18 de fevereiro de 2009

A minha opinião (resumida)

Tendo em conta que já tive "mixed feelings" sobre o assunto, revendo-me em alguns dos argumentos apresentados por ambos os lados, hoje em dia não tenho dúvidas que a legalização é necessária.
Embora acredite que a legalização do casamento entre homossexuais não mudará mentalidades por si só, ela trará legitimidade e "seriedade" aos relacionamentos homessexuais aos olhos da sociedade. E com a sua vulgarização, os casais homossexuais passarão a ser vistos cada vez menos como aberrantes, e cada vez mais como comuns, dentro das normas sociais.
Mais ou menos na linha das leis anti-racismo: elas não acabam com o racismo, esse existirá sempre, mas legitimam a luta pelo seu fim, dando poder social às suas vítimas.
Enquanto, aos olhos da lei, existir discriminação, seja ela de que tipo for, ela não acabará de certeza na sociedade, uma vez que sustenta os argumentos de quem discrimina, dando-lhe razão. (isto está meio simplista, mas creio que dá para perceber o ponto)
Assim, tornando igual o casamento entre pessoas do mesmo sexo ao de pessoas de sexo oposto, com mesmos direitos, abre-se a porta a uma mudança de mentalidades, mesmo que (muito) lenta. Ou pelo menos eu quero acreditar nisso.

(tirada de um comentário que deixei noutro blogue)

10 comentários:

  1. Gostava apenas de transcrever, o que li algures e concordo: nesta altura parece que só existe 2 tipos de pessoas que querem casar: padres e homosexuais.
    Afinal parece que têm mais em comum do que julgam :)

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  2. Concordo com as tuas palavras inteiramente!!! Está mais que na altura de modarmos mentalidades para que possamos mudar atitudes!

    :-)

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  3. Agora a minha opinião: é óbvio que sou a favor da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mas que se chame casamento "tal e qual" e não uma outra coisa qualquer, isso seria à mesma discriminação!

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  4. Para mim, a pior descriminação é o facto de, numa união homossexual, o cônjuge (só de facto, porque não pode ser mais) não herdar nada em caso de morte do/a companheiro/a. Se o/a companheiro/a não tiver feito testamento ( em testamento apenas pode dispor de 1/3 dos bens), fica a ver navios. Népias. Qual é a justiça disto? E há mais exemplos, que o regime jurídico da união de facto não equivale totalmente ao do casamento. Férias, faltas justificadas para assistência a famíla, etc.

    Um casal hetero adquire pelo casamento tal direito sucessório, os homos simplesmente não podem. E para reverter esta injustiça ou se cria um regime igual com outro nome(para quê?) ou se elimina do código civil a exigência do sexo diferente.

    Nem é preciso explicar qual é a solução mais sensata, que criar regimes legais paralelos (com a agravanmte de que então os heteros unidos de facto ficavam com os mesmo direitos dos heteros casados, o que é redundante) não tem jeito nem razão nenhuma...

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  5. Cara L.:

    para mim, o pior nem é a eventual redundância do casamento dos hetero ficar igual à união de facto dos hetero. Mais uma vez, é o problema da falta de liberdade. Penso que deve haver casamento, para heteros e para homos, mas NUNCA se deveriam ter regulado as uniões de facto, para nenhuma das orientações sexuais. O Estado gosta muito de se intrometer na cama das pessoas e na liberdade dos cidadãos. As uniões de facto devem ser para aqueles que não querem direitos nem deveres, e quem quiser isso tudo, que se case. Eu não me quero casar para ser totalmente livre e não ter obrigações perante ninguém e ninguém ter obrigações comigo. Para que é que se foram meter nisto?

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  6. Manuela:
    Vem a meus braços, até qu'infim alguém que pensa como eu!
    Também acho que não se devia ter regulado as uniões de facto: quem quiser, que se case. Agora o problema, de facto, é que há quem queira e não possa...
    Mas os mais conservadores defendem-se com o argumento de "para quem é bacalhau basta", ou seja, já têm as uniões de facto, não nos toquem no casamento. Mas a união de facto não chega, ainda assim, e é fonte de desigualdade, era só isso que queria chamar à atenção. Então um casal homo de décadas (ou anos, ou meses) não tem direitos sucessórios porquê? Ora bolas. É muitíssimo injusto.

    P.S.: é I, de Isolina. E sou uma alegre unida de facto, que não precisa de regulação (ou melhor, quando precisar, caso-me) ;)

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  7. Exactamente, Isolina: casamento para quem quer, homos ou heteros, e deixem lá os unidos de facto em paz:))

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  8. Ainda ontem tive de defender esta ideia, ainda há muita gente que não consegue perceber que pessoas que se gostam e são do mesmo sexo devem ter os mesmo direitos... enfim vai demorar, mas acho que com tempo as mentalidades vão conseguir mudar.

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