12 de janeiro de 2008

Eu também

Um amigo fidelíssimo fazia-me saber no outro dia um que um dos meus posts estava gravemente contaminado com um erro ortográfico (minha tradução). Erro mesmo que não uma gralha (ou sequer um erro por precipitada tradução de um som), tratava-se sim da conjugação obscenamente errada de um tempo verbal (um verbo que se seguirmos a gramática pelas inflexões afora fica simplesmente ridículo e inverosímil; é lícito supor que me guiei, uma vez mais, pela intuição estética, direitinho à asneira, pois).

Mas o que aqui surpreende não é o erro, o que surpreende é indigência do amigo ao me comunicar o erro, todo paninhos quentes (dizendo que teve dúvida e foi ver ao dicionário, etc.), imagine-se... por email. Se tivermos em conta que se trata de alguém capaz de me telefonar 5 vezes numa hora em circunstâncias tão extremas como a notícia recente da viuvez de alguma famosa jeitosa -- para partilhar a lufada de esperança que isso traz à sua vida --, estão a perceber o escândalo. Se eu tenho um telemóvel ligado 24 horas por dia é para me pedirem boleia para as urgências, para me avisarem de erros ortográficos e para me convidarem para copos (não necessariamente por esta ordem).


in Avatares de um desejo

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