12 de janeiro de 2008

Veggies

Se há um grupo de pessoas que verdadeiramente admiro, são os vegetarianos. Sempre que conheço um, experimento um misto de veneração e pena, por saber que perderam para todo o sempre a possibilidade quase orgásmica de degustar um naco em sangue ou uma dourada grelhada, trocando-os por tofu e courgettes. Mas admiro-os, pela abnegação e auto-disciplina, o sacrifício do prazer individual em prol da humanidade, do bem comum e dos animaizinhos. No fundo, são os comunistas da alimentação. Uma espécie de mártires que não morrem. E é difícil não sentir uma certa simpatia pelos mártires. Isto é, desde que não sejam daqueles que se explodem e matam tudo à volta num raio de 50 metros. Basta ver a quantidade de santinhos e a devoção aos pastorinhos. Eu própria, se tivesse vocação para mártir, também me tornava vegetariana. Mas não tenho. E não, acho que a coisa do celibato não conta, porque não é escolha, é falta de alternativa mesmo. Uma pessoa tem mesmo que querer sacrificar-se. Tivesse Jesus tentado fugir da cruz e tínhamos ficado pelo antigo testamento. De modo que continuo a comer a bela da picanha, que assim como assim, deve ser do mais próximo do êxtase que consigo chegar.

4 comentários:

  1. Eu acho-os sempre tão tristes. Sempre com cara de fome. Excessivamente magros. Sem cor.

    Pelo menos os que eu conheço são assim.

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  2. De acordo. Só não acredito muito nessa piadinha do êxtase. Mas há momentos em que uma refeição a sério substitui muitos programas...

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  3. A votação dos Melhor Bloges de 2007 termina amanha dia 15
    Vota nos teus Bloges preferidos, está tudo aqui.

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  4. Eu gosto de comida vegetariana, mas ser vegetariana vai um grande passo que não estou interessada em dar. A picanha, o naco na pedra, o bife com molho de mostarda médio... hummm.

    Beijos

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