Se há um grupo de pessoas que verdadeiramente admiro, são os vegetarianos. Sempre que conheço um, experimento um misto de veneração e pena, por saber que perderam para todo o sempre a possibilidade quase orgásmica de degustar um naco em sangue ou uma dourada grelhada, trocando-os por tofu e courgettes. Mas admiro-os, pela abnegação e auto-disciplina, o sacrifício do prazer individual em prol da humanidade, do bem comum e dos animaizinhos. No fundo, são os comunistas da alimentação. Uma espécie de mártires que não morrem. E é difícil não sentir uma certa simpatia pelos mártires. Isto é, desde que não sejam daqueles que se explodem e matam tudo à volta num raio de 50 metros. Basta ver a quantidade de santinhos e a devoção aos pastorinhos. Eu própria, se tivesse vocação para mártir, também me tornava vegetariana. Mas não tenho. E não, acho que a coisa do celibato não conta, porque não é escolha, é falta de alternativa mesmo. Uma pessoa tem mesmo que querer sacrificar-se. Tivesse Jesus tentado fugir da cruz e tínhamos ficado pelo antigo testamento. De modo que continuo a comer a bela da picanha, que assim como assim, deve ser do mais próximo do êxtase que consigo chegar.
Eu acho-os sempre tão tristes. Sempre com cara de fome. Excessivamente magros. Sem cor.
ResponderEliminarPelo menos os que eu conheço são assim.
De acordo. Só não acredito muito nessa piadinha do êxtase. Mas há momentos em que uma refeição a sério substitui muitos programas...
ResponderEliminarA votação dos Melhor Bloges de 2007 termina amanha dia 15
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Eu gosto de comida vegetariana, mas ser vegetariana vai um grande passo que não estou interessada em dar. A picanha, o naco na pedra, o bife com molho de mostarda médio... hummm.
ResponderEliminarBeijos