me sob o nome de Luna, que não corresponde, obviamente, ao meu nome de baptismo.

Sendo um blog uma espécie de diário público, com ou sem pretensões literárias, a assinatura utilizada funciona como o personagem que escreve, ou outro eu exposto, o pseudónimo ou heterónimo, ou simplesmente alcunha, através do qual um autor se identifica e é conhecido no universo blogosférico como blogger, tal como frequentemente o fazem os escritores.

O que eu entendo por anonimato, é o esconder de identidade que não permita uma resposta, que não permita retaliação. O esconder sem nome, sem qualquer peso, a cobardia de dizer o que se quer, insultar, ofender ou simplesmente chatear por prazer sem se arriscar a receber a devida resposta e sair impunemente. Nesse sentido não sou anónima.

Porque ao identificar-me como Luna, aqui ou em quaisquer caixas de comentários, permito o livre acesso ao meu blog, ao meu endereço de e-mail, e sem me esconder dou a cara, expondo o que sou e o que escrevo através desse nome, ainda que não seja o que consta no B.I.. Permito que me comentem, critiquem, insultem, e por isso, qualquer comentário que deixe leva consigo a assumpção de identidade de blogger permitindo a devida reciprocidade.

Sabendo que a internet é um meio de divulgação acessível a milhões de pessoas, que é um veículo perfeito para quase todo o tipo de crimes e invasão de privacidade, e principalmente sabendo a quantidade de doentes, maníacos, tarados e psicopatas que andam por aí navegando tranquilamente, a protecção da identidade serve principalmente para resguardar a privacidade de quem escreve, bem como a sua família, pondo-os ao abrigo de gente que poderá não ter as melhores intenções.

Sendo uma perfeita anónima na sociedade, no sentido em que não sou figura pública, escritora ou mesmo jornalista, e ninguém me conhece além do grupo restrito de família e amigos, será completamente indiferente que assine como Luna ou Ana Luísa, o meu verdadeiro nome. Ou não? Conhecem-me melhor agora? Já sabem quem sou no meio das 349 mil que haverá no país? Não me parece.

Por isso continuo a ser a Luna.