16 de maio de 2011

Sopa de grão

Quando vivi em São Francisco, um amigo português de lá foi operado ao joelho. Sendo uma coisa em ambulatório, mas precisando de alguém que assinasse um termo de responsabilidade em ficar com ele essa noite, e alertar um médico em caso de necessidade, ele pediu-nos para ficar lá em casa. Tanto eu como a minha roommie éramos boas amigas e pessoas com quem ele se sentia à vontade o suficiente, pelo que fazia sentido. Sabia que ele iria chegar tarde, depois da operação, e calculei que eventualmente tivesse fome. Decidi fazer uma sopa para quando ele chegasse. Uma sopa de grão, normalíssima. Comeu uns dois pratos quando chegou, levantou-se durante a noite para comer mais, e às seis da manhã outra vez. A verdade é que, até se ir embora, aí pelas oito da manhã, o rapaz tinha comido um tacho inteiro de sopa. Não sei se foi da anestesia, não sei se foi do vicodin ou de ter estado tanto tempo sem comer, mas a verdade é que aquela sopa de grão lhe ficou de tal forma na memória, que não há vez que fale comigo que não me fale da sopa. E ainda hoje, três anos depois, quando eu e minha roommie comentámos no facebook uma foto em que ele aparecia, lá veio a resposta "Olha as miúdas que me ajudaram com o joelho!!! Ai que bela sopinha...".
Eu nunca cheguei a provar a sopa.

5 comentários:

  1. Quando é feito com amor e carinho, pronto vá só carinho por ajudar um companheiro, sabe sempre tudo muito bem! =)

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  2. Viveste em San Francisco, CA??

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  3. A sopa soube-lhe pela vida =P

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  4. ora cá está...coisinhas simples, mas marcantes!! :)

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