Novelas II

Outra que me atormenta é a Bel, coitadinha. Lá se casou com o patife do Estevão, que toda a gente já percebeu que anda feito com a Leona, uma cobra que se faz de prima amiga e confidente, para deitarem a mão à herança milionária da Belzinha, que coitadinha, é tão boazinha que não quer o dinheiro para nada. Não sei porquê, mas nas novelas as pessoas boazinhas são sempre muito burras e as últimas a saber, como bons cornos. Até o puto de 7 anos - eu não sei se tem 7 anos, não sou propriamente especialista em avaliar a idade de criancinhas, mas dá aí pela cintura de um adulto, de modo que calculei a olho - já percebeu o esquema e como o Estevão e a Leona são maus e fingidos.

Toda a gente na novela sabe disto, que os maus são amantes, que andam a conspirar contra a sonhadora herdeira, mas ninguém lhe diz porque não tem provas. De modo que a não ser que a monga da burra os apanhe na cama, bem que eles podem armar esquemas à vontade, trocar olhares suspeitos, que ele nunca vai perceber, e é bem feito para não ser tão burra.

Já a Joana, coitadinha, desapareceu, mas a família, em vez de alertar a polícia, inventou que a gaja está numa clínica de reabilitação, e toda a gente papa a história. Outra coisa que me intriga é a quantidade de gente que é internada contra vontade em clínicas psiquiátricas nas novelas, mas isto dava panos para mangas.

Por fim a coitadinha da Fátima está finalmente a dar a volta por cima. De mulher a dias transformou-se em gestora de uma empresa de mulheres a dias, e mudou de look para acompanhar a promoção. E assim, do dia para a noite aparece mais loura e de extensões, o que é absolutamente normal, visto que uma pessoa que tem de trabalhar a lavar escadas tem imenso dinheiro para gastar no cabeleireiro a fazer extensões. Mas ok, a Alexandra Lencastre não podia continuar a fazer de feia toda a novela, e o ar de sopeira já a devia andar a chatear.

E estes problemas nacionais vou intercalando com o Crime e Castigo - muito chato, principalmente na versão de há 10 tratados ortográficos que deveria pertencer ao meu avô nascido em 1904, e onde palavras como vélha e de-vagar aparecem escritas assim mesmo - e com o Som e a Fúria, para desestupidificar um bocado.