Sorte nada, Xampa!

Uma das coisas que me fazem um bocadinho espécie - a sério, eu só uso esta expressão no blog -, é de cada vez que viajo me dizerem que tenho muita sorte. É que fico ali a pensar onde é que a sorte entra, que assim de repente não estou bem a ver. Ora, tendo em conta que nunca ganhei nenhuma viagem em tampas de iogurte ou refrigerante, porque as minhas viagens pago-as, diria que com sorte tem mesmo muito pouco a ver. Trabalho e recebo um salário, sendo essa a minha única fonte de rendimentos, com a qual pago as contas e o lazer. Nada de extraordinário ou que alguém com um ordenado minimamente decente - sim, eu tenho noção de que nem toda a gente tem ordenados minimamente decentes - não possa fazer. E quando digo decente, não digo exorbitante, que eu sou estudante, senhores. Não é sorte, mas antes a forma consciente com que gasto ou junto o dinheirinho que me sobra depois de pagar a renda e as contas do mês, que eu também tenho de comer e assim. Planeio a viagem, começo a juntar o pilim e a ver voos e as melhores tarifas e alturas para viajar, até encontrar as condições perfeitas. Pelo que não, não tem nada a ver com sorte. Tem a ver com escolhas. Assim, tipo, como andar de bicicleta.