18 de setembro de 2009

Seria de rir, se não fosse de chorar

Eu aposto que se tivesse vindo criticar o nível de analfabetismo em Portugal, que creio continuar a ser dos mais altos na Europa, e que é mais um dos indicativos de sub-desenvolvimento, haveria de vir gente falar da sua avozinha analfabeta, que sabe mais que muitos doutores, mas que não teve oportunidades, e que por isso é uma injustiça julgar o desenvolvimento do país por esse índice, e que até é bom que haja gente a não saber ler, e quem sou eu para vir ofender as pessoas, mais ainda nem estando em Portugal, e muito menos a trabalhar.

4 comentários:

  1. Eu não consigo perceber é como é que as pessoas não admitem que a educação/formação, hoje em dia é essencial..!

    beijinho.

    ResponderEliminar
  2. A instrução nunca é a menos.
    A minha avozinha, que teve que deixar a escola com a 4ª classe (porque naquele tempo era mesmo assim, e as meninas tinham que ir ajudar em casa), sempre me disse isto mesmo: "Estuda, filha, estuda para um dia seres independente e teres o teu trabalho e a tua vida." E depois contava a tristeza que sempre sentiu por não ter tido a possibilidade de estudar mais.
    Dói, ouvir isto a uma mulher inteligente, que teve o azar de nascer na época errada.
    Mas lá está. Alguns dão valor, outros nem tanto.
    Não me parece nada de extraordinário, que o ensino obrigatório seja, ao menos, até ao12º ano.
    E ao menos um curso de especialização!

    ResponderEliminar
  3. Ora aí está uma coisa boa que se fez. Ensino obrigatório até ao 12º.

    Os meus avós maternos foram praticamente deserdados pela família do meu avô por terem optado por colocar os seis filhos e filhas a estudar e não a trabalhar nas muitas terras dos meus bisavós. (Visão que não era compreendida na época.)

    Foi o melhor presente que poderiam ter dado aos filhos e a nós netos que muito beneficiámos com o entendimento da importância dos estudos.

    ResponderEliminar
  4. Nao sei pq te surpreendes. Quem ofende sao essas pessoas que decidiram seguir os caminhos da avozinha analfabeta e serem uns analfabrutos. Em que de certeza existe uma grande falta de educacao e respeito por opinioes, ja' para nao falar dos factos. Os analfabrutos, essas pessoas sem educacao e respeito, tendem a ignorar factos e a viver com base em crencas inexistentes ou simplesmente defensivas da sua qualidade de ignorante.

    A questao do "trabalhar, nao?" demonstra, mais uma vez, o pouco que se entende de educacao e, no caso especifico, de investigacao durante um doutoramento... enfim, palavras para que!!!

    ResponderEliminar