Mais outro filme de que eu queria ter gostado mesmo muito, mas acabou por ser apenas giro. Perdoem-me os seus defensores incondicionais, mas é estupidamente comercial e foi muito, mas mesmo muito, sobrevalorizado. Apesar de mostrar algumas das realidades mais chocantes da Índia miserável, fá-lo de forma fácil e superficial, raramente saindo do cliché, e sem deixar aquele aperto, aquele desconforto que chega a ser físico que nos nos tira o sono e obriga a pensar. É um filme que entretém, mas não deixa marca. É, também, a todos os níveis, pouco crível, e com uma história fraquinha, embora o conceito tivesse potencial para ir muito mais além, tivessem escolhido outras perguntas. Mas é um filme que envolve através da imagem e da banda sonora, a que é impossível abstrair-se. Só que, neste caso, talvez fosse desejável um pouquinho de silêncio. Porque a pobreza não é, nem deve ser, um video clip.
Não podia concordar mais. Quando o filme acabou fiquei com aquela ideia "nhé" (expressão de quem estava à espera de muito mais). Pensei que me ia arrebatar (afinal arrebatou toda a gente...) mas não. Achei apenas um filme giro, vê-se bem, mas nada como outros que vi recentemente e que mal o filme acabou queria entrar novamente na sala de cinema para o ver outra vez.
ResponderEliminarGosto muito da expressão "nhé". É auto-explicativa. E foi isso mesmo.
ResponderEliminarNão achei que se tivesse visto bem, pois contorci-me várias vezes na cadeira, mas isso é porque sou demasiado sensível a certos assuntos. Mas não é filme de óscar. E para além disso a realidade indiana consegue ser bem pior daquilo que é mostrado.
ResponderEliminarHá cenas chocantes, é verdade - fechei os olhos no mergulho na merda, por exemplo - mas não o suficiente para deixarem um impacto durador. Para ainda nos ficarem na memória e ainda nos impressionarem horas depois do filme. Comigo não aconteceu.
ResponderEliminarO que é bom ali é a história e a fotografia, a realização e a edição de imagem. É bom, sim senhor, mas se não tivesse havido tanto zum-zum talvez tivesse merecido mais o óscar.
ResponderEliminarEu fiquei com vontade de parar a meio e ir pensar noutra coisa durante a cena em que cegaram o miudo.De resto gostei do filme, mas também acho que se criou muita adoração à volta do mesmo, só porque mostra a chocante pobreza na India, quando ela foi mostrada também de uma forma muito romantizada. Gostei do filme, adorei aquele fim Bollywood, mas não foi nada que me tenha marcado. Começo a aperceber-me que quanto mais alarido se faz à volta de um filme, mais expectativas levo para o cinema e raramente saio de lá preenchida. Mais valia que se calassem todos!
ResponderEliminarfinalmente uma pessoa com a mesma opinião que eu!
ResponderEliminarSinceramente, gostei muito mais do Milk do que este. O Milk pos-me a pensar mais seriamente sobre os direitos humanos enquanto que o slumdog "pronto. está visto."
(Acho que nunca comentei aqui. Mas costumo ler-te :p)
Beijinho*
Ah...finalmente um opinião saudável sobre um filmezito...que é o que é. Quanto mais penso nele, menos gosto do filme.
ResponderEliminarÉ um filme hollywoodesco e não é o facto de ter uma fotografia saturada e de mostrar alguma miséria,mas que como dizes e bem "fá-lo de forma fácil e superficial, raramente saindo do cliché, e sem deixar aquele aperto, aquele desconforto que chega a ser físico que nos nos tira o sono e obriga a pensar", que faz dele um grande filme.
É um filme que não deixa nada. É um filme completamente sobrevalorizado onde as interpretações são banais, o argumento tem uma boa base, mas é completamente "avariado" ao longo do filme, a direcção de arte e fotografia são interessantes, mas nada trazem de novo...e a moral da história é a de sempre, os maus são castigados ou redimem-se e os bons são felizes para sempre, enriquecem e dançam na estação de comboios.
Enfim...é um filme que nem é bom, nem é mau...é simplesmente um filme banal a roçar o medíocre em alguns aspectos. De facto o Danny Boyle teve o seu ponto alto com o Trainspotting.
Foi preciso chegar a Março para que alguém pusesse um freio neste movimento pró-slumdog blogueiro. Respeito quem gostou do filme, embora não entenda.
Depois disto só me resta dizer que os "bloguistas" agora se dividem naqueles que gostaram do filme e no que não gostaram.
Pedro
eheheheheh, acho que vou ser a única a expressar opinião diferente nesta caixa de comentários!
ResponderEliminarOra bem, é Hollywood. Não é um filme sobre a miséria na Índia. Para mim o filme nem sequer tem mensagem nenhuma. É um filme fantasia, um filme magia. Gostei da originalidade e criatividade latentes, de como contaram toda uma história através das perguntas do concurso. Conquistou-me pelas personagens e pela forma mágica de contar uma simples história.
Way to go, Slumdog!
;)
Se meu comentário tivesse som, ele seria de aplausos ao teu texto. Vc disse exatamente o que eu pensei a respeito desse filme!
ResponderEliminarbeijo
Gostei do filme mas... o facto de ser de baixo orçamento não ajudou... podia estar melhor, pois tinha potencial para mais... e as perguntas... epa... bem que podiam ser dferentes.
