Saber esperar

Cresci sem ter de responder a muitas perguntas. A minha mãe sempre respeitou o meu tempo para lhe contar o que era importante, sem pressionar. Nunca questionou, insistiu, mesmo quando intimamente sabia o que se passava. A maioria das vezes bastava olhar para mim. Mas sabia que eu precisava do meu tempo, do meu espaço para processar, antes de desabafar. E acabei sempre por contar, quando estava preparada. Talvez por isso raramente faça perguntas intrusivas, tentando forçar a confiança. A raposa tem de se cativar, e a confiança é uma conquista que tem de se merecer. E as pessoas contam-nos o que querem contar, quando querem contar. E só temos de esperar que queiram.