23 de janeiro de 2007

Ensinar a pescar

Acho especial graça ao argumento é preciso melhorar a informação, a educação sexual, o planeamento familiar e apoio social antes de despenalizar o aborto usado em defesa do Não. É como dizer que se é contra a sopa dos pobres porque o que se devia fazer era construir as condições para se acabar com a pobreza e a fome. Não lhe dês peixe, ensina-o antes a pescar. Tudo muito certo. O problema é que entretanto morre-se à fome.

19 comentários:

  1. Mesmíssimo rgumento utilizado aquando do referendo anterior... Viu-se o empenho, depois dos resultados.
    A pesca, na verdade, é de outro tipo.

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  2. Eu usei recentemente esse provérbio mas o assunto era outro: Pamela Anderson :P

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  3. Mas qual é a parte da frase:

    «CONCORDA COM A DESPENALIZAÇÃO DA INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ, SE REALIZADA, POR OPÇÃO DA MULHER, NAS PRIMEIRAS DEZ SEMANAS, EM ESTABELECIMENTO DE SAÚDE LEGALMENTE AUTORIZADO?»

    que não é entendida?
    Não se estão a referendar opções de educação sexual, informação sobre sexualidade, planeamento familiar ou apoio sexual...

    O aborto sempre se fez, faz-se e far-se-á indubitavelmente. Só não tem que ser feito com agulhas de croché ou bombas de ar para bicicletas. É só isto que está em questão. PONTO FINAL!

    É revoltante constatar que alguns dos que argumentam assim (nomeadamente os partidários do NÃO ligados à igreja católica), especialmente aqueles que (putativamente...) nem sequer têm vida sexual activa, encham a boca para falar de bondade e amor e, afinal, contraponham caridade ao apoio social e procriação desenfreada à educação sexual e planeamento familiar.

    Mas afinal quem é um padreco bandalho para falar do respeito pela vida, quando é um agente e representante de uma instituição que está envolvida na disseminação da SIDA, entre outras actividades sórdidas?

    Luna, empresta-me a tua catana que eu vou ter que mudar de linguagem...

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  4. Também fiquei a falar sozinha ontem quando estava a dar o noticiário. Bolas e eu que já tinha prometido que só ia ver outros canais para além do AXN só depois de dia 11. Menina feia! Espero resistir a um problema cardio-vascular grave causado pelos "NÃO"'s ayé dia 11 para poder (re)pôr a minha cruzinha no "SIM".
    Em '98 o referendo foi no dia dos meus anos e a pior prenda que tive foi o "NÃO" vencer.

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  5. Que acutilância! Nem mais!! Nem campanha sabem fazer... Irrita-me!!!!!!

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  6. Estás enganada. A ideia é ensinar a pecar. Como pecar é bom, a malta faz muito disso.

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  7. Confesse lá que gostaria de ser convidada para escrever num blogue do sim ;)

    CS

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  8. CS
    não sou jornalista, não tenho ambições políticas e muito menos literárias, de modo que não é essa, de todo, a minha ambição.
    Escrevo sobre assuntos que me interessam e me movem, não para ganhar protagonismo.
    De modo que faço o meu papel aqui, que é o MEU blogue, e onde posso falar de tudo tudo tudo o que eu quiser.
    Esta é a minha forma de contribuir para uma causa que considero fundamental.

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  9. P.S. Se fosse convidada, o que dificilmente irá acontecer, teria de pensar no assunto. Por um lado teria oportunidade de defender as minhas ideias num universo mais político, mas por outro não teria a liberdade de estilo que tenho aqui.

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  10. Achei seu blog por acaso, no Google, à procura de crônicas. Muito bom, você escreve muito bem. :)

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  11. Tenho a certeza que se os portugueses soubessem ler e interpretar bem o que lhes vai ser perguntado, o SIM ganhava por larga margem.

    Acho que vai ser um referendo em que se vai por à prova a capacidade intelectual cá da gente.

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  12. Este referendo é sobre os direitos da mulher ou do fecto (se é que os tem)?

    É que se for sobre os direitos da mulher digo já que não vou votar sim a uma lei que dá à minha namorada o direito de abortar o nosso futuro filho sem ter de, pelo menos, pedir a minha opinião.