ResponderEliminarTambém não achei nada de especial. Não merecia tanto óscar!
ResponderEliminarEu cá não concordo. Adorei o filme e acho que o facto de toda a gente lhe chamar "feel-good movie" é um grande erro. Acaba bem? Provavelmente até acaba. Mas o que acontece entretanto é demasiado chocante para ser ignorado.
ResponderEliminarMas lá está, eu sou mesmo uma "defensora (quase) incondicional" :)
Desculpa, mas discordo... Eu achei o filme fantástico, diferente, original e autêntico. Fui ver logo no dia seguinte à estreia quando o zumm zumm ainda era pouco e digo, muito sinceramente, que há muito que não via um filme de jeito no cinema, o Benjamin Button foi bom, mas não o achei original (fiquei com uma sensação de dejá vú...), mas este filme absorveu-me por completo, fiquei a pensar nele durante dias. Não concordo nada com a tua frase final "Porque a pobreza não é, nem deve ser, um video clip", talvez não perceba o que queres dizer com isso... Porque para mim, é natural que mostre o meio onde muitas crianças indianas crescem, e só por isso ser uma realidade, não acho que é "um video clip" à pobreza.
ResponderEliminarTalvez as tuas espectativas fosse demasiado elevadas, e isso sim, muitas vezes provoca desilusões.
Bjs*
Não concordo com a tua opinião, que é também a do Mexia (noutro dia falava deste filme como uma herança da geração MTV, muito b rilho, muita cor, muita música, e pouca arte, lol), mas respeito e entendo. Mas o Trainspotting também era filmado neste registo, e eu considero-o um filme muito, muito sério. Quando nos apanha, é pelo pescoço.
ResponderEliminarAdiante, que gostos são gostos, mas numa coisa concordo, é que o óscar de melhor realizador foi imerecido, devia ter ido para o Fincher, que é um verdadeiro pro, e dos bons, um artesão, um relojoeiro. O engraçado é que o Fincher é que começou a sua carreira a fazer videoclips. Olha como havia de acabar, com filmes que são uma pérola da arte de fazer cinema. Mas isto sou eu.
Eu adoro o trainspostting, acho genial. E ainda hoje toda a gente que o viu se lembra dele. Não consigo ouvir o Lust for life sem pensar na cena de abertura do filme. Não creio que isso acontecerá com este. Daqui a um ano aposto que ninguém se lembra.
ResponderEliminarEu é mais a cena do bebé. Ainda hoje me arrepia (apesar de ser notório que se trata de um boneco, na altura não havia cá CGI).
ResponderEliminarQuanto a este, também tenho a minha teoria ;) para o ano logo se vê.
Mas dos filmes do ano (que vi todos os nomeados), este era o que tinha mais balls. E incluo o Milk, que era documental até à seca. E não, ele não foi assassinado por ser gay, mas porque A) o outro era bronco e desiquilibrado B) o Milk também sabia ser pulheco quando queria, não é apanágio dos políticos hetero. ah, estou mais aliviada.
(não, não acho que vá durar nem virar um clássico)
Não deixes de ler o livro! O livro é muito muito melhor, com outras perguntas, outras reviravoltas de vida, muito mais conteúdo, beleza e comédia, relações mais saudáveis entre as personagens (que também são diferentes, até nas relações familiares). Vais ver que vais gostar!
ResponderEliminarSou forçado a concordar. Entrei na sala de cinema à espera de sair de lá completamente embrenhado numa história que provavelmente ficaria no reservatório das memórias recorrentes durante anos. E como dizes, queria tanto adorar este filme. Mas a ideia que fica é realmente de um filme simpático, com uma primeira meia hora absolutamente fabulosa, sempre bem filmado, mas que no caminhar da história para o seu final se torna menos consistente. As reviravoltas finais parecem um bocadinho Deux-Ex-Machina a mais. Gostei, sim, e não é por ser um filme luminoso que não me tocou por aí além. Só acho que faltou ali uma monumentalidade, algo de enredo que acompanhasse a filmagem. E sinceramente, a BSO é boa, mas a do Wall-E (que é por exemplo, em meu ver, um filme bem melhor em toda a linha e merecia estar nos 5 melhores do ano) parece-me superior.
ResponderEliminarEu até acho que o Danny Boyle não estava à espera de nada disto, e fez um filme honesto, feliz, mas que em meu modesto ver, tinha outras possibilidades, sem deixar de ser afinal um feel good movie.
E tenho pena, porque queria mesmo muito adorar este filme. Gostei apenas. E para mim, Milk, Revolutionary Road ou B. Button seriam escolhas mais acertadas.
Mas, como em tudo, são opiniões :)
Bjs :)
aqui, concordo csg. embora o melhor do filme seja a montagem, de som e imagem e não, para mim, aquilo que refere.
ResponderEliminarnunca por nunca deveria ter o boyle ganho melhor realizador (escandalo, face a, pelo menos, david fincher)
(lendo agora os comentários)
ResponderEliminarkiss me, como o the reader, não é?
:-)
lamento discordar, mas o trainspotting não tem nada mais senão a novidade que, à época foi e que, já na altura, não me convenceu minimamente. achei boyle um bluff e toda a sua carreira, a partir daí, me tem dado razão.
ResponderEliminar