14 de fevereiro de 2012

Coisas que se aprendem à hora de almoço

Ou mais ou menos o equivalente em utilidade àqueles emails informativos que andaram a circular sobre como perceber que se está a ter um ataque cardíaco e o que se fazer durante esse processo: 

Como sobreviver se o gelo quebrar e se cair dentro de água ficando preso por baixo?

Ora, é uma regra muito simples. Quando o nosso corpo é subitamente mergulhado em águas geladas, e depois da confusão da queda se descobre que se está preso debaixo do gelo, enquanto se tenta suster a respiração para não nos afogarmos e se luta contra a hipotermia até encontrar a saída, ao mesmo tempo que se tenta evitar bater com a cabeça no gelo, que debaixo de água não se forma lisinho mas em forma de estalactites pontiagudas, devemos então começar por não entrar em pânico e tentar responder a uma pergunta: há ou não uma camada de neve por cima do gelo? 

Dependendo da resposta, temos então duas hipóteses, nada facilmente confundíveis entre si:

1. não há neve: ao contrário do geralmente intuitivo, não se deve ir em direcção à luz, mas sim aonde está mais escuro, porque o gelo amplia a luz, pelo que a zona mais clara é onde é mais grosso.

2. há neve: nesse caso deve-se fazer exactamente o contrário, porque a neve bloqueia a luz, pelo que a zona mais luminosa será o buraco por onde se caiu.

Facílimo, não acham? De nada.

Abstive-me de perguntar qual a regra se a camada de neve for pequenina e bloquear só parcialmente a luz. Já o facto de todos os meus colegas holandeses parecerem estar perfeitamente familiarizados com estas regras leva-me a crer que a minha renitência em ir passear no canal gelado não só é altamente razoável como de grande bom senso.

13 comentários:

  1. Depois de ler isto também começo a agradecer o meu bom senso, de facto... Aliás, porque duvido que tivesse o sangue frio suficiente para pensar nessas coisas todas :P

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  2. sim, até porque as regras sao exactamente opostas, troca-se e pronto, quina-se.

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  3. Grandesíssimo bom senso. Que raio de ideias ir passear para o gelo sabendo da possibilidade de tal coisa acontecer...

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  4. Isto faz-me lembrar aquelas cenas do "como sobreviver a um ataque de tubarão". Ora, não preciso porque já sei: não se entra na auguinha onde houver tubarões. Simples.

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  5. Izzie: entendemo-nos tao bem que ate espanta! :)

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  6. Tenho outra: como sobreviver a conversa de malucos/de chacha? Há doidos por todo o mundo, pois há.

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  7. Seria talvez aconselhável a andar com uma lanterninha à prova de água...

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  8. M-E-D-O!!! E os teus colegas falaram-te nas regras assim? Como se fosse a coisa mais natural do mundo? Gente estranha!

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  9. depois de descobrir o buraco, o problema é que o gelo fica fragil e vai-se partindo cada vez que tentamos subir, á medida que vamos ficando mais pesados pela agua. Quando conseguimos subir devemos afastarnos dessa zona de gatas ou rastejando. Para ajudar alguem a subir, devemos deitarnos no gelo para nao cair tambem e oferecer um pé ou uma mao. Sao momentos de muita tensao e adrenalina, e a agua gelada ajuda a aumentar o panico. Passei por uma situacao dessas aos 20 anos com um amigo, num lago congelado na serra da estrela, 1980 e tantos. Acho que corremos serio perigo, nessa vez

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  10. O meu instinto de sobrevivência aumentou depois de ler este post. Obrigado! xD

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  11. E eu que pensava que merdas dessas só aconteciam em Portugal ...

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