    Só se, de igual forma, eu possa recusar-me a ser pai do filho que à minha revelia ela quis ter.

    Direitos iguais minhas amigas.

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  13. a.r. é a vantagem de podermos ser nós a pisgar-nos quando elas aparecem de barriga inchada, não é?

    De boas intenções está o inferno cheio.

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  14. a.r. meu querido, tu sabes que gosto muito de ti, mas neste caso estás a ser tendencioso.
    Num casal normal, ou seja, funcional, onde existe respeito mútuo e compreensão, a tua namorada deverá pedir a tua opinião.
    Mas uma lei não pode ser aplicada com base em opiniões. Não pode vir lá escrito: a pedido da mulher, desde que tenha pedido opinião ao homem.
    Por várias razões, a decisão tem de ser da mulher, começando pelo facto de não serem levantadas dúvidas quanto ao filho ser seu. Já provar que o filho é do homem, antes das 10 semanas, é complicado, se não mesmo inviável.
    Por outro lado, caso a mulher aborte à revelia da lei, só ela é responsabilizada se for apanhada, mesmo que o aborto tenha sido feito com todo o apoio do homem.
    Além disso, se a tua namorada tiver um filho que tu não queres ter, e mesmo que venhas a ser obrigado por um tribunal a contribuir monetariamente para o sustento da criança (o que raramente acontece), a responsabilidade pedida ao pai é sempre muito menor que à mãe, que é quem, de facto, arca com as consequências mais directas da maternidade.

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  15. Luna, em Portugal não há a mínima hipótese de o Pai fugir às responsabilidades legais. A menos que a mãe não saiba quem ele é...

    Quanto à formulação da lei, não substimes os senhores-fazedores-de-leis. Seriam com toda a certeza capazes de redigir uma lei que não deixasse de fora o pai.

    Eu pergunto-me se este referendo não deveria ser feito exclusivamente às mulheres já que se a lei passar o homem não tem opinião válida. Pior... o que dirão as mulheres (pelo sim) se o referendo não passar devido a votos contra por parte do homem? (eu sei que não saberemos quem votou o quê, mas seria interessante poder comparar esses resultados)

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  16. Já usaram esse argumento no refeendo passado. Ganharam e nunca mais quizeram saber de nada.
    Irritam-me tanto com toda aquela agressividade e demagogia.

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  17. pois pois, tudo a fazer o que o poder quer! Há informação super-abundante sobre o poder que as mulheres têm para não engravidar, então se há poder para desenvolver gravidezes histéricas, não haveria poder para não engravidar?

    O real problema é que vocês estão todos papadinhos, viram o Matrix e não perceberam nada! Budismo!

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  18. pois pois, tudo a fazer o que o poder quer! Há informação super-abundante sobre o poder que as mulheres têm para não engravidar, então se há poder para desenvolver gravidezes histéricas, não haveria poder para não engravidar?

    O real problema é que vocês estão todos papadinhos, viram o Matrix e não perceberam nada! Budismo! Continuem a fazer o que o poder quer, continuem a discutir os assuntos nos termos deles, continuem a ser nabos! E o poder ri-se de vós, pensais que sois muito conscientes ... sois dominados por dogmas que nem lembrastes de questionar! O maior dogma é que a matéria controla a mente, ainda não percebestes que é o contrário?

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  19. O Senhor anonymous diz umas coisas engraçadas...
    Faz-me lembrar um tipo Suiço, com a mania da perseguição, que se cruzou comigo há tempos.

    Senhor anonymous, é tão cansativo lutar contra o poder como seguir as orientações do mesmo.

    Não acredita que a única liberdade que temos é a de escolher o nosso amo?

    Dia 11 vamos descobrir se são os Americanos que são burros, ou se são os Portugueses.
    Entretanto, vamo-nos divertindo com a discussão. É como assistir a um combate de galos (só assisti na televisão porque sou contra a crueldade aos animais): uns são brancos, outros são pretos; uns são sim, outros são não...
    E são todos "maniqueístas".
    Eu acho piada. E acho ainda mais piada a que ninguém perceba o ridículo da situação.

    Nisto, Senhor anonymous, estamos de acordo. Mas só nisto.

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