16 de janeiro de 2013

E sobre o dador

Vão lá ler a Mariana, vá. (I, II)


21 comentários:

  1. Se fosse eu a precisar ou se fosse familiar de alguem q precisa, n iria pensar racionalmente, iria pensar q esse dador n presta, q deu esperança p depois recuar e afins.

    Falando com a imparcialidade de quem está de fora, digo q podem haver razões mil para essa recusa. Pode ter visto a sua condição de saúde alterada, ter alguém doente ao seu cuidado, n ter a disponibilidade p se ausentar do emprego pelos dias de internamento e recuperação, sob pena de despedimento, etc etc.

    É cruel, é sim senhor, acredito q o Gonçalo se sinta sem esperança depois disto, bem como a sua família.

    Mas é precipitado julgar sem conhecer todos os factos.

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  2. eheh mais outro caso de bullying. Começo a achar que aumentam em proporção directa com o desemprego.
    Mas gosto do paradoxo, tem piada: Quere-se que todas as pessoas sejam bondosas e perfeitas, nem que as violem para isso.

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  3. Não temos que conhecer todos os factos, porque não temos que julgar ninguém em praça pública. Temos sim que (re?)lembrar todos os dia que os deveres ( neste caso o dever do doar) só fazem sentido a par dos direitos ( o direito de desistir da doação), e vice-versa. A velocidade com que nestes tempos, de crise se julgam os os outros é perversa, é perigosa. Não fosse a palavra crise significar também mudança. Resta saber para onde mudamos.

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  4. Bom, eu só li sobre isso noutro blog e achei curioso porque a autora apelava a que as pessoas não atirassem pedras. Acredito mesmo que o objectivo é, se alguém souber quem é essa pessoa, tentar dissipar-lhe algum medo que possa haver. No sentido de "ai que aquilo dói e eu tenho medo, etc". Pelo menos falo por mim, sei lá eu o que moveu a pessoa a dizer que não. Medo, outras prioridades, pedido de ajuda de um familiar, sabe-se lá. Por outro lado não estou segura se a pessoa tem, como diz a Mariana, todo o direito a escolher não dar. Isto é, se decide inscrever-se é porque está ciente que pode ajudar alguém e não pode ser por dá cá aquela palha que "afinal já não me apetece". Há uma responsabilidade social, é como as pessoas que acham que têm "todo o direito a dizer o que pensam". Não é verdade, não temos todos os direitos do planeta. Mas claro está, seria necessário conhecer esta pessoa e avaliar os seus motivos.

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  5. Como é óbvio e porque está uma vida humana em jogo todos nós temos tendência a condenar o dador. Mas e se para além da liberdade de escolha de cada um de nós o dador tiver um motivo válido apra não ser possível efectuar a doação. podem ser limitações de saúde, ou pode pura e simplesmente não poder faltar ao trabalho. Existem pessoas neste momento, neste país a quem não é possível faltar um dia que seja. Tenho conhecimento de uma caso extremo em que a pessoa tem cancro e continua a trabalhar porque não pode dispensar nem uns cêntimos do seu ordenado. Condenamos com muita facilidade sem conhecermos todos os factos (falo por mim).

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  6. Juanna, eu tive bioética na faculdade de medicina e podes ter a certeza que é assim: eticamente, o dador tem todo o direito a escolher não doar. Ponto. Responsabilidade social é outra coisa.

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  7. É que ninguém sabe exactamente o que se passa.

    Olha, quando fui inscrever-me já há uma série de anos, nunca me explicaram, por exemplo, que ao dar sangue apenas ficava inscrita e que caso fosse chamada, haveria eventualmente uma pequena cirurgia. Por acaso já sabia como era, mas eles não sabiam que eu sabia e nem um folheto me entregaram. Tudo bem que o que há mais é informação na net, mas quando nos inscrevemos como dadores, o processo não é transparente e deveria ser, nem que seja para as pessoas decidirem em consciência.

    Repara que acredito que se tivesse a sorte de ser chamada, jamais me recusaria, mas quem sou eu para julgar os outros? Ainda mais com total desconhecimento dos factos.

    Agora esta perseguição, mais uma, já é alarmante.

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  8. I'm going to hell for this, but I don't care:
    https://www.youtube.com/watch?v=aclS1pGHp8o

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  9. Não vais, não. É precisamente isto.

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  10. É isso mesmo. Esta pressão irrita-me. Tudo tem de arrotar a sua posta de pescada sobre as atitudes alheias. Doações, do que quer que sejam, são voluntárias. Por muito que isso custe aos envolvidos.

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  11. Se não for voluntária já não é doação...

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  12. Não há problema algum em tentar sensibilizar.
    Se as razões para a recusa forem válidas, não será uma mera pressão que as vai anular.

    Identificar o não-dador é que seria inaceitável.

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  13. Piston: uma coisa é sensibilizar a população em geral sobre a doaçao. O que é inaceitável é fazer-se posts e campanhas a tentar pressionar uma pessoa a fazer algo que não é isento de riscos - sim, a probabilidade é pequena, mas como em qualquer procedimento que inclua anestesia, pode-se bater a bota.

    Além disso, qualquer dos procedimentos implica várias idas consecutivas ao hospital ou mesmo internamento, e um periodo de convalescença - sim, que nao é só ir levar uma pica e já está.

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  14. Acho que ainda se pode confiar (!) nas noticias impressas (mais do que no que vem no FB, julgo eu), por isso partilho aqui a noticia que veio no DN:

    http://www.mynetpress.com/pdf/2013/janeiro/201301162fe257.pdf

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  15. Ok, diasdetelha, acredito que assim seja. Mas não concordo. Mas enfim, isso não importa para nada.

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  16. Pois, mas na bloga atira-se pedras primeiro, pergunta-se depois.

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  17. Eu sou das que não julga porque em tempos também achava que todos deviamos ser dadores e salvar todos. Hoje, por razões de saúde (hipertensão) não posso ser dadora mas também aconteceu algo que sinceramente me alterou o pensamento. Toda a gente diz que doar medúla não é perigoso nem custa nada, pois nem sempre é verdade. É quando as coisas correm bem! Há 7 anos, tive um aluno com leucemia, o único dador compatível era o irmão mais velho, tinha 23 anos. Ele doou a medúla, teve repouso durante 2 dias e depois o médico disse que podia ir trabalhar, nesse dia teve uma embolia (devido ao transplante) e morreu, passado 3 meses morreu o meu aluno e essa mãe em 3 meses perdeu os dois filhos. Foi uma tragédia, é verdade mas é só para mostrar que doar medúla nem sempre é uma brincadeira e é preciso refletir muito bem sobre a situação e acho que há muita gente a deixar-se levar pelo calor do momento e só mais tarde é que pensam nas implicações.

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  18. Isa: lá está, nao é, de todo, livre de riscos.
    Eu confesso que nao conhecia nenhum caso concreto, mas tinha noçao de que para o dador, nao era propriamente ir só levar uma pica.
    E nao sabemos se essa pessoa, ao ser devidamente informada de todos os riscos - inclusivé o de morte, por menos provavel que seja - poderá ter considerado que não poderia correr esse risco (e lá está, nao sabemos as actuais condições de saúde, por exemplo).

    Estas coisas são muito delicadas para serem discutidas levianamente em praça pública, especialmente quando nao nos toca a nós.

    Obviamente que a família dos doentes deseja que haja quem, de forma altruista, se arrisque pelo seu familiar - e acredita, nao é assunto que me seja totalmente indiferente. Mas e a família do putativo dador, estará disposta a correr esse risco?

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  19. Se, por um lado, sei que a pessoa tem o direito de voltar atrás na decisão - porque, sabe-se lá, se terá sido mal informada... Por outro lado, depois de inscrito como dador, parece-me um pouco imoral voltar atrás. Estamos a falar de alguém que viu renascer a esperança e depois voltou a ficar sem chão.

    Não sabemos os motivos, talvez o dador tenha sido mal informado, talvez agora não o possa fazer por algum motivo... mas o meu coração pende para o lado do Gonçalo. Isso é inevitável.

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  20. Ora dessa não sabia, reflectindo sobre o assunto parece-me que então é melhor manter-se a opção de poder dizer sim ou não.

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  21. Esse foi um dos boatos cibernáuticos da semana. Não houve nenhum dador que se recusou a ajudar o miúdo que joga à bola. Há dois possíveis dadores, um cá e outro no estrangeiro, mas os médicos ainda estão a ver qual o melhor.

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